Urgências
Não concordo com a posição que Mário Soares defendeu quanto à despenalização do aborto, que não considera nem urgente, nem prioritária. Se queriamos melhor prova de que esta é uma questão de resolução urgente, ela chega-nos com as notícias de hoje que relatam o reatar de um processo judicial em Setúbal de um julgamento de uma parteira e três mulheres que levaram a cabo interrupções voluntárias da gravidez. Cada uma delas arrisca-se a uma pena de prisão, para além do trauma da passagem por uma barra de tribunal.
Talvez seja da idade, ou se calhar já esqueceu algumas das questões estruturantes que tanto deve ter debatido em Bruxelas, mas não estava à espera desta falta de "humanismo" de Soares.
Adenda: esta posição de Soares tem muito a ver com as posições e debates defendidos por muitos "liberais" nacionais que, na hora da verdade, parecem todos vacilar e caudicar. Não é, pois, invulgar ouvir alguém defender etusiasta e abertamente a eutanásia, ou os casamentos homossexuais, mas depois considerá-los não prioritários e portanto, na prática, atirar a sua resolução para as célebres "calendas gregas".
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