Mais outro processo para Americano ver?
Prepara-se mais uma cimeira para tentar relançar o processo de paz no Médio Oriente, a ter lugar numa estância egípcia do Mar Vermelho. Contrariamente a muitos não olho para este processo com grande entusiasmo, mas oxalá esteja enganado. É que para que este “novo” alento ao processo de paz tivesse avanços igualmente aceites por ambas as partes, era necessário que tivesse havido também uma alteração substancial da liderança Israelita, bem como da composição, quer do Knesset, quer do próprio governo, quer ainda da percepção da sociedade em geral em relação a este tema.
Mais, esta fórmula, que me recorda outros momentos, em que um ocupante da Casa Branca acorda um dia e “resolve resolver” os problemas do mundo também não me parece a mais eficaz. Também não acredito que Abbas resista, um dia que seja, aos milhares de refugiados e ao Hamas, depois de fazer todas as concessões que irá ser obrigado a fazer para poder ser apresentado por Bush e Sharon como a solução para o problema, demonstrando simultaneamente que eles é que tinham razão em não lidar com Arafat.
É que tudo aponta para que Israel esteja disposto a ceder apenas cerca de 18% (e claro que esta “cedência” irá ser objecto de uma acção de propaganda modelar que dará a entender que Israel está a ceder um braço e uma perna) da área total da Palestina original, ou, ainda, 80% dos actuais territórios ocupados, sem o retorno dos refugiados expulsos durante a fundação do Estado de Israel (para as suas antigas casas, o que implica que o exíguo território de uma futura “Palestina” ainda terá de se preparar para absorver algumas centenas de milhar de refugiados sem quaisquer condições) e sem a concessão de direitos iguais aos cidadãos Israelitas de origem Palestiniana (sim, actualmente em Israel a lei não é igual para todos…).
Por isto, não ponho a mesma fé que o Nuno neste reavivar do processo de paz. Acho que ele só está a ser reavivado por falta de alternativa de Israel, porque seria injustificável não o fazer e não porque Telavive esteja finalmente disposta a fazer as concessões adequadas. As quais, para mim começariam por um sentido pedido de desculpa ao povo Palestiniano por ter “carregado” o pior da herança da “Shoah”, mais ainda que os próprios Alemães.
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