sexta-feira, setembro 30, 2005

É pena!

Ontem fui a um jantar organizado pelo PS para a candidatura de Carrilho a Lisboa. Mais uma vez pude constatar, para além do nível surreal de algumas das "bases" presentes, a maior segurança e até "substância" de Sócrates, ainda mais sublinhadas, quando as comparamos com a falta de "jeito" de Carrilho para isto.

Não só o corpo do homem parece continuar a não acompanhar as suas palavras, mesmo quando o ambiente não lhe é hostil, como era o caso, mas continua demasiado palavroso, sem conseguir criar e lançar motes, palavras de ordem que envolvam as chamadas hostes do PS (entre militantes, simpatizantes ou mesmo aqueles frustrados com a actual equipa que gere a capital).

Carrilho só precisa de começar pelo mais simples. Precisa começar a dizer que é pena que a coligação não ponha metade da energia na governação da cidade que põe em auto-promoção; que passados quatro anos apenas mude a estética para as mesmas promessas feitas há quatro anos; que essas promessas continuam a caratectirizar-se pela mesma fantasia e impraticabilidade de há quatro anos; e que acima de tudo como podem eles prometer para os próximos quatro anos, aquilo que já podiam e, em alguns casos, teriam de ter feito nos últimos quatro.

E é pena que Carrilho não o tenha até agora feito. Porque, não obstante o seu difícil estilo pessoal, ele dará, ou daria um bom Presidente de Câmara.

De Bag

Ler os outros: "O modesto apoio d'O Jumento à candidatura de Aníbal Cavaco Silva"

(...) "Dias Loureiro é a prova de que com o cavaquismo quem porfia, quem se dedica ao trabalho tem a recompensa merecida, coisa rara nestes países do sul, de modesto advogado de Coimbra o actual coordenador da campanha autárquica do PSD chegou a uma das caras mais visíveis do grupo BPN. E se considerarmos que Dias Loureiro foi o secretário-geral do PSD escolhido por Cavaco Silva no congresso da Figueira tendo depois sido ministro da Administração Interna, para alegria do progenitor que, como todo o país, soube da notícia pelo telefone, temos que considera que o homem não só é um grande político, como também terá que ser um trabalhador incansável.

Para a história ficará o seu desempenho na crise do buzinão da Ponte 25 de Abril onde "comandou" o pelotão de intervenção da GNR, a extinção da Guarda Fiscal e a sua integração da GNR com os resultados brilhantes do combate à fraude e evasão fiscais que estão à vista de todos; foi também das poucas figuras do cavaquismo que não foram incomodadas pelo Independente nos tempos do director Paulo Portas. No PSD tem sido um militante unificador, tanto foi secretário-geral de Cavaco como foi um dos suportes daquele que o Professor cognominou por "Má Moeda" e até são muitos que desconfiam que foi o autor do mais famoso discurso pronunciado por um primeiro-ministro na sua posse.

Por fim temos a garantia das suas qualidades humanas depois de Jorge Coelho o ter colocado no topo da lista das pessoas que mais aprecia.

Por tudo isto e sabe-se lá que mais Dias Loureiro é a face humana do cavaquismo, o verdadeiro betão de carne e osso do cavaquismo passado e futuro."

De Bag

quinta-feira, setembro 29, 2005

O país a reformar

Num país que, consensualmente, carece de reformas, pelo menos tanto como carece, neste momento, de água, não nos podemos admirar que quando o governo começa a reformar, surjam movimentos em defesa de direitos ancestrais e de privilégios dos quais não pretendem desistir. É assim, é sempre assim em todo o lado.

Por isso sempre estranhei quando no longo consulado Cavaquista me diziam que o homem era o primeiro autor no Portugal democrático das grandes reformas, a que se convencionou chamar estruturais, porque o país permanecia estranhamente calmo. O desemprego era baixo, os subsídios às empresas chegavam indiscriminadamente a todas, às viáveis e às inviáveis com iguais facilidades e o funcionalismo público engordava em tamanho e salários. Veja-se o que se passou, na altura, na vizinha Espanha...

De Bag

terça-feira, setembro 27, 2005

O Boçal e o Chantagista

Depois de constatarmos que as instituições do Estado se ausentaram para parte incerta em Felgueiras, ficamos agora a saber que as mesmas instituições continuam ausentes na Madeira. É que uma coisa é ignorar, ou não dar resposta a boçalidades, outra é permitir, indiferente, que Jardim chantageie os cidadãos madeirenses com a ameaça de retirar todos os investimentos do "seu" Governo Regional às localidades geridas por autarquias de partido diferente do "seu".

Curioso ainda que Marques Mendes que se tem declarado tão empenhado na sua cruzada pela moralização da vida política nada diga sobre isto.

De Bag



E se o aluno de uma aula sobre escrita for melhor que o professor? E se a primeira obra do aluno for melhor que todas as produzidas pelo professor? E se a própria finishing school, gerida pelo professor e pela sua namorada, seus proprietários, for uma enorme fraude? E se a inveja, o ciúme e a insegurança condimentarem ainda mais esta história?

De Bag

Operação de alto custo

Ainda sem se saber que se passará na Ota, ou sem que o público tenha tido ainda acesso aos estudos que fundamentam a Ota, o governo, pela mão do seu Secretário de Estado do Turismo, anuncia hoje a construção de mais outro aeroporto, que não o da Ota, para as companhias aéreas de baixo custo. Supõe-se que todo este imbróglio seja tudo menos de baixo custo.

De Bag

segunda-feira, setembro 26, 2005

Quem não vê é como quem não sabe ... o provérbio ao contrário também se aplica

A moda usou o seu look heroin chic para vender e vendeu bem.
Toda a gente sabe como funciona o mundo da moda, mas a hipocrisia reina quando as imagens saltam cá para fora.

Ler os Outros: TANTA PEDRADA, COITADA… no Jumento

"Cavaco que é contra o ruído interrompeu o seu conveniente silêncio para se manifestar indignado [Fátima Felgueiras], ele que governou durante os dez anos em que se registaram mais enriquecimentos estranhos neste país sem que alguém tenha sido condenado e até premiou o Procurador-geral que foi responsável por esta paz nos tribunais com um lugar no Tribunal de Justiça Europeia. Estará Cavaco Silva esquecido do tempo em que os seus ministros faziam xixi nas calças do pijama todas as quinta à noite com medo do que o Independente de Paulo Portas ia noticiar nas sextas de manhã?"

De Bag

Sondagens

É óbvio que, até pelo post anterior, tenho as minhas reservas quanto aos considerandos que os senhores das sondagens fazem relativamente à multiplicação de candidatos e a uma putativa consequente redução da abstenção com a resultante realização da tão almejada segunda volta...

De Bag

domingo, setembro 25, 2005

Afinal, tudo indica, que o célebre passeio de Cavaco, descendo a Avenida da Liberdade, continuará a sê-lo, não por falta de opositores, mas pelo seu excesso...

De Bag

sábado, setembro 24, 2005

the bag


O que achas De bag? O artista é português.

Lisboa é feita de surpresas e contradições, algumas típicas do chamado urbanismo das cidades mediterrânicas (com elevado grau de "miscigenação sócio economica"), outras que vão ainda mais longe. Eu explico. Hoje, regressando a casa carregado de jornais, passando à frente de montras de lojas de marcas internacionais de prestígio e de montras de marcas nacionais de renome, começo a sentir um cheiro de churrasco que, quando dobro a esquina, se auto-explica: estava um senhor de um restaurante a assar uns frangos num passeio, com não mais de 80 cms de largura (e claro que não moro por cima do dito restaurante, não sei mesmo se não será mais um prédio quase devoluto...).

São cenas a que já não se assiste nem em Roma, nem em Madrid, ou mesmo em Atenas e que nos transportam directos para as teses sobre o provincianismo de Pessoa, ou para os romances lisboetas de Eça. Só que, ao contrário do que esses escritores constatavam infelizes e frustados por não viverem numa cidade mais sofisticada e desenvolvida, hoje em dia, não sei se não serão esses retratos a conferirem algum encanto e "vantagem" a uma Lisboa, que teima continuar adormecida.

De Bag

quinta-feira, setembro 22, 2005

dean and page


Para lá

Ler os outros: "Não me resigno, não senhor", no Jumento, com Cavaco em mente

De Bag

Ler os outros: Vaticano protege criminoso de guerra?, por Ana Gomes no Causa Nossa

Não percebo a surpresa, não é a primeira vez e com certeza não será a última.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Recordações de Wisenthal, recordações de Israel

Hoje, ao ler a notícia da morte de Wiesenthal, um homem que nunca desistiu de perseguir Justiça, um herói , fui catapultado para um tempo de alguma inocência em relação ao Estado de Israel. A um tempo em que acreditei que o país de Wiesenthal era um país preocupado com a Justiça, consciente da importância pelo respeito da Memória, atento aos direitos de terceiros. Esse passado é hoje quase lírico de tão desligado da realidade do presente.

Para quem quiser ler mais sobre a região, um Blog diferente: Palestine Free Voice


De Bag

A União Europeia cada vez menos exigente...

E os direitos humanos? E a liberdade de expressão? E os Curdos?


De Bag

Ler os outros: Cavacologia, por João Cardoso Rosas

Um retrato sociolo'gico de quem se ocupou da poli'tica em Portugal, durante os mandatos de Cavaco?

"Cavaco apoia-se nas partes mais dinâmicas, ou nas franjas mais engordadas da sociedade portuguesa? Esta é uma interrogação fundamental. Teme-se, com razão, ver Cavaco rodeado pelos barões dos seus governos. Aqueles que não deixaram qualquer legado de serviço público. Aqueles que se serviram da sua estada no poder para ganhar vantagem nos negócios e agora se querem servir dos seus negócios para ganhar vantagem no poder. (...)"

De Bag

Fátima

O que está errado com Fátima Felgueiras é o que está errado com o país.

Bag

Se as pedras que calçam a Grande Praça de Bruxelas falassem, não contariam só as histórias das corporações que, ao enriquecerem a cidade, fizeram construir estes prédios flamejantes. Também não nos falariam apenas da Borgonha antiga e das tentativas desesperadas da Isabel de Avis para a salvar de França e do Império, ou das entradas triunfais de Carlos V, ou de todos os mártires que cairam contra o Alba, ou, ainda, dos bombardeamentos e da destruição trazida à cidade por Napoleão.

Do que nos falariam sim era de todos os grupos de jovens europeus, nas suas roupas de marca, contentes sentados em noites amenas sobre as pedras gastas e sofridas, bebendo cerveja, brindando ao amor, ao prazer, à vida, tudo de uma vez, em francês, italiano, alemão e inglês, (para não falar de outras línguas que só são novas porque não estamos habituados a elas).

De Bag

o turismo do futuro

para alguns, é claro!








Para lá

segunda-feira, setembro 19, 2005

"PREC" - Processo de Renovação Em Curso

Como tudo na vida, especialmente aquelas coisas que correm bem, chega sempre uma altura em que para que elas possam continuar a crescer e até melhorar (we hope!) tem de se mudar.

Foi o caso deste Blogg, que começou com dois/duas autores/autoras, que iam escrevendo ao despique, sem qualquer preocupação, ou necessidade de se identificarem, ou explicitarem qual é que apoiava Soares, ou quem tinha lido Sebald. Agora que nos preparamos para das as boas-vindas a mais um/uma escritor/escritora achamos que está na altura de por de lado a nossa preguiça. Assim decidimos que cada um/uma assumirá uma "medida" de identidade e não mais que isso.

Passaremos a, no final de cada "Post", assinar. Como nenhum de nós estava disponível para assinar com o seu nome, optámos, após cuidadas deliberações pelas seguintes "assinaturas":

Para Lá
De Bag
Dade

E assim, por agora, termina o nosso PREC.

Quo vadis Alemanha?

Independentemente do que venha a acontecer na Alemanha, a confirmação da vitória de Merkel é como se fosse uma derrota, porque a vencer será por uma margem tão curta que não lhe permitirá reclamar a legitimidade necessária a tão grandes inflexões em matérias como a política externa, ou a política fiscal. A mesma coisa se poderá dizer em relação a Schroeder, que muito embora tenha conseguido reduzir a diferença de 10 pontos percentuais que a maioria dos estudos de opinião davam de vantagem a Merkel, ainda não há muito tempo, não conseguiu, nas urnas, uma legitimação clara à sua acção executiva dos últimos anos.

Estranhamente, em Portugal, parecemos estar um pouco distraídos quanto ao que se passa naquela que continua a ser a power house da economia europeia.

domingo, setembro 18, 2005

Ler os outros: Quem são os próximos?, por Vital Moreira no Causa-Nossa

A seguinte citação de Vital Moreira:

"A democracia deve tolerar os seus inimigos; mas não pode fingir que eles não existem."

Leva-me ainda a outra interrogação: Onde está, nesta altura, o Presidente de todos os Portugueses (incluindo presume-se os cidadãos homossexuais)?

De como, para Cavaco, cada dia a mais é um dia a menos

Passados que estão dez anos sobre a saída de cena de Cavaco, todos os sinais indicam que ele, infelizmente, não mudou. Senão vejamos, o último do seu abundante spin que tem a ver com o agendamento da sua putativa comunicação ao país (putativa porque até agora nem o próprio a assumiu, nem ninguém oficialmente por ele, mas também aqui se vê o respeito e consideração que Cavaco nutre por todos nós) diz-nos agora que a mesma irá ser adiada por respeito para com o rescaldo das autárquicas e por Fátima. É óbvio que o que Cavaco irá procurar avaliar, se calhar pela milionésima vez, é se os resultados eleitorais das autárquicas lhe criam a dinâmica que ele acha que precisa para avançar e se as últimas sondagens lhe diminuem os receios de derrota. É igualmente evidente que Cavaco, de quem não se conhece, felizmente, quaisquer manifestações públicas de especial consideração para com a Igreja (e aqui até parece inspirar-se na demagogia de Portas com a Igreja, Irmã Lúcia et all) também achou que usar a carta de Fátima só parecia bem.

Com mais este putativo reagendamento, que implica o prolongamento do seu silêncio e que significa, ainda, um dia a menos de perguntas, debates e, pior que tudo, respostas, Cavaco demonstra à saciedade quem é e como faz. Continua, na sua vida pública, a saltar calado de tabu em tabu, nervoso e inseguro, achando perfeitamente natural e legitimo que, sabendo toda a gente que ele gostava de, já em Janeiro, ser eleito Presidente de todos nós não tem, ainda assim, que nos dar, nem quaisquer esclarecimentos, nem sequer a sua visão sobre o que se passa em Portugal e no Mundo.

Por muito mal que estejamos, será mesmo este perfil que precisamos em Belém?

A missão do Esquadrão G?

O presente debate sobre certos programas televisivos fez-me recordar uma passagem de uma entrevista de Umberto Eco lida há muitos anos atrás, em que ele se pronunciava sobre o fenómeno da Televisão em geral e do telelixo em particular, defendendo, mais ou menos, a seguinte ideia: "A Televisão, para quem antes não tinha qualquer acesso, ou tradição de acesso à cultura e ao mundo, mesmo quando não tem qualidade, pode cumprir um papel positivo, uma vez que, por muito estereotipada, ou parcial, ou subjectiva que seja a mensagem que transmite, acrescenta algo a que, com toda a probabilidade, essa pessoa nunca acederia. Para quem já tem acesso a bens culturais, a livros, educação, informação, a Televisão, além de no geral nada acrescentar, tem, ainda, o efeito perverso de diminuir."

sábado, setembro 17, 2005

Lwr os Outros: o Editorial de José Manuel Fernandes no Público de hoje (link indisponível)

Muito embora concorde com José Manuel Fernandes que seria preferível que, quando possível, os Palestinianos de Gaza não destruissem as Sinagogas dos colonatos que o Governo Israelita resolveu, à última hora, não demolir porque um partido ortodoxo religioso ter bloqueado a votação e uma repetição da mesma implicar um maior atraso da retirada, considero que só uma profunda desonestidade intelectual permite que Fernandes compare o comportamento de Suleimão o Magnífico, o conquistador de Constantinopla, com o comportamento dos "ocupados" Palestinianos. Enquanto para um nada era mais fácil que demonstrar a sua magnanimidade, visto estar numa posição de força, para outros continua, infelizmente, a ser impossível esquecer a humilhação diária da ocupação, até porque ela persiste há mais de 30 anos na maior parte daquele que poderá ser um dia (caso Israel deixe) o Estado da Palestina (cerca de 20% do território total da antiga Palestina Britânica).

sexta-feira, setembro 16, 2005

Ler os outros: "Pior é Impossível", por Ricardo Costa

Subscrevo por inteiro tudo o que diz, com uma única precisão: a incompetência de Sócrates, propositada, ou não, a gerir este dossier só é proporcional à repetição do erro que é permitir um segundo referendo sobre a despenalização do aborto. É que direitos nunca se devem referendar, para não acontecer o caso de que os direitos, neste caso, de umas, estarem dependentes e, pior ainda, reféns, de todos.

Os Nomeados (II)

A suposta clarificação relativamente à contratação de Vitorino passar pela Galp e não pelo Governo é mesmo só isso.

E já alguém reparou nos efeitos a longo prazo de Macau na nossa política?



Descobri, há dias, este livro de Sebald, autor que até agora me assustava um pouco. Li-o todo ontem em comboios e ao almoço no Guarany. Sebald neste livro parece não escrever mas pintar. Cada uma das três histórias que nos traz são uma multiplicidade de pequenos quadros que dão, de forma poética, vida, cor e textura a três personagens reais e aos detalhes ficcionados das suas vidas, como mosaicos bizantinos.

Desde o percurso do pintor Grünewald no mar alemão medieval e as descrições de Sebald dos altares de igrejas por ele criados ("The misfortune of saints/is their sex, is the terrible/separation of the sexes...), ao botânico Steller que parte na expedição de Bering e conhece o mesmo fim que o comandante da expedição no "greenish-grey (...)ocean, the Arctic water-sky, under the clouds" e, finalmente, ao próprio Sebald que, ao referir-se a Alexandre, parece só não prever a sua própria morte:

" Outside, with swollen sails´
the ships make headway, and
the shadows already graze
the cypresses, and beyond them
Egypt's mainland extends.

The Nile delta can be made out,
the Sinai peninsula, the Reda Sea
and, still farther in the distance,
towering up in dwindling light,
the mountains ranges,
snow-covered and ice-bound,
of the strange, unexplored,
African continent."

O Ouro do Brazil

Não vi o debate de ontem Carrilho/Carmona, mas dos excertos que passaram entretanto fiquei com a ideia que o confronto de candidaturas foi para o PS, à semelhança do ouro do Brazil no Portugal do Século XVIII, uma oportunidade desperdiçada com arrogância, crispação, agressividade e não assertividade e pouca objectividade.

quinta-feira, setembro 15, 2005

20 centímetros - abertura do festival de cinema gay e lésbico de lisboa


20 centímetros de Ramon Salazar, podem ver trailer aqui desta comédia musical.
Hoje, a não perder - cinema QUARTETO!

quarta-feira, setembro 14, 2005

A falta da "originalidade" da reacção, face a um anúncio de reformas, do grupo corporativo dos professores, reacção exactamente igual à de todas as outras corporações (Juízes, Polícias, Forças Armadas, Greves, Greves de Zelo, desculpabilizações várias), já não surpreende, nem mesmo depois da divulgação do Estudo da OCDE com informações pouco cor de rosa sobre o estado do ensino entre nós.

Ler os outros: "Contribuintes" no Portugal dos Pequeninos

Os nomeados

A história das nomeações políticas deste governo não pode ser mais contrária aos princípios que o governo alega defender e pretende pôr em prática para todos os cidadãos, nem mais contrária em relação ao espírito com que a maioria dos eleitores nacionais depositaram a sua confiança há poucos meses em Sócrates.

Primeiro foi a nomeação de Gomes para a Galp, depois a de Vara para a Caixa, entretanto a de Oliveira Martins para o Tribunal de Contas e agora a de Vitorino, espécie de cereja no topo do bolo apetecido dos fundos públicos, para representante do Estado no processo de renegociação da estrutura acionista da Galp. Claro que estou aqui a deixar de fora inúmeras outras de personalidades, felizmente, bem mais anónimas.

Quanto às primeiras duas nomeações o problema está no facto de a forma como esses senhores passaram e sairam dos lugares políticos que ocuparam, num passado ainda não suficientemente longínquo. Já relativamente à terceira nomeação ela é preocupante, não tanto pela figura em si, mas pelo facto de significar uma partidarização inaceitável de um orgão que deveria conduzir a sua actuação com base em critérios estritamente apartidários.

Já a última nomeação, a de Vitorino ela simboliza tudo o que está errado com este país: desde o facto de se premiar alguém que não tem qualquer noção nem de serviço público, nem de sacrifício pessoal e que, ainda assim, só pelo facto de andar a fazer alguns fretes, como escrever documentos para o Partido, ou coordenar, e não muito bem, as "Novas Fronteiras" recebe agora um bombom, que ainda ninguém sequer sabe a quanto irá ser pago...

terça-feira, setembro 13, 2005

Ler os outros: o artigo de Prado Coelho hoje no Público (link indisponível)

...sobre a saída de um administrador da TVI por oposição à venda da Media Capital à espanhola Prisa.

Um negócio sobre o qual estará ainda muito por se dizer, em especial no que respeita a uma intervenção governamental...

Ler os outros: "Um Presidente Economista?" sobre Cavaco e Cadilhe e uma recomendação de Rebelo de Sousa, no Jumento

"(...) Ambos foram ministros das finanças, sendo possível comparar o seu desempenho nesse cargo , ora Miguel Cadilhe foi um ministro das finanças competente enquanto Cavaco Silva foi um desastre tão grande que depois da sua passagem pelo cargo Portugal teve que ir pedinchar para a porta do FMI.

Aliás, Miguel Cadilhe foi o único ministro das Finanças competente dos governos de Cavaco Silva, e uma boa parte da sua imagem de rigor resultou do desempenho do economista do Porto. Depois de Cadilhe, Cavaco Silva escolheu para o cargo de ministro das finanças o complexo Miguel Beleza, o “doido” do Braga de Macedo e Catroga que era mais um homem de mão do que propriamente um ministro das finanças.

Além disso todos sabemos o que Cadilhe pensa, porque o ex ministro tem dito ao longo dpensa ou não diz o que pensa, e o seu diálogo apenas se faz com os barómetros e as sondagens.estes anos o que pensa, o se diálogo tem sido com o país, ao contrário de Cavaco ou não pensa, ou não diz o que pensa e o seu diálogo apenas se faz com os barómetros e as sondagens."


Bush, acompanhado pelo pai, de visita a Nova Orleães demonstrando assim no que consiste o chamado "conservative compassion"...

segunda-feira, setembro 12, 2005

Café 2


como não encontrei o número 1, comprei o 2 e não me arrependo.

Rendez-vous á Saint-Germain com Ann Margaret, Katerine, Francoise Hardy e Etienne Daho, Juliette Greco, Pink Martini, Nat King Cole. Boa música.

Perda irreparável - o jazz em New Orleans


Dois artigos na Pública de ontém sobre um assunto que já tinhamos referido aqui no dia 2 de Setembro. O jazz está mais pobre.
O artigo de Alexandra Prado Coelho acaba assim:
"A cultura sobrevive", garantiu, por seu lado, ao "Los Angeles Times" Quint Davis, director do festival de jazz de Nova Orleães. "Sobreviveu à escravatura. Sobreviveu a tudo até agora. Acho que não se pode parar a dança. Não se pode afogar a dança. Dançamos nos funerais, e agora temos de dançar no nosso próprio funeral."

Ler os outros: A entrevista de Cravinho ao Diga Lá Excelência (link indisponível)

Nesta entrevista Cravinho faz algumas observações interessantes, como o facto da não campanha de Cavaco ser a melhor campanha de Cavaco; ou a situação da corrupção em Portugal (ainda nos lembramos de como e porquê Cravinho saíu do Governo...); ou, ainda, as presidenciais, o PS e Alegre.

O 2º MFA

Tudo indica que cabe agora a vez dos militares a participar na alegre caminhada para o abismo do país. Se de facto a manifestação anunciada para amanhã for por diante, os militares, longe de estarem sózinhos, juntar-se-ão a um número crescente de classes profissionais do dito funcionalismo público numa inexorável marcha para perda de dignidade.

Se, por um lado, até poderiam ter alguma razão nalgumas das suas pretensões relativas, nomeadamente, ao congelamento de carreiras que, como é óbvio, terá de levar a um repensar radical do número de efectivos das Forças Armadas (porque em Portugal assiste-se quase a uma pirâmide invertida com números mais elevados do que seria expectável de oficiais de patente elevada, vis a vis os de patente menos elevada, um facto que tem a ver, ainda, com uma herança da Guerra Colonial), por outro, perdem-na ao cederem assim a um instrumento de pressão que, por razões evidentes, lhes está barrado: o da manifestação. Tal como também não podem continuar a exigir a permanência dos sistemas de assistência na doença tal como estão. Mas neste último aspecto, nem estão sós, uma vez que magistrados, trabalhadores judiciários, polícias e outros fazem-lhes companhia neste ritual suicidário quase canibalístico de quem "come a própria carne" e não quer outra coisa.

Interessante esta notícia

que me chega via Briteiros sobre a eficácia que o poder político pode, por vezes, ter sobre o poder económico (a propósito da possibilidade de imposição de um imposto extraordinário sobre o petróleo e a imediata redução de preços de combustíveis anunciada pela BP e Total). Isto, claro, só é possível quando ambos não dormem na mesma cama...

Uma iniciativa do Bloguítica a seguir com atenção

Paulo Gorjão propõe-se a:

"..identificar os casos de laços de parentesco na política. Por exemplo, um líder de uma distrital cujo filho seja deputado. Um governador civil cujo filho faça parte dos órgãos de um partido. Um presidente da câmara cuja mulher seja ministra. E assim sucessivamente.

Os dados deverão ser enviados para o email": paulogorjao@gmail.com.

domingo, setembro 11, 2005

As notícias que Esther Muzcnik nunca relata

Ao ler, na edição de hoje do Sunday Times, a notícia de que o documentário "Death in Gaza" foi nomeado para 3 Emmies, bem como o relato da odisseia dos familiares de James Miller (um reporter perfeitamente identificado "fuzilado" pelo exército Israelita em Gaza) que, à semelhança dos de Tom Hurdnall, tentam tudo para conseguir justiça do Estado de Israel, fez-me pensar em todas as vezes que vemos na Televisão, ou lemos nos jornais os relatos de mortes causadas pelo exército Israelita. Sempre mortes "justificadas" por se tratarem, também sempre, de terroristas, ou de militantes Palestinianos (duas categorias que, segundo uma qualquer lógica, os tornam equivalentes) e quantas destas mortes não serão iguais nas suas circunstâncias às destes dois estrangeiros? Quantos Palestinianos não terão sido já injustificadamente assassinados às mãos de um dos melhor equipados exércitos, servindo, de acordo com muitas opiniões, uma das poucas, senão única, democracia na região? Quantos familiares destes Palestinianos, caso tivessem os mesmos recursos dos familiares de James Miller, ou de Thomas Hurdnall, não poriam em causa a maioria das acções supostamente antiterroristas do exército Israelita e dos seus soldados "trigger happy"? E para quando, Cara Esther, uma crónica sobre, pelo menos, estas duas mortes?

Waiting - Augusta Skye

How many more farewells?
A brittle fan of bones,
Once your hand,
Waves across your face
Like a metronome slowing down.
The one good eye, still aquamarine
As a Turkish sea,
Cannot, thank God, see what
You've become.
Your greeting, for years so
Loud and full of declarations,
Is no more than a smudged, silent
Kiss on my hand.
Then you sleep again.
You don't remember how
You scoffed at old infirmity,
And never guessed in all
The years you entertained
How long it takes to die.

sábado, setembro 10, 2005

ainda sobre o Katrina

direitos humanos (ou a ausência destes) em tempo de crise

Ainda a propósito do Katrina

não vi ninguém apontar as últimas declarações relativas aos refugiados de Nova Orleães e às condições em que viviam em estádios proferidas por Barbara Bush:

"Everyone is so overwhelmed by the hospitality. And so many of the people in the arena here, you know, were underprivileged anyway, so this, this is working very well for them,"

sexta-feira, setembro 09, 2005

Um pic-nic ao Martim Moniz

Ontem lá resolvi ir, curioso, até ao número 88 da Rua de São Lázaro, que é o local onde se encontra a Associação ILGA-Portugal, para ir assistir àquilo que os partidos políticos candidatos à governação da capital achavam que tinham de dizer de importante aos lgbts e a alguns dos seus representantes.

Comecei por ficar admirado com o facto de estarem todos presentes. Até um senhor do CDS/PP, que por falar em estereotipos, lá teve, a dada altura, de puxar de um cachimbo. Depois continuei pasmado com duas coisas em particular.

A primeira era a de quem ouvisse aqueles senhores e senhora julgaria com certeza viver num país diferente, pois afinal todos eles ofereciam mil e uma coisas aos lgbts lisboetas e até o único que não ofereceria nada de especial prometia, pelo menos, que não discriminaria. Claro que esta cena trasladada para qualquer outro país, ou capital um pouco mais civilizada daria logo inúmeras reacções, mais, ou menos edificantes por parte do público, público esse que assistia um pouco amorfo de mais às sucessivas baboseiras...

A segunda foi a apresentação de alguns argumentos para a não concessão da Igualdade de Direitos a todos os cidadãos, independentemente das suas orientações sexuais, por parte, primeiro da senhora do Bloco e, depois, dos senhores do CDS e do PPD que apesar de gastos e pouco lógicos demoraram a ser rebatidos.

Começando pelos últimos, chocou-me que pessoas supostamente inteligentes ainda admitam recorrer à velhinha fórmula jurídica da Igualdade (igual o que é igual, diferente o que é diferente...) que não mudou muito desde o século XIX nem na formulação, nem nas situações em que a procuram aplicar, sempre, sempre para justificar uma oposição a qualquer avanço de direitos. Mais, o representante do PPD, como quem não vê o abismo para onde alegremente caminha, continuou a argumentar que o Direito precisava de consultar outras ciências antes de avançar, algo, outra vez, exactamente igual àquilo que as pessoas que se opunham à concessão de direitos políticos e económicos às mulheres diziam até há algumas décadas atrás (alguém deveria republicar a quantidade de estudos, hoje hilariantes, sobre a importância das diferenças fisiológicas e os seus reflexos comportamentais e diminuidores da responsabilidade)...

Igualmente grave foi o facto de a senhora do Bloco de Esquerda procurar escudar a inactividade parlamentar bloquista nestas matérias numa falta de consenso na sociedade portuguesa quanto a estas mesmas matérias. Ora aí está mais uma originalidade que aplicada a tudo nos daria um legislador que provavelmente reintroduziria a pena de morte para alguns crimes, ou retrocederia na concessão de direitos políticos aos cidadãos de raça diferente e por aí em diante, tudo em nome de satisfação do consenso social na matéria, uma vez que isso é, aparentemente mais importante para o Bloco, do que a defesa de Princípios, ou de Direitos Humanos...

Porquê?

Porque razão andarão tantos apoiantes de Cavaco tão nervosos com a candidatura de Soares? Acusando alguns mesmo uma falta de nível na forma e na substância das críticas que lhe dirigem? Porque razão não preferirão regozijar-se com a qualidade das candidaturas e do debate que as mesmas suscitarão?

Ainda por cima quando as primeiras sondagens (após o anúncio de Soares) até dão uma margem generosa de avanço a Cavaco...

quinta-feira, setembro 08, 2005

So what?!?

...ainda estou a tentar perceber a que propósito a SONAE tem de ter direito a cobertura televisiva em directo da demolição de duas, de um total de seis, das inestéticas torres de apartamentos que existem em Tróia?!?

...as quais irão ser substituídas por um empreendimento de luxo, o qual, ninguém parece muito interessado em perguntar, irá dificultar, senão impedir, o acesso a grande parte das praias de Tróia...

...notícia seria sim a implosão de todos os monntros de betão junto à costa nacional, mas depois não teriam de vir as "maisons" e as rotundas?

Leitura de Férias VII



quem disse que a leitura de ensaios, política e relações internacionais tinha de ser boring?

E agora para algo realmente importante...



A maior revelação da última edição da Vanity Fair nem é a descoberta do mau carácter de Karl Rove, nem o sofrimento da Aniston com a traição de Brad Pitt. A revelação principal foi feita por este rapaz nada mal parecido de que descende de portugueses.

terça-feira, setembro 06, 2005

A "Pena" das autárquicas

Porque será que olho para as autárquicas como se fossem um castigo, que somos obrigados a cumprir, para que cheguem as presidenciais (as eleições com candidatos com substância e qualidade)?

E não poderiam, pelo menos em algumas circunscrições, ser abolidas?

segunda-feira, setembro 05, 2005

Terá Sócrates voltado atrás com a sua palavra a Freitas, a propósito das Presidenciais?

Leitura de Férias VI


Fascinantes as memórias de Alexis de Redé, figura central de uma certa sociedade parisiense e europeia da segunda metade do Século XX. Alexis, que perde os pais e fortuna cedo, torna-se um protegido de um milionário Chileno, vivendo ambos as suas próprias "homossexualidades". Brilhante a edição de Vickers, o mesmo que produz a última versão dos diários de Beaton.

Leitura de Férias V



Um curto, mas detalhado, "account" da juventude de Churchill

domingo, setembro 04, 2005

a nossa praia


este é o acesso para a melhor praia da europa

foi o que disse um dos participantes do ritual de todos os sábados de agosto e pelos vistos também deste mês! O pôr do sol estava magnifico, ontém.

Por onde parará Portas?

Será que nos próximos tempos não iremos ouvir falar novamente dele? Ou será Ribeiro e Castro bem sucedido?

sábado, setembro 03, 2005

O sofrimento dos colonos de Gaza

Li, há dias, no Público, uma outra crónica da Esther Mucznik em que a mesma se insurge contra um artigo de Alexandra Lucas Coelho, no qual esta autora desvaloriza o sofrimento dos 8, ou 9 mil colonos de Gaza, especialmente quando comparado com o sofrimento dos mais de 1 milhão de Palestinianos amontoados no resto de Gaza. Esther brinda-nos com várias pérolas, como a da falta de imparcialidade de Lucas Coelho, ou a de que a desumanização começa pela desvalorização do sofrimento. Quanto à primeira com certeza Esther não quer exigir dictâmes tão rigorosos aos outros que ela própria não esteja disposta a aplicar, já relativamente à segunda, estará Esther a dizer-nos que devemos ter igual compaixão pelo sofrimentos de um criminoso e das suas vítimas?

sexta-feira, setembro 02, 2005

o Jazz está mais pobre


Fats Domino
A terra do blues e do jazz foi alagada, o jazz está mais pobre.
Ninguém sabe onde pára Fats Domino. Foi salvo de um telhado, mas os familiares não sabem do seu paradeiro.

Leitura de Férias IV


este aguçou-me o apetite pelo seu primeiro livro: "White Teeth"

New Orleans - o caos




Este é o estádio onde estão alojados os que não saíram da cidade, que pelas imagens da TV são todos ou quase todos negros. Não há água, não há comida é o caos, violência, detritos e desespero. E isto é nos EUA!

Nova Orleães submersa na violência e na desintegração social
Quando o Katrina atingiu Nova Orleães, na segunda-feira, houve a ilusão de que a cidade tinha escapado. Na verdade, é o palco da maior catástrofe urbana dos tempos modernos. Pelos milhares de mortos, pelo caos, pela violência. A cidade está quase toda sob as águas e, entre os que ficaram, não há lei. in
Público

Mário Soares

Antes de escrever mais alguma coisa sobre o candidato e a pessoa, tenho de confessar que sou um apoiante da sua candidatura a Belém, o que poderá explicar, em textos futuros, uma certa falta de imparcialidade, coisa que nem fica mal a um Blog...

Parece que a realidade do terreno em Nova Orleães, nos EUA, segue a realidade dos chamados "disaster movies".

As entrevistas às pessoas no terreno, apanhadas em viadutos, ou por baixo deles, podiam ser em quase qualquer outra parte do mundo, menos na América.


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