Things Can Only Get Better...
Lembro-me de, numa noite fria londrina, regressando a casa depois de uma noite de copos que celebravam a vitória trabalhista e o fim da longa noite de Major, homem cinzento, pouco inspirador, cujo governo foi perseguido por escândalos, atravessar a ponte de Waterloo em direcção ao Sul e, parando a meio, olhar para baixo, para o Royal Festival Hall, a mais importante sala de espectáculos do South Bank e ficar a ouvir o hino que apontava o começo de uma nova era. A música escolhida por Blair para dar o mote da motivação e esperança era dos Coldplay e intitulava-se “Things Can Only Get Better” (A letra da música está disponível aqui). Um pouco diferente do tom épico da banda sonora de “Alexandre” escolhida por Sócrates, entre nós, para mobilizar as “tropas” socialistas e não só para o combate de 20 de Fevereiro último.
Claro que hesitei entre “ouvir a música para mim” e “ouvi-la para o Reino Unido”. Afinal, eu também esperava uma fatia – generosa – daqueles “bons tempos” que prometiam avizinhar-se e, na altura, não sabia onde o passar dos anos me levaria. E, claro, partilhava, enquanto convidado da Grã-bretanha, o clima de euforia que se vivia então. Tal como, procuro partilhá-lo agora, salvaguardadas as devidas proporções, em Portugal com este novo Governo.
Hoje, ao ler, na última página do Público, que Blair escolheu novo tema musical para a próxima batalha eleitoral (“Beautiful Day” dos U2) não posso deixar de pensar quão distante está aquela noite fria passada numa ponte sobre o Tamisa.
3 Comments:
Oh Mário: com essa idade e ainda acreditas no Pai Natal...onde é que está a "euforia"? Se a encontrares, dá-me o número do telefone.
...No meio de tanta "euforia", trocaste as músicas: a do "Alexandre", esse malicioso "jovem persa", serviu Santana Lopes, enquanto Sócrates se socorreu do "Gladiador", um funesto mas honrado general romano que, em dois tempos, passou de bestial a besta...
Pois, de facto confundi as músicas desses dois filmes...entre uma e outra venha o diabo e escolha...
Eu sinto um clima de ruptura e de mudança, e penso não ser o único meu querido João.
Clima esse aliás já traduzivel em algumas das medidas e diferenças de estilo deste governo.
Por último não confundir euforia com a coonsciência de que aí vêm tempos dificeis, mas que esses tempos dificeis serão o melhor sinal de que o governo está finalmente a tentar resolver alguns dos problemas estruturais deste país.
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