Para lá de Bagdade
«Unless I write something, anything, good, indifferent or trashy, every day, I feel ill.» W. H. AUDEN & «Thanking the public, I must decline/ A peep through my window, if folk prefer/ But, please, you, no foot over threshold of mine» House, Robert Browning, 1874
terça-feira, agosto 26, 2008
A "despaixão" Ocidental pela Ossétia e Abecázia
Será que uma das razões pelas quais o Ocidente não se consegue apaixonar pela narrativa emancipadora da Ossétia do Sul e da Abecázia, como se deixou arrebatar pela do Kosovo, tem a ver com o facto de se saber que elas não passam de uma forma encapuçada de expansão Russa (mal declarem a independência, mal ela seja reconhecida pela Rússia e respectivos satélites, seguir-se-á um pedido de adesão à Federação Russa...)?
De Bag
segunda-feira, agosto 25, 2008
Prisão, penas e género
Portugal e Espanha são os países europeus com maior percentagem de mulheres reclusas por tráfico de droga, o que para a socióloga Helena Machado pode ser explicado pela existência de um ordenamento jurídico com penas pesadas para o pequeno tráfico.
in DN de hoje
Espero que na tese de mestrado a investigadora compare as penas das mulheres com as dos homens, descobrindo que para crime igual a pena nãe é igual. À mulher, em regra, é aplicada uma pena bem mais pesada, sendo aqui também exercida discriminação sobre um crime que se supõe ser apenas dos homens.
Para lá
A Vereadora no Confessionário
Será mesmo verdade que uma Vereadora da Câmara Municipal de Lisboa e, anteriormente, técnica superior da mesma autarquia (de seu nome Saavedra), confessou nas páginas do Público que repetidas vezes lhe foram deixados envelopes com dinheiro para acelerar processos e que a sua única reacção foi chamar as autoras de tais ofertas de volta de maneira a devolver-lhes a "prenda"? Poderá mesmo ser verdade que uma funcionária e líder política com tamanhas responsabilidades nunca tenha chamado a Polícia e participado esses crimes?
De Bag
Ministro, "Entertainer", Deslumbrado
Tomara tivesse sido engano. Neste fds vi numa primeira página do DN o Ministro da Economia da República Portuguesa numa piscina com o medalhado olímpico Phelps.
Afinal, o que fará correr Pinho?
O seu deslumbre por celebridades, sejam elas fotógrafos famosos, ou atletas globais?
Ou o seu gosto pelas festas e concertos gratuitos (por ser Ministro)?
Não deveria ser, por muito desalento e cansaço que provoque, a economia nacional?
De Bag
sexta-feira, agosto 22, 2008
Estão bem uns para os outros
Da leitura diagonal dos textos de Blogues alusivos ao mais recente veto de Cavaco selecionado pelo Público resulta que não são só a os políticos uns trogloditas morais, o povo, infelizmente, também é.
De Bag
quinta-feira, agosto 21, 2008
A deriva de Cavaco:
Primeiro tivemos o Presidente que não se resignava com o mau estado do país e que, com essa condição mental, deixava antever um exercício dos seus poderes, no mínimo, original. Depois, tivemos o Presidente que afinal pouco parecia querer, ou poder fazer, o mesmo Presidente que se resignava a receber deputados regionais num hotel para não antagonizar o líder da mesma região. Finalmente, temos o Presidente que novamente não se resigna.
A escolha das matérias para essa não resignação é que é criativa: as contas das obras públicas; a sistemática do Estatuto da Região dos Açores; e agora, por ventura a mais original de todas, o divórcio. Cavaco quer convencer-nos que este seu veto político não tem a ver com uma visão conservadora da sociedade (a que ele tem todo o direito), mas com uma alegada protecção da parte mais fraca no momento da dissolução do contrato do casamento. Cavaco exemplifica com um caso em que um marido queira divorciar-se da mulher a quem bate contra a vontade dessa mesma mulher, por sinal, uma resignada...
De Bag
terça-feira, agosto 19, 2008
segunda-feira, agosto 18, 2008
Ver os outros: Milk
Vem aí um filme sobre Harvey Milk o primeiro autarca assumidamente gay e defensor dos gays e logo de São Francisco. Milk, assassinado em 1978, vais ser interpretado por Sean Penn.
De Bag
Etiquetas: Filmes, Gay, Harvey Milk, São Francisco, Sean Penn
Os Culpados no Cáucaso
No Cáucaso só há mais e menos culpados com alguns ingénuos pelo meio. Adorava ser mosca para poder ter assistido à conversa entre a Senhora Rice e o Presidente da Geórgia na véspera da invasão da província rebelde da Ossétia e perceber melhor aquilo que os EUA terão prometido ao seu aliado na região.
Há muito que se esperava uma reacção da "musculada putiniana" Rússia em relação à expansão da fronteira do Ocidente para o Oriente. Há muito que a incompetência e a decadência Americanas (aceleradas pelo sucesso Iraquiano) deixavam antever um regresso (mutatis mutandis) aos velhos jogos e conflitos do final do Século XIX e princípios do XX. Esperemos que esta aparente reprise histórica fique por aqui...
E, á agora, porque não insistiu ainda o Ocidente na realização de referendos nestas províncias rebeldes da Geórgia (com a participação da população que foi entretanto expulsa) à semelhança do sucedido no Kosovo?
De Bag
quarta-feira, agosto 13, 2008
terça-feira, agosto 12, 2008
segunda-feira, agosto 11, 2008
Duas faces, ou não, da mesma moeda
Corre por aí uma discussão em torno do "custo" humano e seu efeito dissuasor da operação BES da semana passada. Já repararam que a partir da morte de um dos sequestradores se podem construir dois argumentos em sentido diferente? Tanto se pode defender que da próxima vez que um qualquer malfeitor pense em roubar e fazer reféns o seu subconsciente recordá-lo-á do que se passou no BES de Campolide a um seu colega de profissão. Como se pode argumentar que no próximo ataque a um Banco os ladrões irão mais armados, melhor preparados e menos dispostos a negociar.
De Bag
sexta-feira, agosto 08, 2008
A China
No dia em que começam os Jogos Olímpicos de Beijing é dificil não recuar à cidade que conheci no princípio dos anos 80. Não havia nem turistas, nem produtos nas prateleiras. As longas e largas avenidas da capital impressionavam, não tanto pela sua dimensão, mas pelo seu vazio. Paralelas às avenidas, estreitas faixas para bicicletas monopolizavam o barulho e a confusão criadas pelos sinos das bicicletas e por quem queria atravessar incólume aqueles espaços. As cores da cidade não estavam desbotadas pela poluição, estavam-no sim pelo tom monocromático das roupas que todos envergavam, ora verde azeitona, ora uma espécie de azul pertóleo, com uns alçapões por trás para as crianças.
Atravessando a China, de Sul para Norte, de Oeste para Leste, percebia-se já naquele tempo a enorme injustiça nas enormes desigualdades. Nos gestos de alguns dos guias, ou dos contactos que íamos fazendo, percebíamos através dos atrevimentos e outras "traições" que se queria e desejava o mesmo que nós.
Passadas duas décadas, a emergência de uma classe média, o aparecimento de um embrionário movimento cívico com advogados a perseguirem, por vezes com sucesso, o Estado e a criação de "expectativas" na população levarão finalmente a China onde?
Estaremos, por ventura, longe já das célebres palavras de Lorde Montgomery of Alamein: "Rule one on page one of the Book of War is: Do not march on Moscow; Rule two is: do not go fighting with your land armies in China." Mas, estamos muito perto de um movimento profundo e tectónico que, tudo indica, conferirá um novo desequilíbrio ao Mundo.
De Bag
Moita Flores: A Pergunta
Terão os escalabitanos a mesma facilidade de acesso ao seu autarca que a generalidade dos orgãos de comunicação social de cada vez que acontece um crime? E terá ele a mesma disponibilidade para os seus escalabitanos que demonstra ter (cada vez que há um crime) para os orgãos de comunicação social?
De Bag
quinta-feira, agosto 07, 2008
Alexander Soljenitsin
A propósito da morte deste Senhor lembrei-me de uma frase de De Gaulle que dizia (mais ou menos) o seguinte: "A Rússia anulará o Comunismo como um mata borrão absorve a tinta". Soljenitsin não soube deixar de ser Russo após a queda do Socialismo Soviético. Tornou-se admirador do musculado Putin e adepto da via "Czarista" que a muito sui generis democracia Russa seguiu, sem perceber o risco de repetição dos piores erros do passado de Gulags. Era, no final da vida, uma figura incómoda tanto para o Ocidente que o acolheu, como para os Russos que o apoiaram no seu exílio.
De Bag
Ler os outros: The Enchantress of Florence, Salman Rushdie
Mais um ideal livro de Verão a reconciliar-nos com a leitura de Novels e com os seus autores. Rushdie continua no seu melhor nesta "estória" que junta a cidade estado de Florença e um dos mais iluminados Imperadores Mughals da Índia. Salman Rusdie fá-lo, naturalmente, tomando muitas liberdades com a "História".
De Bag