A Igualdade do Homem
Há tempos li um artigo do Daniel Barenboim que demonstra que nem todos os Judeus, nem todos os Israelitas perderam o juízo. Falando sobre o livro da sua vida "A Ética" de Spinoza e dos desafios enfrentados por Israel, Barenboim comprova a principal máxima de Spinoza "O Homem Pensa". Só aqueles que são capazes de medir e reflectir sobre as consequências dos seus actos serão capazes de encontrar alguma forma de felicidade.
Barenboim, de certa forma apresenta algumas semelhanças com o percurso de Spinoza, ambos foram perseguidos por anti semitas e simultaneamente discriminados pelos próprios semitas. Basta recordar as reacções em Israel à insistência de Barenboim em actuar em Ramallah até muito recentemente, ou da sua teimosia em apresentar obras de Wagner, o que fez pela primeira vez há cerca de dois anos, facto inédito na história de Israel e para grande consternação dos "Likudistas" e outros ortodoxos.
O grande maestro, definindo o desafio que os Judeus enfrentam enquanto minoria que controla e domina outra minoria defende que é perigoso o jogo de alguns que ligam a critica de Israel a anti semitismo e considera, ainda, que o seu Estado não corresponde, nem de perto aos ideiais de Spinoza, o mesmo que defende que o "objectivo de um estado reside na verdadeira liberdade" e que nunca fundamentou o seu pensamento na premissa de que os Judeus eram uma minoria (daí o universalismo da sua teoria).
Continua Barenboim por referir que um Judeu que atire um bocado de pão velho aos pés de um soldado no gueto de Varsóvia exclamando que aquele pedaço de pão é suficientemente bom para ele demonstra coragem e humor; agora o judeu que faz o mesmo a um palestiniano demonstra desumanidade primária.
Desconfio que este artigo poderia ser escrito a propósito de muitas outras situações. Espinosa volta, estás perdoado!
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