S.OS. MAYDAY!
A errática justiça nacional deu mais um tiro para o ar ao legitimar, em primeira instância, a decisão governamental de bloquear a entrada da chalupa Holandesa. A mim nem me surpreendeu o teor da decisão, nem o facto de ter sido uma mulher juíza a proferi-la. Afinal não está o nosso sistema judicial eivado de autores e autoras de pérolas como aquela da influência do bronzeado sobre os pedófilos, ou a da juíza que há uns tempos sentenciou que a mulher estava mesmo a pedi-las quando se comportou com pouca fidelidade. Também não me surpreendeu que tivesse sido uma juíza mulher a tomar esta decisão, a história está cravejada de exemplos semelhantes de pessoas capazes de atraiçoar os melhores interesses do seu género sem sequer piscarem um olho...
Esta decisão judicial parece ter insuflado mais ainda o peito do nosso patético Ministro do Mar, que do alto das suas corvetas mais parece uma versão de trazer por casa de um Neptuno velhinho, do género daqueles que se põem em cima do "psiché" para a dona de casa adorar. Mas não foi só o Ministro do Mar a insuflar, também uma dessas associações da chamada defesa da vida, com uns nomes inenarráveis, estilo Néné, ou Xaxão, já disseram que iam fazer uma queixa contra aquela Holandesa jeitosa que chamou a atenção para o facto de qualquer Portuguesa que o queira se poder dirigir a uma farmácia e comprar umas aspirinas que provocam o aborto.
No meio desta farsa interrogo-me para que serve a soberania nacional? Para o nosso governo barrar o caminho a uma chalupa qualquer? Ou para promover a língua nacional em Timor? Ou para celebrar concordatas com o Vaticano? Ou, ainda, para supostamente perseguir pedófilos?
Será que todas estas questões fazem parte da reserva daquilo que nos identifica? Penso que sim, quanto à língua. E isso não poderia ser delegado em nós por uma União Europeia que mandasse em nós, e em que nós também timidamente mandássemos?
Já pensaram só quantas batalhas não poderíamos poupar? A do aborto, ou a da não discriminação em função da orientação sexual, ou da qualificação dos portugueses. Todas as etapas que queimaríamos caso a União da Europa avançasse mais depressa e puséssemos estes crápulas, que agora mandam em nós, no desemprego!?!
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