Uns EUA pós modernos?
Na última edição da Prospect Ulrike Guérot (presidente do departamento de European Policy do German Marshall Fund em Berlim) junta-se à lista de pensadores que têm vindo a escrever sobre as relações entre a UE e os EUA. Nesse artigo Ulrike aponta alguns factores que considera inultrapassáveis entre os dois antigos parceiros, tais como a forma como os EUA combatem o terrorismo, que é de "esvaziar um lago para apanhar um peixe", ou a forma como os EUA acreditam poder moldar outros países. Sendo que o fulcro da ilusão Americana, de acordo com o autor, está no facto dos EUA acreditarem poder travar o processo de decadência do principio da supremacia do Ocidente sobre o resto do Mundo.
Guérot afirma ainda que a Europa acredita, pelo contrário, num sistema de segurança que põe a tónica na responsabilidade colectiva, em prejuízo dos interesses próprios. E acrescenta que "if power means getting what you want, then Europe is pretty powerful". Guérot continua citando outro autor Jeremy Rifkin, que no seu livro "the European Dream" diz: "The Americam dream is far too centred on personal material advancement and too little concerned with the broader human welfare to be relevant in a world of increasing risk, diversity and interdependence. It is an old dream, immersed, in a frontier mentality...the european dream emphasises sustainable development over unlimited growth..and global cooperation over the unilateral exercise of power."
Outro pensamento interessante relativamente ao qual podemos estar ainda um pouco relutantes é o da questão da não proliferação nuclear, em que Ulrike questiona porque é que a Nuclear Deterrence, que funcionou tão bem durante a Guerra Fria, não pode resultar igualmente eficaz no caso da India e Paquistão, ou de outros actores internacionais como o Irão. Até porque alguns destes regimes têm consciência que, aos olhos dos EUA, ter a Bomba é ter um seguro de sobrevivência, além de se ganhar um lugar à mesa dos mais crescidos a nível global.
Ulrike termina defendendo que "the task of the EU is to spend more on security and become more effective; the task of the US is to join us in the postmodern world".
Eu acrescetaría, ainda, que a Europa não deve esquecer as lições dos Balcãs e o custo terrível da sua não intervenção na época. Um custo que de alguma maneira nos continua a recordar todos os dias algumas das terríveis limitações que a UE ainda tem.
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