quinta-feira, junho 30, 2005

Não percebo

Não percebo este, pelo menos aparente, anunciado regresso à "Política do Betão".

Uma vez mais a Espanha passa-nos a perna e segue, de novo, em direcção à América, enquanto nós...

...por cá insistimos noutras direcções.

Ler os Outros: No Portugal dos Pequeninos "AVENTESMAS"

quarta-feira, junho 29, 2005

Hara Kiri "Grupal"

Triste país este em que cidadania não se associa com responsabilidade, em que nacionalidade não se equaciona com qualquer sentimento de pertença a qualquer colectivo, em que para além, em alguns casos, da família ninguém acha que deve nada a ninguém, sendo o colectivo que deve tudo às pessoas a título individual.

Só me ocorre nestes dias em que o país parece ter saído à rua, com Polícias fardados a chamarem "gatuno" ao seu Ministro, Juízes a ameaçarem que vão fazer, ainda, menos o seu já muito pouco produtivo trabalho, enfermeiros, professores e outros a reclamarem mil e uma especificidades que, coitados, os devem diferenciar em termos de carreira e idades de reforma de todos os outros, sindicatos sem pinga de decência, ou respeito pela inteligência dos seus associados, dizendo que as regalias do Fundo de Pensões do Banco de Portugal davam para pagar a reforma a muitos, como se os problemas nacionais se resolvessem com recurso a esses artifícios, a imagem do que hoje em dia se chama "criminalidade grupal".

A continuar assim das duas uma: ou se chama a Polícia (espanhola, francesa, ou de quase qualquer outro país, menos o nosso), ou então vamos todos perseguir o Guterres (que julga estar a salvo de Portugal e dos portugueses...).

terça-feira, junho 28, 2005

No Rossio

Hoje, por afazeres profissionais, tive de andar, de reunião em reunião, na Baixa, até almoçando por lá. Entre a primeira reunião e o merecido almoço no Nicola, cruzo-me com o Romano Prodi, anónimo entre a anónima população do Rossio. Só a pilha de jornais italianos o denunciava.

Depois, no Nicola, dou por mim a sentar-me ao lado de uma mesa que mais parecia a Comissão de Honra da candidtura de Sá Fernandes à CML, já que, para além do próprio, estava Ribeiro Telles e dois ilustres desconhecidos, discutindo todos à exaustão as Hortas de Lisboa, ou melhor a falta delas.

A seguir, a caminho da segunda reunião, cruzo-me com o Sérgio Vitorino , uma espécie de Tatchell à Portuguesa, o qual testava atitudes dos traseuntes perante demonstrações públicas de carinho entre pessoas do mesmo sexo e, por isso, passeava, bem disposto, de mão dada com outro homem.

Ai, como eu gostava de trabalhar na Baixa onde tudo passa e acontece!

e a ICAR continua a ditar o rumo

"a educação da sexualidade não se resume a mera informação sobre os mecanismos corporais e reprodutores, (...) reduzindo a sexualidade à dimensão física possível de controlar com vista à prevenção contra o contágio de doenças sexualmente transmissíveis e o surgimento de gravidezes indesejadas". Uma tal abordagem "deturpa" a sexualidade, "isolando-a da dimensão do amor e dos valores", e abre caminho à "ausência de critérios éticos, e à aceitação, por igual, de múltiplas manifestações da sexualidade, desde o auto-erotismo, à homossexualidade e às relações corporais sem dimensão espiritual porque o amor e o compromisso estão ausentes". in Nota sobre a Educação da Sexualidade da Conferência Episcopal Portuguesa

Enquanto não houver verdadeira separação entre o estado e a ICAR, não vai haver nenhuma alteração e tudo ficará como dantes, ou seja, sem educação sexual.

Cinema na esplanada


A partir do dia 1 de Julho, às 22h30, cinema ao ar livre às quintas, sextas e sábados.

Onde estão os críticos...

...da intransigência no Médio Oriente agora que em Israel se assistem a manifestações diárias contra a retirada de uma pequena parcela de território ocupado há mais de 30 anos, numa altura em que algumas sondagens demonstram que a população Israelita começa a não estar favorável à retirada de Gaza e da Cisjordânia.

Caso fosse a sociedade Palestiniana a organizar estes protestos diários, alguém duvida de que os comentadores do costume não teriam, ainda, vindo a público falar do fenómeno da intolerância daquela sociedade e concluir que com os Palestinianos é impossível fazer a Paz?!?

Ler os Outros: Em Busca da Legalidade Perdida, no Random Precision

O Random Precision e o Renas e Veados (ambos linkados aqui ao lado) preparam-se para levar a uma Conservatória do Registo Civil vários casais homossexuais de forma a solicitar a celebração do contrato de casamento. Quando o Conservador disser que não o pode fazer, irão os autores recorrer da decisão, se preciso for até ao Tribunal Constitucional, com base no Artigo 13º, número 2 da Constituição, o qual postula o princípio da Igualdade também em função da Orientação Sexual.

...porque é assim que se constroi cidadania. Agora só resta ver se os tribunais, para variar, cumprem o seu papel...

segunda-feira, junho 27, 2005

Lido: Lady Hester, Lorna Gibb




Numa altura em que tanto se fala de relações interculturais e de multiculturalismo é interessante recordar a vida de Lady Hester Stanhope (sobrinha predilecta de Pitt, Primeiro Ministro Britânico) e que fruto das convenções da época acabou a viver à la orientale no actual Líbano. Hester cruzou-se com personalidades notáveis de cá e de lá, por vezes em circunstâncias pouco amistosas, tendo conseguido o feito duplamente (por não só ser ocidental, mas também mulher) notável de ser aceite e respeitada como adversária e inimiga mesmo pelos Califas e Pashás da região.

Fica para a história a observação que Byron fez depois de a conhecer (encontro de que nenhum guardou recordações positivas): "Hester Stanhope that dangerous thing: A Woman with wit!"

Apanhados, ou talvez não

escapou a toda a gente a peça publicada na última Visão sobre a aparente conspiração para fabricar um processo contra Sócrates em vésperas de eleições legislativas? Uma conspiração que envolverá nomes sonantes muito próximos de Santana, elementos da PJ e jornalistas (que ou são naives, ou se quiseram deixar enganar...)

Da Liberdade

O fim de semana que acaba de passar foi o momento escolhido em todo o mundo e, também, em Portugal para celebrar o "Pride", evento que, para quem não o sabe, comemora o que se passou num bar Nova Iorquino, quando um grupo de Travestis se uniu e revoltou contra uma acção policial violenta, obrigando, pela primeira vez, as forças policiais a reconhecerem comportamentos homofobos violadores dos mais básicos conceitos de Liberdade.

Ao longo das décadas o Pride foi sendo adaptado aos locais em que ocorria, actualizando as mensagens políticas respectivas. À semelhança de outras efemérides assinaladas, como o final de Grandes Guerras, a Libertação dos internados nos campos de concentração, a abolição da escravatura, ou a concessão de direitos políticos iguais às Mulheres, o Pride deveria ser tratado com mais "respeitinho", especialmente por pessoas supostamente inteligentes.

Esta semana li algumas crónicas como a de Pereira Coutinho no Expresso, em que o autor se sente à vontade para brincar com o conceito de adjectivo e substantivo, sem explicar como é que resolve a situação de negação absoluta de direitos à população homossexual nacional (presumimos nós que não resolveria...). Mas é claro que o pior que pode acontecer a Pereira Coutinho, tirando o ser "arrastado" em Carcavelos (que, também, presumo ele não frequente) é ser assediado por uma prostituta na Fnac. Ele não sabe, nem tem de saber o que é a perseguição pela diferença, nem sabe, mas devia saber o que é a negação de direitos, que continua a ser a realidade entre nós, aos casais do mesmo sexo (desde a assistência em doença, à herança, etc). Também não compreendo como se pode confundir uma legítima aspiração a esses mesmos direitos com questões estéticas, ou modelares. Ou seja, não compreendo aqueles que tentam desmontar a questão reivindicativa de direitos iguais, dizendo, por exemplo, que os homossexuais estão a «"copiar" o que existe de mais piroso no "outro lado" - o ritual do casamento e o espalhafato da "cerimónia"», porque o que está aqui em causa nem são os gostos pessoais de cada um, nem a valoração desses mesmos gostos, mas tão só direitos, os quais cada um deve poder exercer como melhor lhe aprouver.

A marcha, ou Pride servem para chamar a atenção dos políticos que parecem persistir numa patológica distracção para este problema. O facto de alguns participantes escolherem fazê-lo vestidos exuberantemente não deve diminuir o valor do evento. Da mesma forma que não diminui o valor de uma ópera a ausência de gravata no espectador. Antes reflecte as diferenças das pessoas e as suas distintas formas de estar, ou algum cosmopolitanismo, o mesmo que Clara Ferreira Alves, na sua última crónica na Revista do Expresso, considerava ser um conceito ainda incompreendido entre nós.

Por último, nota positiva este ano para a organização que conseguiu que o Pride fosse mais mediatizado: medida actual do sucesso, ou insucesso de todas as coisas...

Lido: PORTUGAL RECORDAÇÕES DO ANO 1842, Felix Lichnowsky

Portugal precisava era mesmo de um Bill Bryson que de forma inteligente se metesse com as nossas idiossincrasias, chamando a atenção para alguns dos nossos problemas. Como ainda não tem, decidi pegar neste livrinho, sugerido por um comensal num almoço há algumas semanas, diga-se de passagem sem grandes esperanças.

Lichnowsky, jovem aristrocrata alemão, passeia-se entre nós logo após o final da guerra civil, a qual se seguiu às invasões napoleónicas. Em suma, o país estava de rastos, as finanças públicas exauridas, o património empobrecido e, só na Corte reinava um "Rei" esclarecido, por sinal um compatriota de Lichnowsky, D. Fernando. Claro que tais factos não escaparam à sua observação.

O autor visita quase todo o país com a excepção de zonas raianas e do Algarve. Como o faz ainda antes do estremecimento do Fontismo, viaja com lentidão numa terra quase sem estradas, em que os rios se substituiam, quando possível, ao actual alcatrão.

Da leitura do livro fica ainda a curiosidade da incompetência inexplicavel das tropas de D. Miguel, ao desistirem de lutar, ou a baterem em retirada perante o avanço triunfal das muito menores forças de D. Pedro. Igualmente notável os retratos de alguns dos estadistas da época: Sá da Bandeira, Saldanha, Palmela e a conclusão que ontem, tal como hoje, estávamos mal servidos...

quarta-feira, junho 22, 2005

Bora dái, no sábado, avenida abaixo!!!!!!!!!!

terça-feira, junho 21, 2005

liberdade de blogar!

C'est une première. Un blogueur est convoqué devant la 17e chambre correctionnelle de Paris aujourd'hui. Il est poursuivi pour diffamation par la mairie de Puteaux. «MonPuteaux.com est menacé de fermeture. C'est la liberté d'expression d'un simple citoyen "qui a décidé de l'ouvrir" qui est prise pour cible... face à un clan qui cumule tous les pouvoirs locaux depuis trente-six ans : maire, députée et vice-sénatrice, maire adjoint et conseiller général, 38 élus sur 43 au conseil municipal...», proteste Christophe Grébert. Depuis trois ans, son blog est une belle épine dans le pied de la famille Ceccaldi-Raynaud qui tient la municipalité. Et a décidé de contre-attaquer en justice.
Liberation dá a primeira página de hoje a este assunto.
Aqui, o blog de defesa de blogers.

segunda-feira, junho 20, 2005

esquizofrenia ano 2005


I don't understand why journalists are making such a fuss about this. Exorcism is a common practice in the heart of the Romanian Orthodox church and my methods are not at all unknown to other priests.
Father Daniel


...sem comentários...

sábado, junho 18, 2005

DBC Pierre=Peter Findlay


Tenho enorme curiosidade em relação e este escritor, pelo que tenho lido nos jornais e nos sites.
"Não me parece saudável começar agora a levar tudo isto a sério, como se fosse um autor completo - não: fiz uma coisa certa, mas também tive sorte" entrevista de hoje no Mil Folhas
Parece-me um bom exemplo de lucidez.
Ganhou o Booker prize em 2003.

quarta-feira, junho 15, 2005


Até já. Entretanto estarei por aqui a apanhar ar e mar.

Cunhal Super Star

Claro que nem o próprio, nem os que o conheceram podem aprovar o que se está a passar com as suas cerimónias fúnebres, que têm demasiado em comum com as da Irmã Lúcia, ou com as do Papa João Paulo II e que, uma vez mais, demonstram o excelente nível profissional dos media na cobertura e transmissão de funerais.

terça-feira, junho 14, 2005

"Não deixem os Eunucos interferir em assuntos do Governo"



Fascinante a biografia da última Imperatriz da China. Yehonala assistiu do leme ao período final de uma forma de administração que tinha durado 2500 anos, tendo sido, durante esse tempo capaz só quase do pior. Desde a participação em complots para o assassínio do seu filho, neto e nora, à usurpação do poder, desde a instigação da mortífera e desastrosa "Rebelião Boxer", à aliança com um grupo de reacionários, que acabam por arrastar a China para o poço sem fim que foi o seu Século XX.

Morre proferindo a frase: "Não deixem os Eunucos interferir em assuntos do Governo", frase essa que ressoa estranhamente actual...

Do Luto e da falta de sentido crítico

Virei as costas, distraído com o bom tempo e o mar e quando voltei a olhar tinham morrido quatro conhecidos portugueses: Vasco Gonçalves, Cunhal, Eugénio Andrade e Bertholo. Quanto aos dois últimos não há muito a dizer, a não ser o facto de uma vez mais se ter optado por enterrar a homossexualidade do poeta, não a mencionando um único orbituário. Claro que em toda a obra de Andrade ela está presente essa forma misteriosa de sexualidade que ele como que só vivia por metade em sonhos e exaltações.

Quanto aos dois primeiros nomes, fiquei surpreendido com a falta de sentido crítico e a forma panegírica como Gonçalves e Cunhal foram reverenciados, até por antigos inimigos, só pela coerência demonstrada, como se isso em si e de per se fosse uma qualidade (que lugar ocupará Castro, Hitler, Pinochet, ou Salazar no coração desta gente? É que líderes mais coerentes não há...). De facto Gonçalves e Cunhal foram parte e autores mesmo de uma estratégia assumida de instaurar entre nós um regime de democracia popular segundo o modelo Soviético. Também é claro que nas considerações de um e de outro, na altura, estiveram menos os interesses nacionais do que os da revolução marxista leninista soviética internacional.

Adenda: Ainda sobre Cunhal e a propósito da sua alegada luta pela Liberdade (que quanto a mim não passou de uma tentativa de substituir uma ditadura, por outra) ocorre-me o seguinte Epitáfio: "No lugar certo, pelo motivo errado".

sábado, junho 11, 2005

Na Europa negoceia-se a todo o vapor

Quem será o futuro A. J. P. Taylor que irá contar como foi que se passou e ultrapassou, ou não, a actual situação de impasse no processo de construção europeu, que não é mais do que outra fase de um "Struggle for Mastery in Europe". Na altura, como hoje, houve backstabbing entre Estados e conflitos e movimentos sociais profundos que viriam a alterar a face da "velha" Europa, por acaso para pior (ou não viesse pouco depois outra, ainda mais mortífera, guerra).

A última luta pelo poder na Europa como Taylor designou o período entre 1848 e 1918 terminou com o fim da I Grande Guerra. Como irá acabar este agora? Duvido que seja só com o fim da PAC e do cheque Britânico?

sexta-feira, junho 10, 2005


Dependendo do desfecho, nomeadamente se até ganhar as eleições, o desfecho da novela desta senhora até podia acabar num filme de Hollywood, ou num folhetim da Globo...

O que significa hoje em dia o 10 de Junho para a maioria de nós?

Para mim significou em criança a participação na inauguração da estátua de Camões no largo com o mesmo nome em Cascais. Depois, num território de estatuto jurídico sui generis, que estava ligado a nós, significou festas em grutas, jardins acompanhadas de umas declamações do soneto sobre a Leonor, que formosa seguia com o seu cântaro em direcção à fonte.

Agora não vejo bem qual a utilidade da celebração tão solene deste dia. A não ser a utilidade de pôr repetidamente o dedo na ferida do que é a insignificância e errância do Portugal dos nossos dias, quando nos comparamos com o chamado Portugal de antanho.

Tendo já vivido noutros países não me apercebi em nenhum deles de tamanha comemoração alusiva à "nacionalidade" e "comunidades". E nem essa ausência de celebração e festa alguma vez me pareceu relevante para a ligação desses cidadãos aos estados, ou mesmo o seu orgulho nessa ligação.

O 10 de Junho, acompanhado de ainda muitas outras coisas no país (por exemplo o "Expresso") não é mais do que um resquício de rituais do Estado Novo que ninguém tem coragem para reformar, porque quem eventualmente o fizer será naturalmente apelidado de pouco patriota.

E assim, enquanto alguns Barões e Viscondes da Républica convivem alegremente em Guimarães (quiçá comparando-se em importância a outras figuras históricas da "cidade-berço"), trocando os inevitáveis "galhardetes" entre si, a que muito pomposamente chamam condecorações, o país desenrola a toalhinha e mergulha o pé contrariado, porque a água ainda está fria, numa qualquer praia do país que já foi de Camões.

Adenda: Ler, em sentido semelhante o João Gonçalves no Portugal dos Pequeninos com o "O Dia"

Frida


Agora em Londres e em Outubro em Santiago de Compostela. Vamos?

quarta-feira, junho 08, 2005

Ler os outros:

"É interessante" no Resistente Existencial, sobre o papel de Jorge Coelho no país e no PS.

Assim não Carrilho

Não foi muito auspicioso o lançamento da campanha de Carrilho. Para além de uma aposta num mediatismo de gosto mais que duvidoso e que não tem nada a ver com a figura de Carrilho e, logo, um mediatismo em que ele não mostra estar à vontade, o evento do CCB não passou uma mensagem de dinamismo e de carisma do candidato que mobilize lisboetas.

E isso é mau, porque por todos os motivos e mais algum é preciso que Carrilho seja mobilizador de forma a ir buscar os votos, principalmente, do BE e também do PCP e garantir a sua vitória na capital, afastando a dupla PSD/PP que tão mal tem feito à capital.

segunda-feira, junho 06, 2005

Ar Condicionado

Acabo de assistir, na RTP Internacional, ao noticiário nacional. Entre outras coisas, vi incêndios, coisas da bola e uma prisão de uns assaltantes em que, estranhamente, a RTP estava presente. Depois, vi aquele senhor que todos os cargos nacionais recusa (nacionais, porque internacionais ainda não o ouvi,os excluir algum) perorar com grande satisfação e muitos sorrisos sobre o país e a Europa.

Desligando a TV, senti um calafrio, daqueles que sentimos numa sala com ar condicionado, pensando para com os meus botões que bem que se estava no ar condicionado.

E os Governos Civis?

Relativamente à boa ideia de António Costa de reordenar, reduzindo, o mapa de freguesias nacionais, ocorre-me uma dúvida: não seria mais fácilmais rápido começar pela extinção dos inúteis Governos Civis?

(Des)Harmonização

Hoje, em Bruxelas, esbarrei com uma daquelas embirrações comunitárias que tanto enervaram franceses e holandeses: uma inistência bizarra numa harmonização de algo, cujo único beneficiário seria a própria Comissão e nenhum cidadão europeu...

Eu, que até sou um euroentusiasta, fiquei também enervado, portanto imagino aqueles com má vontade.

domingo, junho 05, 2005

PREGÕES MATINAIS

Passo às vezesz na cama um dia inteiro
De papo para o ar, como um madraço...
Fumando qual filósofo ou palhaço,
- Sem mulher...sem cuidados... sem dinheiro!

É de manhã então que me é fagueiro
Ouvir trinar no cristalino espaço
Um pregão mais macio que um regaço,
Que se esvai a carpir... como um boeiro...

De manhã é que passa a leiteirinha,
Com seu pregão chilrado de andorinha,
Passam varinas de gargantas sãs...

E ao escutar tais cantantes semifusas,
Eu creio que oiço ao longe as frescas musas,
- A vender uvas e a pregoar maçãs.

Gomes Leal

sexta-feira, junho 03, 2005

Desaparecido de casa dos seus pais em São Bento, Lisboa


Dão-se alvíssaras a quem souber do paradeiro do Ministro da Economia.

Afinal parece estar confirmado que não há mesmo vida para além do défice...


Edward Burra, A Medusa, 1938

Governo Mal Amado II

Estava Campos e Cunha tão ocupado, perorando sobre o fim dos privilégios e benefícios dos outros, que nem reparou em si?

E, já agora, como é possível este regime no Banco de Portugal, que ao que sei é estatal?

Não pude deixar de reparar que atrás de Cavaco, hoje enquanto prestava declarações à SIC Notícias, estava João César das Neves, o qual parecia, com a sua habitual bonomia, aparentar grande à vontade com o "Professor".

Ficamos a saber que para além de Dias Loureiro, Cavaco também tem consigo César das Neves...

quinta-feira, junho 02, 2005

Governo Mal Amado

Primeiro foram os Juízes que, unidos com os advogados e outros magistrados, se declararam opostos à redução das férias judiciais, quase como se esta redução fosse prejudicial mesmo à aceleração da Justiça.

Depois, foram os polícias, enfermeiros e professores (coitados dos militares que não se podem pronunciar) criticando o previsto fim dos seus privilégios, ao que se sabe sem grande sucesso.

De seguida foi a vez da toda poderosa Associação Nacional de Farmácias vir a terreiro dizer que a redução do preço dos medicamentos, com o consequente emagrecimento das suas margens de lucro, é uma medida errada para a área da saúde.

Espertos foram os deputados e os ex-deputados, entre outros ocupantes, ou ex-ocupantes de cargos políticos que, tendo-se mantido calados, já terão conseguido regimes transitórios e outras tantas excepções que lhes garantirão todas as benesses até ao fim.

E já agora, alguém reparou no silêncio dos Bancos?

Continuo sem compreender a alarve satisfação com que alguns brindam o segundo Não à Constituição Europeia. Também não compreendo o argumento da falta de democracia do processo de construção europeia, a não ser naqueles que pretendem pôr em causa a natureza do sistema de Democracia Representativa e com isso tentar instaurar, gradualmente, uma democracia "à la Suisse" com referendos todos os dias e todos os populismos possíveis a geminar e crescer...

quarta-feira, junho 01, 2005

A gravidade da indiferença dos media...

...em relação à visita do Presidente da Argélia a Portugal só é igualada pela ignorância dos media quer em relação à nossa dependência energética (importamos quase 3/4 do gás que consumimos, sendo que a alternativa - importar gás por via marítima é duas vezes mais cara) em relação à Argélia, quer em relação ao que se passa no Mediterrâneo Ocidental em geral (região que merece outro tipo de atenção, pela proximidade geográfica e interesse estratégico da mesma para nós).



"Roma : Exercícios de Reconhecimento", por António Mega Ferreira, porque quero convencer-me que preparo uma próxima visita; e porque, tendo sido uma descoberta da minha Mãe, se está a revelar uma escrita fascinante; e porque, tendo eu sobrevoado parte de Itália e, quase toda, Roma senti um frémito especial só por isso e, logo ali, decidi que iria a Roma assim que pudesse (será em Janeiro próximo?) e pisaria o solo sagrado dos Césares e de Caravaggio, dos Borgias e de Da Vinci, entre outras personagens que desde sempre povoaram os meus sonhos, leituras e conversas.


Será que é desta que vamos ficar, ainda mais, francófilos?


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