terça-feira, novembro 20, 2007

Cozinha positiva

Às seis da manhã, a movimentação já é grande na cozinha da casa no Prenda, bairro de Luanda. Eugênia e Felisberta tiram do forno bolos e pães. Maria Romeu e Emília reúnem a loiça a ser transportada. Domingas supervisiona tudo. As cinco mulheres fazem parte da Cooperativa de Mulheres Vivendo com HIV e Sida, formada em 2005, e que oferece serviço de buffet para eventos.
Nessa manhã de quinta-feira, a equipa atende o PlusNews mas não interrompe os preparativos para o pequeno almoço encomendado pela organização não-governamental World Learning. Pratos e talheres emprestados.
Tudo começou despretensiosamente. Os amigos sempre souberam que Domingas dos Santos cozinhava bem. Um dos grandes fãs de seus grelhados e bitoques era o activista da ONG Acção Humana, Pombal Maria. Quando ele soube que a World Learning estava à procura de um buffet, sugeriu que Santos pegasse o evento com 30 participantes. “No começo, não tínhamos nada. Fui à casa das minhas irmãs e peguei toda a loiça emprestada. Só conseguimos fazer o transporte com uma viatura também emprestada da Acção Humana. Estávamos com muito medo, mas tudo deu certo”, conta Domingas. Desde 2005 muita coisa mudou. A cooperativa já devolveu os pratos e talheres emprestados e comprou sua própria loiça, além de outros utensílios de cozinha. .
No começo, não tínhamos nada. Fui à casa das minhas irmãs e peguei toda a loiça emprestada.Hoje a equipa também é dona de um Toyota Corolla que, nos dias de eventos, faz várias viagens para transportar pessoal e mercadorias. O buffet já atendeu eventos de várias agências das Nações Unidas, da ONG Terra dos Homens e está em busca de novos clientes. Para o pequeno almoço, cobram-se US$ 8 por pessoa. O almoço varia de US$ 13 a US$ 15 por pessoa. A empresa já está a dar um pequeno lucro, que é reinvestido no negócio.
Programa de crédito.
Segundo Pombal Maria, a Cooperativa de Mulheres Vivendo com HIV e Sida é o projecto de geração de renda mais bem sucedido entre seropositivos. Em 2006, a Rede de Organizações de Serviço da Sida em Angola (Anaso) iniciou a negociação de um programa de microcrédito para seropositivos com o Banco Sol, mas o projecto continua no papel. O Programa de Microcrédito do banco, iniciado em 2001, pretende disponibilizar US$ 20 milhões em empréstimos até o final do ano. Vinte mil clientes já foram beneficiados, com valores de US$ 100 a US$ 10 mil para diversas iniciativas. Benchimol afirma que a taxa de inadimplência registada este ano foi de 2,74 por cento. Com o sucesso do buffet, Santos já está a pensar em pedir um financiamento ao Banco Sol para montar uma cozinha industrial e expandir o negócio. Um ano para lembrar. Santos, 37 anos, soube que era seropositiva em 2002. Estava casada há sete anos, com um filho de seis, e nunca havia imaginado ser possível contrair o HIV.
LUANDA, 7 Novembro 2007 (PlusNews) -

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