sexta-feira, dezembro 10, 2004

A (Des)Ordem dos Advogados

Acaba de ser eleito novo Bastonário da Ordem dos Advogados. Pela primeira vez é um advogado formado na Universidade Católica e dissociado das maiores sociedades de advocacia do país.

Entre as primeiras declarações que o novo Bastonário, Rogério Alves, fez está a sua manifesta oposição à despenalização do aborto. Pelo que qualquer novo impulso que este senhor dê ao sistema judicial, no sentido de o tornar mais célere, mais eficaz e mais transparente, irá ter como consequência o mais rápido julgamento e eventual condenação das mulheres que abortarem. E até é pena que assim seja, porque Rogério Alves parecia a lufada de ar fresco de que a Justiça anda tão carecida.

2 Comments:

At 3:08 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Caro blogger

Parece-me (desta feita sem Ç ...) que o seu comentário sobre o tema enferma, porventura, de alguns equívocos, quiça, reveladores de alguma gravidade.
Veja-mos, então.
Quanto à questão do aborto. Independentemente da questão de fundo, subsiste, a meu ver, outra, desta feita, de índole democrática se quiser, e que se prende com o facto de tal posição do novo Bastonário constituir uma tomada de posição programática e sufragada pelo maioria dos Advogados Portugueses nas últimas eleições.
Portanto, tal posição, quer se concorde com ela ou não, constitui expressão dessa realidade.
Em segundo lugar, não percebo a sua ideia, de constituir um ónus, o facto do novo Bastonário, não provir de uma sociedade de advogados conceituada, ou melhor dito, corrompida pelo "statuo quo" ... em que, corporativamente, os mais poderosos, cobardemente, impedem e dificultam a entrada na profissão.
Por outro lado, queria dizer-lhe também, que o facto de considerar negativo a circunstância do novo bastonário ser formado por uma universidade não pública, não me parece ser articulável com quem defende os ideais de Liberdade e Democracia.
Será que temos dois pesos e duas medidas. Será por isso que este país é esta democraciazinha que é?
COERÊNCIA NAS IDEIAS ! sob pena de ninguém o levar a sério ...
Ou então teremos um perfeito conservador naquilo que lhe interessa e detém, e um perfeito "homem livre" naquilo que quer e ainda não têm.

Com certeza, isso sim, a hipocrisia vigente.

Há-de ter futuro.

Cumprimentos.

 
At 3:17 da tarde, Blogger para lá de bagdade said...

se ler com calma o post, verá que ao chamar a atenção para a o facto deo bastonário novo não ser oriundo quer da fdl, quer de uma sociedade poderosa de advogados, poderia ser um sinal de esperança em relação àquilo que se espera venha a ser a sua actividade.
quanto ao seu segundo comentásrio relevante, o facto de por exemplo uma maioria de portugueses achar aceitavel a discriminação entre géneros, uma vez que o melhor da mulher até é a maternidade, não significa que se concorde, aceite, ou se deixe de lutar por que essa realidade e assunção se altere. da mesma forma lá porque a maioria dos advogados se acharam no direito de referendar um direito subjectivo, o direito de uma mulher sobre o seu próprio corpo, não significa que nós tenhamos de o aceitar sem sequer uma criticazinha.
quanto ao resto, não vale a pena comentar, é livre caro anónimo para comentar o que quiser.

 

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