Mensageiro Não, Mensagem Sim
Independentemente do seu estilo, das raivas que o homem inspira, da sua vaidade, dos seus tiques e da sua falta de altruismo, o livro de Carrilho, que o próprio usa como forma de explicar a sua derrota eleitoral em Lisboa, levanta questões que infelizmente poucos aceitaram tratar. Houve aqui um típico caso de "let's shoot the messenger". Carrilho tece uma série de acusações como manipulação mediática, falta de isenção da imprensa, ou compra de opiniões e espaço jornalístico. Para quem trabalhe um pouco com, ou em redor de jornalistas, ou agências de comunicação nada disto é novo, nem sequer soa a estranho. A novidade reside sim no facto de alguém o expôr claramente.
Naturalmente que as reacções dos visados oscilam entre o inefável processo judicial e a ridicularização do autor das acusações. Não li nehuma crónica, ou outro artigo que questionasse, nem ao de leve, as relações entre jornalistas e agências de comunicação, os presentes que se trocam, os favores que se cobram, nem as direcções editoriais não assumidas que equivalem, em muitos casos, a censura e ao silenciamento e secundarização das vozes discordantes. Claro que, em vez de estarmos a debater o estilo de cabelo de Carrilho, ou o seu tom de voz, deveriamos quiça estar a falar disto tudo que por acaso até é mais importante e contribui para o mau clima da democracia.
De Bag
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