"O maior dos poetas menores"
Comemoraram-se, ontem, os cem anos do nascimento de Pedro Homem de Mello, de quem Eugénio de Andrade disse as palavras que constam do título deste post. Homem de Mello era um homem do seu tempo, com uma sexualidade fora do seu tempo e nada prisioneiro da sua origem social, ou da sua familia.
O que era extraordinário na obra de Homem de Mello, era que nela, ele se libertava das grilhetas da aristocracia e "falava do povo como nenhum outro poeta do século XX", como diz Manuel Alegre, que acrescenta, que não era o povo olhado de forma sobranceira, ou altiva, mas sim o "seu rebanho" o povo "real e concreto".
Extraordinária, ainda, a forma como cantava a sua homossexualidade, invulgar um aristocrata, em Portugal, não disfarçar a sua marginalidade. Se nem agora, quanto mais então?
Para a história e memória de todos ficará, não obstante, o poema "Povo que lavas no rio", mais tarde musicado por Oulman e cantado por Amália.
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