As brumas e o Cavaco
Cavaco Silva tem intensificado a sua intervenção na sociedade nas últimas semanas. É que ele percebeu, e bem, que a não ser que se demarque, e muito, deste PPD corre o sério risco de tornar a perder as eleições presidenciais de 2006.
As suas últimas aparições mediáticas são de um teor que até nos leva a pormo-nos de acordo com ele. Se não vejamos, ele apela ao regresso das elites inteletuais e profissionais ao poder e aponta ainda para o facto de que a continuação da actual política económica ir "empobrecer" ainda mais este já "pobre" país.
O meu problema é que este putativo regresso de Cavaco, qual salvador a emergir das brumas da história para salvar o país, não me convence. Não há brumas que me façam esquecer que foi no decurso do seu governo que uma série de ministros começaram a misturar negócios e política. Também foi no seu tempo, que algumas figuras, "inexplicavelmente", entraram como humildes profissionais com um T2 em Linda a Velha e sairam com "coberturas" nas Avenidas Novas. Depois, ainda, haveria que recordar os seus tiques de poder...o " deixem-me trabalhar", ou aquele autoritarismo armado em "pai da nação".
Não, para mim Cavaco não é o D. Sebastião a emergir das brumas, que esperemos não acabem, ainda, por se revelar tóxicas.
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