Quem somos nós? (I) A vitória de Francis Obikwelu esta semana nos Jogos Olimpicos trouxe de novo à ribalta a questão de quem somos. O que nos faz Portugueses diferentes dos Espanhóis, ou de outros povos. Será que a identidade nacional de um povo radica de um núcleo étnico e que muitos dos símbolos, mitos e memórias de um país têm antecedentes étnicos? Ou será, ao contrário, que nos definimos com base em princípios políticos e ideológicos? Será que a primeira pergunta representa o passado, tipicamente europeu e, a segunda, o futuro global? Se respondermos positivamente à primeira pergunta não podemos ficar satisfeitos com a vitória de Obikwelu, nem a sentir como nossa. Se, pelo contrário, entendermos que Obikwelu, ao vir para Portugal, escolheu fazê-lo em função de um conjunto de ideais de convivência democrática, tipicos do mundo ocidental, então poderemos chamar à sua vitória, a nossa vitória. E, no entanto, em que é que esses ideais de convivência são distintos de outros países comunitários? E será que a nossa identidade não reside, cada vez mais unicamente, na língua e no nosso crónico atraso face aos nossos parceiros europeus?
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