Vermelho de Sangue
Se alguma coisa ficou provada com a forma como correu a crise dos reféns Britânicos no Irão é que o comportamento do país dos Ayatollahs foi estranhamente normal. Não cortou cabeças, não matou a cada 24 horas um refém, não torturou. Pelo contrário soube usar os 15 marinheiros de Sua Majestade como moeda de troca numa negociação relativa aos seus interesses consulares no Iraque.
Este episódio faz mesmo lembrar outros ocorridos durante a Guerra Fria. Trocas de espiões no Check Point Charlie, seguidas de desmentidos por todos os Governos envolvidos.
Claro que não interessa a quem (por agora apenas) ainda está no poder nos EUA e Reino Unido falar do Irão nestes termos. É que explicar que embora Ahmadinejad possa ser populista e perigoso continua sujeito às Leis de um Estado e à dinâmica contraditória de interesses que se digladiam no presente da Pérsia antiga (modernidade e tradição, ou democracia e autoritarismo) não serve o interesse de longo prazo de pintar o Irão das mesmas cores utilizadas no Iraque: vermelho de sangue.
De Bag
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