sábado, outubro 23, 2004

copiado no Renas e Veados, colado aqui

Ando para escrever para aqui, há alguns dias, um texto sobre a Valsa de Baltimore um peça em cena na Comuna (à Praça de Espanha), mas descobri, entretanto, que as Renas e os Veados já o tinham feito e bem. Portanto segue-se o texto do blogg deles, assinado por Pagan:

Valsa de Baltimore

A Escola de Mulheres trouxe à cena uma peça da americana Paula Vogel, a Valsa de Baltimore. Encenada por Fernanda Lapa, a peça reúne 3 jovens actores (Carla Chambel, Albano Jerónimo, Pedro Carmo) que dão corpo a este texto-pretexto para falar sobre o modo como nos relacionamos com aqueles que estão próximos de nós (sometimes too close) e sobre a antecipação da perda. Comédia bitter-sweet, A Valsa de Baltimore, revisita os fantasmas que alimentaram parte da narrativa norte americana pós anos 80, focada na vivência da epidemia que assola e assolou os Estados Unidos (e o mundo): o Sida.
Na Valsa de Baltimore, somos confrontados com uma transferência ao estilo da psicanálise, que a irmã faz, para revisitar o irmão. Note-se que esta peça é também um tributo ao irmão de Paula Vogel, que morre em consequência da epidemia. Vogel transfere para a personagem da irmã, a doença, como se fosse possível ser ela a ter a doença e ele a tentar passar com ela os últimos momentos, viajando pela Europa. A metáfora da valsa refere-se pois a uma viagem imaginária, pois que nunca chegou a ser feita, entre dois irmãos extremamente e quase podiamos dizer excessivamente, próximos, conjurando ao mesmo tempo essa enorme fantasmagoria do incesto entre irmãos. Apesar dos momentos cómicos e caricatos da viagem, há pois um enorme sentimento de angústia que, pelo menos a mim, me acompanhou ao longo da peça. É como se se predizesse a eminência da morte, em personagens a que nos vamos ligando.
Depois há toda uma série de pormenores perfeitamente deliciosos, ligados à vivência camp-gay, os estereótipos dos europeus lidos pelos olhos de uma professora primária americana, que nunca tinha saído dos Estados Unidos, as vivências sexuais dela, tentando esquecer a estranha doença (na peça, há uma curiosissima inversão dos significados da doença, como se fosse uma doença característica das professoras primárias americanas, re-significando o que acontecia também com a associação SIDA-homossexuais). Em cena no Teatro da Comuna.
Pagan


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