O Voto Útil
Muito mais relevante que a suposta falta de qualidade política de muitos candidatos a autarcas é a forma como as pessoas parecem dispostas a esquecer, quer os últimos quatro anos, quer os currículos de muitos candidatos, em nome de uma manifestação de suposta independência de pensamento, ou de pura revanche.
A todos os que votam em locais como Lisboa, ou Porto, e que não vão votar no PS, mas no Bloco, ou na CDU, seria bom que se lembrassem o que foram estes últimos anos em gastos sumptuários com propaganda, em negligência com as políticas de cultura, com o respeito pelas diversidades no espaço urbano, com o abandono dos jardins, parques e miradouros, com a forma como a cidade sempre veio em segundo lugar em relação às ambições pessoais dos autarcas. Seria bom recordarem-se que, à semelhança do ocorrido há quatro anos, um voto no Bloco, ou na CDU, nestes locais, é mais um voto a favor do PSD e do prolongamento da longa noite de Rio, ou de Carmona e de todas as suas trapalhadas com túneis e aventuras populistas de quarta categoria.
Recordo-me, há quatro anos, de um debate entre os candidatos a Lisboa, em que Santana Lopes chamava a João Soares molenga, por não fazer mais e mais depressa como ele se propunha a fazer (ou como viriamos a ver a publicitar que faria).
Ontem como hoje muitos eleitores parecem estar dispostos a deixarem-se confundir, com demasiada facilidade, por aquilo que são os estilos pessoais dos candidatos, quer eles sejam bons, ou maus, em vez de estarem antentos às qualidades profissionais e às provas dadas e isso também é uma infelicidade. Porque acima de tudo, nestas eleições, talvez mais do que nunca numas eleições autárquicas, está em jogo o voto útil.
De Bag
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