Dar o salto
Todas as cidades têm fronteiras, parte do prazer de as conhecer reside, precisamente, em desocbri-las e, depois, atravessá-las. Foi o que fiz, onde me encontro. Peregrinei, por assim dizer, até à minha velha casa. Aqui até 5, 6 anos, são suficientes para apagar e transformar os passeios, algumas lojas, o jardim, mas não chegaram para obliterar por completo o meu velho nome, que a campaínha orgulhosamente ostenta. Recuando alguns passos, olhei para cima, para aquele último andar encavalitado num prédio "palitar" e imaginei, mas ó por segundos - é que não sou grandemente dado a nostalgias - quem viveria agora ali e como viveria ali, se como eu, ou não.
Aquela minha casa já ficava próxima da fronteira desta cidade. Uma fronteira que eu avistava da minha janela, entre o primeiro mundo e um terceiro e qurto mundos (como gostam de lhes chamar). Entre uma vida familiar burguesa e repetitiva e a aventura, a angústia e o prazer. Viver à beira da fronteira, mostra-nos, todos os dias, o plano de fuga, a saída de emergência.
...e molhei os lábios naquele chá quente mentolizado.
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