Do Ruído
Marques Mendes muito ganharia em escolher melhor sobre o que fala e a ocasião em que o faz. Sendo indesmentível que, com a excepção de um professor de liceu de filosofia na Damaia, Marques Mendes tem dos piores empregos em Portugal, há maneiras de o tornar menos penoso. Uma delas é não propor (de forma demagógica, diga-se de passagem) a baixa dos impostos e uma nova (e inteiramente merecida) discussão em torno da necessidade da Ota na mesma semana. É que os seus ouvintes podem tomar ambas as medidas como uma forma desesperada de aparecer, numa altura em que o bando de Lopes começa de novo a esticar o pescocinho. E, para nosso mal (e na medida daquilo que me foi dado a ver), Mendes até terá razão no ataque à Ota. Ninguém desmente a necessidade de um novo aeroporto para Lisboa, o problema da Ota é esse mesmo: não é para Lisboa (nem, entre outras coisas, estará a ser planeado num local que lhe permita uma vida que justifique a sua construção).
Mendes precisa, pois, de, mais que gerir os seus silêncios (períodos terríveis quando se é o "líder da oposição", cargo muito pouco nacional), gerir, com eficácia, o seu ruído.
De Bag
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