Pó
Das primeiras coisas em que se repara ao chegar de volta a Lisboa, especialmente quando se vem de uma das capitais ditas do primeiro mundo, é a dificuldade que se tem aqui de andar a pé na cidade. Passeios, ou bloqueados por carros e obras, ou esburacados, "amolgados", tortos. Obras feitas sem qualquer consideração pelos peões e pó, muito pó.
Em Nova Iorque, donde acabo de chegar, cidade-ilha-estreita, onde 8 milhões de pessoas se deixam todos os dias espartilhar por entre os desfiladeiros de arranha céus e quadriculado de ruas não vi pó. Vi obras, poluição, mas não vi pó, nem sapatos sujos de pó,nem, muito menos, passeios obstruidos, a não ser pelos milhares de peões que os utilizam ufanos.
Será que, em Lisboa, para além de estarmos condenados a viver com este desnorteado executivo camarário que nos impinge árvores de Natal de metal que nos infernizam a vida, que deixa que a Avenida da Liberdade seja tomada de assalto por uma marca de automóveis (dá logo vontade de não comprar!), estamos, também, condenados a viver com o pó?
De Bag
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