Salazar (II)
Há por aí Bloggers, comentadores e outros que se dão como muito satisfeitos pelo facto de Salazar se encontrar bem colocado numa eleição promovida por um programa da RTP para o "maior Português de sempre".
Esses mesmos Senhores falam-nos da "probidade" e da "moralidade" de Salazar como se ambas fossem "exculpadoras" da maldade e do autismo de Salazar. Outros apontam-nos para uma consciência que o próprio teria da finitude do seu tempo e da rejeição ao seu tempo que naturalmente se seguiria à sua morte, como se tal fosse uma originalidade de Salazar e não um pensamento recorrente comum a quase qualquer estadista e celebrizado, até com mais espírito, por outros "ditadores (Aprés moi le déluge).
Finalmente muitos, mas mesmo muitos comparam a Paz que o país fez com figuras como o Marquês de Pombal, referindo estátuas, praças e outros tributos que lhe estão feitos e dizem que estava na altura de também nós fazermos a nossa Paz com Salazar. Estes argutos observadores "só" passam por cima do simples facto de que Pombal era um fenómeno comum na Europa do seu século, o das "Luzes" e dos Ditadores Iluminados (Frederico II da Prússia, Catarina a Grande das Rússias, entre outros) e que Salazar (em conjunto com Franco de Espanha e os Coroneis da Grécia) era uma "aberração", um espinho cravado numa Europa Ocidental democrática, tolerado por uns que achavam que não saberíamos viver noutro tipo de regime e, por outros, devido a imposições geoestratégicas decorrentes da Guerra Fria.
Que haja insatisfação com a nossa Democracia é natural e legítimo, que essa insatisfação leve alguns a um saudosismo "quase esquizofrénico" e contrário à Liberdade é tão só infantil.
De Bag
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