José Manuel Fernandes torna a mostrar as suas verdadeiras cores...
José Manuel Fernandes fala hoje no seu editorial do Público sobre o caso Buttiglione, ´que já abordamos aqui também. O seu raciocinio é mais ou menos o seguinte:
1º O senhor Buttiglioni tem direito às suas opiniões sobre a homossexualidade e sobre o casamento e a mulher e é a escolha de um Governo democráticamente eleito;
2º O facto de o Senhor reafirmar as suas convicções Católicas e defender que o facto de considerar certas práticas imorais, ou contrárias aos fundamentos de certos institutos, não significa, até de acordo com o próprio, que ele os vá criminalizar;
3º Por último, JMF considera que como o Senhor Buttiglioni diz que não pretende ver criminalizada a homossexualidade, ou reintroduzida legislação que estabeleça novamente a desigualdade da mulher dentro do casamento, que ele está apto a ocupar o lugar de Comissário.
Aquilo que JMF não diz, porque também ele é homofobo e machista, da escola de Espada & Cia, é que o trabalho que o Senhor Buttiglioni tem para desenvolver não passa tanto pela criminalização de certas práticas, mas sim pelo estabelecimento, por um lado, de normas de discriminação positiva (que facilitem a igualdade) e, por outro, de combate firme e empenhado a práticas discriminatórias onde quer que se encontrem, obviamente no âmbito dos poderes da Comissão.
Claro que uma pessoa que pessoalmente está convencido que a prática de certa orientação sexual é pecado e está errada não irá desenvolver esforços para combater a discriminação e promover a igualdade dos homossexuais face à Lei.
Quanto ao argumento do facto de Buttiglioni ser a pessoa indicada por um governo democraticamente eleito e como tal tem de ser aceite e respeitado, não vimos nós já uma situação em que a UE boicotou um governo, não obstante o facto de ter sido eleito? Basta recordar o caso Austríaco, em que se considerou que o facto de Haider ter entrado para a coligação governamental punha em causa de forma grave o conjunto de princípios que todos consideram caros à identidade europeia. Se não me engano, o Público na altura defendeu este boicote.
Daqui se pode concluir que o princípio da não discriminação em função da orientação sexual para JMF não merece o mesmo respeito que o da não discriminação em função da raça etnia, ou outros. Porque não se trata aqui de uma questão em que é possível a um governante ter opiniões, da mesma forma que não se aceita que tenha opiniões sobre raça, ou etnia. Ou respeita, ou não.
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