quarta-feira, maio 07, 2008

Um Novo Paradigma

Estarei eu sozinho na convicção de que ao Mundo faz falta um "Novo Paradigma"? Sabe-se como necessitamos sempre de paradigmas, o quanto os apreciamos. São facilitadores de raciocínios. Arrumadores de pessoas. Organizadores de partidos.

Durante os primeiros anos que se seguirão à queda do Muro de Berlim e à implosão dos Blocos, a inteligentsia (à Direita e à Esquerda) deu as boas vindas ao Novo Mundo. Um Mundo onde o capitalismo reinava, acompanhado da desregulação, da concorrência livre, da eliminação das barreiras ao comércio e dos nacionalismos e, simultaneamente, dos processos de integração económica. Parecia simples. Parecíamos testemunhar um processo imparável. Inexorável. a maioria das populações da maioria dos Estados aparentava contentamento, mesmo naqueles países em que a redistribuição desta "nova" riqueza era mais desigual. Afinal era cada vez mais facilitada a relação entre o consumidor e todo o tipo de serviços privados. Até mesmo os serviços públicos (os poucos que escaparam à voragem privatizadora) copiavam o modus operandi d0s privados. Desburocratizando. Criando institutos privados para administrar o que é público.

Um dos principais argumentos a garantir a "inexorabilidade" desta forma de capitalismo e o seu carácter invencível tinha que ver exactamente com a sua eficácia, com a sua competência. Quantos consumidores queriam ver a sua liberdade de contratar, comprar e, acima de tudo, escolher, coarctada por regulamentos e legislações? Poucos, muito poucos.


A actual crise financeira internacional (e nacional!) desmentiu a imagem de competência e eficácia do capitalismo liberal e pôs a nu as suas fragilidades e até mesmo as tibiezas do actual sistema. E se é certo que não há registo de sistema desprovido de tibiezas, não será menos certo que estará na hora de encontrar um novo paradigma. Um que obrigue a China a, pelo menos, abrandar o seu "dumping" social, ou que penalize (pelos erros e "tibiezas grosseiras") os grandes gestores, pelo menos, na mesma medida que os remunera (pelos bons resultados), ou, ainda, que premeie mais a responsabilidade ambiental e o respeito pelos Direitos Humanos, do que a capacidade de se esquivar a Quioto, ou os recursos naturais de que se dispõe.

A ver vamos...

De Bag


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