As ilusões de Cavaco (II)
A segunda ilusão que Cavaco tão bem tem sabido passar tem a ver com um alegado traço seu de “cortar a direito” quando as circunstâncias o impõem. Ou seja só Cavaco com a sua força de carácter e personalidade vincada de quem não verga por ninguém conseguirá chamar o primeiro-ministro, ou os sindicatos, entre outros poderes do país e dar-lhes a ensaboadela, ou as instruções que eles tanto precisam ouvir e, que vinda do Prof. Cavaco, eles não hesitarão em acatar.
Nada mais falso. Senão como se explica a incapacidade de Cavaco, enquanto líder partidário, em pôr na ordem os caciques e barões do seu próprio partido. Ou, ainda, a total ineptidão do mesmo em ter mão em alguns dos seus ministros e nos seus proverbiais negócios enquanto ministros. Se Cavaco fosse mesmo um homem capaz de impor ordem, respeito pela causa pública e “alguma” ética na política, como se pode explicar, por um lado, a sua protecção a figuras como Santana Lopes (que guindou ao governo), ou a Fernando Nogueira (agora feliz num banco), ou o seu beneplácito ao trajecto de outros como Dias Loureiro (que tendo começado como humilde advogado tornou-se inexplicavelmente no detentor de uma das grandes fortunas do país).
Será mesmo que algum daqueles que clamam por Cavaco como o homem que vai trazer a Moral e outros igualmente ilustres princípios de volta à política nacional pode estar honestamente convencido que ele vai fazer pelo país em geral, aquilo que nem fez no seu partido, nem no seu governo? Acham mesmo que quem não pôde o menos, poderá o mais?
De Bag
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