sexta-feira, janeiro 18, 2008

Das Liberdades e do Tabaco

Não sou fumador. Até há poucos anos atrás o fumo dos outros nem sequer me incomodava, ou sequer inspirava segundos, ou terceiros pensamentos. Só quando cheguei a Dublin, uns dias após a entrada em vigor da que era então a mais draconiana legislação anti tabaco da Europa é que me apercebi de como melhorava a qualidade do meu usufruto de bares, restaurantes e cafés a ausência do cheiro a nicotina.

Apesar dessa melhoria sou daqueles que continua a sentir sérias dúvidas em relação à legitimidade e "desejabilidade" de intervenções estatais imbuídas de um espírito de ama seca e, por isso, tenho reservas em relação a esta lei do tabaco. Penso que seria preferível, por muito que me agrade pessoalmente o resultado, deixar a cada bar, restaurante, café e quejandos a liberdade de optarem entre serem espaços com, ou sem fumadores. Se há área em que as leis do mercado podiam funcionar é esta. Deixem, pois, os consumidores escolher entre saborear uma refeição entre baforadas de tabaco, ou não.

Não argumentemos com os danos causados a outrem. Ninguém é obrigado a frequentar estabelecimentos hoteleiros. Já a proibição de fumar no local de trabalho é de facto compreensível e defensível.

Alguns fundamentalistas argumentam a razoabilidade deste tipo de medidas estatais limitativas da nossa liberdade e das nossas opções em relação aos nossos hábitos com base em poupanças para o Estado com os cuidados de saúde. Daí a preocupação com o tabaco, drogas, álcool...

Mas e o açucar, gorduras e uma míriade de outras substâncias que estão na origem da presente epidemia de obesidade que o mundo ocidental vive. Aceitariamos da mesma forma uma intrusão do estado nos nossos hábitos alimentares, ditando-nos o que podemos comer, pesando-nos para chegar à conclusão de que cumprimos os ditâmes?

De Bag

2 Comments:

At 11:50 da manhã, Blogger Sofia C. said...

Compreendo a dúvida em relação à aplicação da lei a bares, restaurantes, hotéis, etc... Não é a minha opinião. Permita-me apenas recordar que os açúcares e gorduras menos saudáveis quando ingeridos por um indivíduo em nada afectam a saúde do vizinho. São apenas um escolha de vida pessoal que só afecta o próprio. Durante anos deixei de frequentar imensos espaços pelo excesso de fumo. Foi uma escolha minha? Não, foi-me imposta. Não tive escolha deixar de frequentá-los significava evitar um ataque grave de bronquite nos dias seguintes. Porque é que a minha liberdade é menos importante? E já agora, acho muito bem que os restaurantes optem por ser fumadores ou não. É uma escolha possível, por isso, onde está final o problema? Alonguei-me no meu comentário, peço desculpa. Sofia

 
At 1:11 da tarde, Blogger para lá de bagdade said...

Obrigado Sofia. Alongue à vontade os seus comentários, que são dos interessantes.
Seja bem vinda por cá no para lá

 

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