Dão-se Alvíssaras (II)

O autor do comentário ao posto um pouco mais abaixo tem toda a razão. Não faltam razões para que os portugueses se manifestem à porta da grande maioria dos hotéis de Lisboa. Afinal contam-se pelos dedos de uma mão as nações africanas democráticas e respeitadoras dos direitos humanos.

No entanto, sem querer diminuir em importância a "maldade" dos restantes, aquilo que separa o Zimbabue (e o Sudão que reconheço deveria ter incluído no post original) dos outros Estados de África é a natureza das violações que ocorrem. O que se passa por estes dias naquele país é a destruição sistemática das fundações de um Estado moderno por motivos de ordem étnica. Se quiserem é um processo semelhante ao ocorrido e Moçambique, ou Angola entre 1975 e 1977. Sem que o Zimabué tenha actualmente nem a desculpa de estar a sair de um regime colonial, nem se encontrar no meio de uma "Guerra Fria". Igualmente insidiosos (Raça e Religião) são os pressupostos que estão na base do que se passa na região sudanesa do Darfur.

Não sabendo onde se encontra hospedado o Presidente Bashir, já sei (pelo Sunday Times de hoje) onde estará o Mugabe, no Mirage de Cascais, espero só que com vista não para a baía de Cascais e Oceano, mas para os escombros do Estoril Sol. Que lhe recordem o estado a reduziu o seu país.

De Bag