domingo, maio 23, 2004

Lembrar é cada vez mais não apenas recordar uma história mas ser capaz de recordar uma imagem

O título deste post é de Susan Sontag, do livro "Olhando o sofrimento dos outros"
Susan Sontag analisa neste livro a forma como as noticias da guerra e das atrocidades usam a imagem, nos nossos dias.

A crónica de Augusto M. Seabra de hoje no Público, faz referência a um artigo da mesma autora, no New York Times de hoje, sobre as torturas em Abu Ghraib. Vale a pena ler!
Nesse artigo incluiu esta citação de D. Rumsfeld numa conferência de imprensa, onde diz o seguinte:''A minha impressão é que o que está a ser julgado são actos de abuso, o que, acredito, ser tecnicamnete diferente de actos de tortura e como tal não vou usar essa palavra"
Convem recordar a definição de tortura segundo a convenção contra a tortura e o outros tratamentos crueis, desumanos ou castigos assinada em 1984 pelos EUA que diz o seguinte:
Tortura é qualquer acto que infliga intencionalmente numa pessoa severa dor ou sofrimento fisico ou mental, com o propósito de obter dela ou de terceiros informações ou confissões.
Susan Sontag prossegue dizendo que recusar-se a definir o que teve lugar em Abu Graib, e em outros locais do Iraque, Afganistão e Gauntanamo Bay, pelo seu verdadeiro nome, tortura, é tão ultrajoso quanto recusar-se a admitir que o que aconteceu no Ruanda foi um genocidio. E talvez a tortura seja mais atractiva, como algo para fotografar, quando tem um componente sexual.
No livro a autora explica a importância da fotografia referindo o seguinte:
"As narrativas podem fazer-nos compreender. As fotografias perseguem-nos."
Sinceramente, espero que estas fotografias exerçam a sua perseguição na pessoa de Bush.
Quanto a nós, e continuo a citar a autora "Recordar é um acto ético, tem valor ético em si e por si."


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