O 2º MFA
Tudo indica que cabe agora a vez dos militares a participar na alegre caminhada para o abismo do país. Se de facto a manifestação anunciada para amanhã for por diante, os militares, longe de estarem sózinhos, juntar-se-ão a um número crescente de classes profissionais do dito funcionalismo público numa inexorável marcha para perda de dignidade.
Se, por um lado, até poderiam ter alguma razão nalgumas das suas pretensões relativas, nomeadamente, ao congelamento de carreiras que, como é óbvio, terá de levar a um repensar radical do número de efectivos das Forças Armadas (porque em Portugal assiste-se quase a uma pirâmide invertida com números mais elevados do que seria expectável de oficiais de patente elevada, vis a vis os de patente menos elevada, um facto que tem a ver, ainda, com uma herança da Guerra Colonial), por outro, perdem-na ao cederem assim a um instrumento de pressão que, por razões evidentes, lhes está barrado: o da manifestação. Tal como também não podem continuar a exigir a permanência dos sistemas de assistência na doença tal como estão. Mas neste último aspecto, nem estão sós, uma vez que magistrados, trabalhadores judiciários, polícias e outros fazem-lhes companhia neste ritual suicidário quase canibalístico de quem "come a própria carne" e não quer outra coisa.
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