A Voz ao Povo (quando convém)
Incluindo-me no grupo dos que ficaram "aliviados" (isso mesmo) com o resultado do referendo de há um ano em que venceu a despenalização do aborto, nunca me senti incluido na alegria e ambiente de festa em torno da realização de referendos para decidir sobre a concessão de direitos...
Não obstante acho curioso que agora comecem a surgir vozes pondo em causa o mesmo referendo por que pugnavam e a validade dos seus resultados. São, curiosamente, as mesmas vozes que afiançavam, há um ano, confiar na "bondade" ou "sabedoria" intrínsecas (sentimento aberrante para sentir em relação a um povo que aturou sem grandes revoltas Salazar durante 48 anos) do povo. E a este tipo de reviravoltas se costuma chamar "batotices". São, ainda, as mesmas vozes que asseguravam que o povo ía recorrer como nunca ao aborto. Passado um ano, os números de abortos efectuados são felizmente bastante diferentes.
Será caso para dizer que a vontade do Povo só o é quando vai em sentido útil e conveniente. A este propósito mais se poderia escrever com o Tratado de Lisboa em mente....
De Bag
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