segunda-feira, julho 12, 2004

Areia nos olhos

Começou já ontem um exercício a que todos nos iremos ter de habituar nos próximos tempos, o de nos atirarem areia para os olhos. Trata-se de uma prática muito comveniente quando não querem que constatemos o vazio de obra, ou de ideias. Foi assim que Santana deu inicio ao seu consulado, ao ir a correr para a residência oficial de Presidente da Câmara de Lisboa e dar uma entrevista à SIC. Muito se poderia dizer sobre a confusão do senhor utilizar ainda essa residência, quando nitidamente já não quer saber das funções de edil para nada, mas deixemos isso para outras núpcias. A entrevista resumida deu no seguinte: por um lado a descentralização de alguns ministérios do governo, com a seguinte lógica, quem lida com férias e viagens só pode estar no Algarve, quem, por sua vez lida com empresas deve estar no Porto e por aí em diante. Num país onde tão pouco funciona, vai-se pôr em causa assim de uma penada o pouco que ainda funciona. Mais tem se a ideia clara que o senhor tinha acabado de ter algumas das ideias de que falava e que, por conseguinte, era impossível concluir que as mesmas eram o resultado de um processo de amadurecimento profundo relativamente à sua viabilidade e custos.

Por outro lado e, porque instintivamente Santana sabia que não devia estar ali naquele sitio a dar aquela entrevista, pontuava cada afirmação com um "se o Senhor Presidente quiser". Ora nem um Primeiro Ministro deve estar numa relação de subordinação tão directa com o Presidente, nem ninguém acredita que Santana acredita muito no que diz...

1 Comments:

At 6:21 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Não pode deixar de indignar o mais simples mortal a despudorada ligeireza com que Pedro Santana Lopes (que, a partir de agora, ficará na história conhecido como "o ilegítimo")anuncia a deslocação de Ministérios e Secretarias de Estado para fora de Lisboa. Para além de isso não se traduzir em melhoria nenhuma em prol do país e dos cidadãos, tal acarreterá custos impressionantes, dos quais esse desavergonhado não faz nem a menor ideia. E é isto que vai ser um Primeiro-Ministro de um país que se diz europeu e se quer desenvolvido. Tal é a prova acabada de que esse Senhor é na verdade, isso sim, um homem que não pensa aquilo que diz, um precipatado e perigoso megalómano, que não tem a menor consideração pelo dinheiro que não é dele, mas de todos nós.

O Barão de Alcântara

 

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