O País Real
Rui Tavares escreve hoje no Público a propósito de um argumento muito em voga e muito utilizado, quer com o Regicídio, quer com a despenalização do aborto, de que num, ou noutro caso a solução que vingou não correspondia ao país real, mas ao urbano. Rui Tavares insurge-se dizendo qualquer coisa como "E o país urbano não faz parte do país real? Porquê?".
O autor tem toda a razão, não só no caso concreto (onde esteve a resistência do suposto país real à implantação da República?), mas em relação ao princípio em abstracto. É que, não só Lisboa, Porto, Coimbra e todos os outros maiores aglomerados urbanos têm o direito a verem-se a si e às suas ideias representados, mas "entram" e contribuem para as "médias" do país. E, por mero acaso, até deverão representar mais de dois terços da população total de Portugal.
Vamos, pois, começar a esforçarmos-nos todos um bocadinho mais e procurar outros argumentos quando nos opomos às ideias, que não tenham que ver com o facto de poderem ser pouco sustentados pelo "sentir" do chamado "país real" (um eufemismo para atrasado info-excluído, etc, etc...).
De Bag
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