sexta-feira, agosto 04, 2006

O Mundo a Preto e Branco

Não vivendo obcecado com o que José Manuel Fernandes, ou Esther Muznick dizem, não posso deixar de continuar a reparar na visão que ambos têm sobre o mundo, como se ele fosse a preto e branco, derivado, talvez, das saudades que terão de um tempo de guerra fria que inspirava uma maior (falsa) segurança.

JMF julga os seus colegas de metier por (algo que ele com certeza, enquanto director do Público nunca terá feito) por não terem dado o mesmo destaque à descoberta de que em Qana teríam morrido "só" cerca de metade das pessoas que inicialmente se julgava terem morrido. Para JMF a notícia deixaria de ser as mortes de pessoas civis, para passar a ser o empolamento dos seus numeros, tal como para JMF a utilização de quatro capacetes azuis pelo Hezbollah "justificará" a sua morte.

EM vai um pouco mais longe ainda e tenta convencer os leitores do Público que Israel luta por nós, que a luta de Israel deveria ser a luta de todo o Ocidente, numa visão muito conveniente que faz tentar passar o Estado Israelita como se de um "normal" estado ocidental "civilizado" (o termo é de EM) se tratasse. EM esquece-se que nenhum cidadão europeu vive numa casa espoliada a uma familia que lá habitava antes, nem cultiva terra de outrém, nem, muito menos, habita "colonatos". Nenhum europeu vive num estado que discrimina "legalmente", ou ilegalmente os seus cidadãos de acordo com a etnia e credo. Nenhum cidadão de um estado europeu vive num país para quem as resoluções e decisões de organizações internacionais só são invocadas e utilizadas quando lhe são favoráveis.

Claro que os processos de formação da maioria dos estados europeus se assemelham e muito à da criação do estado de Israel, a única diferença é que com o passar dos séculos deu-se, infelizmente para Israel, o desenvolvimento e consolidação de uma coisa chamada "direitos humanos" a que só os estados, verdadeiramente "civilizados" (para utilizar a terminologia de EM) ligam.

Mas afinal de contas não terá Israel mais a ver com os seus vizinhos (os mesmos que tanto critica) do que julga?

De Bag

2 Comments:

At 2:00 da tarde, Blogger Unknown said...

Completamente de acordo! A dra. E.M.encobre o seu facciosismo com uma linguagem pretensamente imparcial, fingindo ignorar que a essência de todo o problema está no facto de 4.000 milhoes de palestinianos terem sido expulsos das terras onde sempre viveram,para nela se instalarem uns milhares de judeus que nunca as tinham habitado.

 
At 4:39 da tarde, Blogger Unknown said...

CORRECÇÃO:onde se lê 4.000 deve ler-se 4.

 

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