A Táctica da Bola de Berlim

Todas as manhãs, antes de me atirar aos livros, leio um jornal (habitualmente o Público) e, invariavelmente deparo-me com mais um inenarravel episódio da política e figurões nacionais. Ele é o Sócrates a elogiar ao desbarato ditadores e corruptos ao mesmo tempo que se começa a perceber que a frente doméstica não está a correr bem e que tal não se deve só à crise internacional. Ou então é o salto extraordinário que os resultados do exame de matemática demonstram que os imberbes usos fizeram de um ano para o outro. Ou ainda a entrevista que a líder de oposição faz defendendo, à semelhança de muitos dos seus antepassados da chamada direita retrógrada, que para "coisas" diferentes, soluções diferentes (ou já não se lembram dos argmentos dos opositores à igualdade racial, ou de género?). Ou, por último, ele há partidos que se dizem de esquerda mas que persistem em olhar para certas questões de direitos humanos como se elas fossem adiáveis, ou, ainda pior, em não olhar para essas mesmas questões.

Episódios com que (enquanto não conseguir emigrar para um Estado que não se limite a receber os meus impostos sem discriminação, mas que igualmente me conceda direitos e deveres sem discriminação) terei de me continuar a deparar.

Ora não sendo uma pessoa de ferro, a única coisa a fazer depois de tão infeliz leitura é dar um mergulho e celebrar algo que nem a Leite, nem o Sócrates conseguiram ainda desfazer e no momento que a cumpro faz-me esquecer o que acabei de ler, nem que seja por breves instantes: a tradição da Bola de Berlim na praia.

De Bag