A propósito do debate Portas-Louçã
Já muito se escreveu, discutiu e aproveitou acerca do polémico suposto deslize de Louçã. Seguem-se dois exemplos abaixo do Blogg Causa Nossa, por acaso em sentido contrário. Quanto a mim, Louçã errou, não obstante ter errado se calhar só por preguiça, por ser mais fácil naquela altura rebater mais aquele argumento falacioso e demagógico de Portas, daquela maneira, que é pouco pensada, ainda menos sofisticada e típica da forma de funcionar de certas correntes políticas, que por extremas tantas vezes se tocam.
Vital Moreira sobre o debate Portas-Louçã na Causa Nossa
"Concretamente, existirá alguma contradição moral entre ser contra a despenalização do aborto e ser, por hipótese, homossexual? Um homossexual não poderá adoptar uma moral reaccionária nessa matéria (e noutras)? A sua posição antidespenalização tornar-se-á inadmissível só por causa da sua orientação sexual? Por mim não vejo nenhuma incompatibilidade moral entre as duas coisas. Os homosexuais não têm por que ser "liberais" noutras matérias."
E, em sentido contrário, Vicente Jorge Silva no mesmo Causa Nossa
"em abstracto, não me parece lógico nem consequente que um dirigente de um partido que perfilha ostensivamente uma ideologia hiperconservadora no plano moral se ache dispensado de ser coerente com ela em todos os domínios da sua vida privada. Ou seja: eu não tenho culpa de ele ser hiperconservador e utilizar uma suposta superioridade moral contra mim, se acaso infringe as regras fundamentalistas que me quer impor. Isso chama-se duplicidade -- e a duplicidade não pode ser acantonada, conforme as conveniências do dúplice, neste ou naquele campo específico das suas opções morais públicas e do seu comportamento privado."
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