ainda sobre o anúncio do entendimento pós eleitoral
Ontem ficámos a saber mais algumas coisas para além do facto de o PPD e o PP irem coligar-se só após as eleições, se juntos puderem garantir uma maioria absoluta no parlamento. Ficámos a saber, por exemplo, que a ida de Barroso para Bruxelas foi, nas palavras de Lopes, um acto "irresponsável".
Ficámos a saber que Portas não tem qualquer respeito por Lopes, por afirmar insistentemente o contrário, ou estão a ver o Portas a ter dito o mesmo a Barroso há dois anos atrás no Tivoli?
Ficámos, também, a saber que ambos os dirigentes sentem-se satisfeitos por acharem que condicionaram o outro. O PPD consegue dividir os louros da derrota com o PP e este não pode ir a correr coligar-se com o PS (as if?).
Ficámos, por último, com uma clara impressão, quando comparados os discursos, que Lopes perdeu o brilho e a capacidade de discursar com paixão e convicção. Parece que olha com vertigem para onde está, vendo já a altura da sua queda e percebendo, simultaneamente, a sua incapacidade em fazer melhor.
1 Comments:
Caro blogger
Li com atenção o seu post.
De todo concordo com o facto deste Governo demissionário não ter estado à altura das exigências prementes do país.
Porém, queria dizer-lhe que a única virtualidade que poderá assistir aos respectivos líderes de coligação, prende-se com o facto de terem lutado, dado a cara e ido à guerra. Penso que isso será indiscutível.
Por outro lado, num país em que o povo e as elites interiorizaram que o cumprimento da Lei é coisa só para alguns, parece-me que há falta de uma pedagogia ou mesmo até de medidas mais duras ou repressivas, para o cabal cumprimento da Lei.
Esta exigência civilizacional sintetiza-se, a meu ver, na ideia de que o primado da Lei (tão caro, e bem, ao Direito anglo-saxónico) demarca a linha entre a civilização e a barbárie.
Eu estou, no meu dia a dia, nessa luta.
E o meu amigo, estará porventura também nessa luta?
Cumprimentos.
Enviar um comentário
<< Home