segunda-feira, maio 31, 2004

Anjos na América

HBO Films presents
An Avenue Pictures Production
A Mike Nichols Film
Al Pacino Meryl Streep Emma Thompson
Mary-Louise Parker Jeffrey Wright
Casting by Juliet Taylor and Ellen Lewis
Visual Effects Supervisor Richard Edlund, ASC
Music Supervisor Evyen J Klean
Music by Thomas Newman
Costume Designer Ann Roth
Editor John Bloom
Production Designer Stuart Wurtzel
Director of Photography Stephen Goldblatt, ASC, B.S.C.
Co-Executive Producer Michael Haley
Producer Celia Costas
Executive Producers Cary Brokaw Mike Nichols
Screenplay by Tony Kushner
Based on his play
Directed by Mike Nichols

Para ver hoje à noite e a partir de agora todas as segundas-feiras na RTP2 às 22h. Que boa novidade!

Para lá de Bagdade

Hoje, no Público, José Lamego tenta justificar o injustificável da acção da coligação no Iraque. Apesar de tudo tendo a concordar com estes Senhores que agora não se pode agarrar e largar o país ao seu destino, uma vez que os últimos meses foram devotados à destuição das infraestruturas do país, bem como das suas instituições. Sendo que o próprio conselho provisório tem muito caminho a trilhar até convençer o mundo e os Iraquianos que são de facto um orgão independente do Senhor Bush.

O momeento alto da entrevista de Lamego tem de ser contudo a utilização que faz de uma frase de Marcelo Caetano proferida a propósito de Soares Martinez, para ilustrar a sua opinião sobre George Bush:"ele tem coisas boas e coisas originais, é pena que as coisas boas não sejam originais e as originais não sejam boas".

E a propósito, onde pensa que vai Vitorino com as suas últimas declarações sobre os EUA? Acha ele que a Europa esquece?

quinta-feira, maio 27, 2004

Novidades


As coisa novas e boas são sempre uma alegria e um prazer.
O livro é bom, é vivo, é real e tem pequenos desenhos simples no inicio de cada capítulo.
Encontrei-o ontém e foi agradável saber que já tem outro livro a sair, desta vez para crianças. Parece que vai ser apresentado no próximo domingo, na Feira do Livro.
O Daniel estava com o seu apelido. Ou seja, o apelido do Daniel, não é dele, é do companheiro, mas ele adoptou-o como nome de escritor. É uma história de amor, eu acho!
Parabéns Daniel, parabens Skramesto!

quarta-feira, maio 26, 2004

Lido de passagem

Lida de passagem num dos últimos New York Review of Books, uma observação de Russel Baker que me fez pensar: "All that is asked of Americans today is that they shop, accept tax cuts and live in fear".

W. S. Graham

"This is only a note
To say how sorry I am
You died"

(escrito para um artista amigo dele)

"Are you asleep I say
Into the back of your neck
For you not to hear me"

(To My Wife at Midnight")

terça-feira, maio 25, 2004

Mourinho e as Manas

Neste fim de semana um jornal dito sério publicou um artigo sobre os doze segredos do Senhor Mourinho, o do Futebol Clube do Porto. Um dos segredos que aparecia em caixa era o da resposta a uma acusação (talvez uma acusação secreta) de que este senhor poderia ser homossexual. E foi uma resposta em que esse senhor se revelou de uma sofisticação impressionante ao responder que a qualquer um que o acusasse disso lhe pedia que trouxesse a irmã para demonstrar que não era. Claro que revela uma melhoria civilazicional esta reesposta. Se fosse há uns anos não bastava a irmã, tinha de ser a mãe. E a não ser que o Senhor Mourinho queira as irmãs de alguns de nós para falar sobre sexualidade, ou para trocar algumas teorias sobre o esférico, ou até para ser catequisado, no caso das irmãs serem doroteias, ou carmelitas, presumimos que as quisesse por achar que assim demonstra a sua heterossexualidade militante. Mas e se a irmã fosse feia e verruguenta e ele não conseguisse funcionar, será que era homossexual só por isso? Ou então se ele estivesse cansado depois de um jogo e também não conseguisse? Ou, ainda se a irmã tivesse cara de Pinto da Costa, e se ele, ainda assim, conseguisse?

Este senhor Mourinho vai agora para um país com uma mentalidade muito diferente da nossa. Espero que ele tenha mais tento na língua, a não ser que queira voltar para Portugal mais depressa que o seu colega Queirós. É que no RU homofobia está equiparada nos pecados sociais com racismo, ou xenofobia, portanto algo dificilmente tolerável e muito menos abertamente...

E se os homossexuais, quando se duvidasse da sua sexualidade se pusessem a chamar pelos irmãos...?

segunda-feira, maio 24, 2004

Os maus também fazem festas

"os maus também fazem festas". Foi assim que reagiu um General Americano à acusação de que as suas forças no Iraque teriam atacado um conjunto de pessoas que celebravam um casamento (aliás à semelhança do que já tinham feito no Afeganistão). Frase lapidar de uma arrogãncia sem limites de quem sente que pode fazer quse tudo impunemente. Só a história os julgará, uma vez que do Tribunal Internacional estes senhores se auto-isentaram.

São tácticas de guerra muito semelhantes às empregues por outra potência militar da região: Israel, um Estado que também se auto-isentou de todas as convenções internacionais, além é claro de todas as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, ou melhor das poucas que escapam ao crivo do veto americano...

O Grande Partido

Terminou ontem mais um congresso do "grande partido" que é o PPD/PSD. Entre discursos, entrevistas a varios orgãos de comunicação social e conversas de corredor não se passou nada de novo. Se há alguma coisa surpreendeu foi a falta de surpresas. Por um lado o Senhor Lopes apareceu em versão fera domesticada que só podia rosnar para mostrar os seus apetites. O Senhor Barroso, que também é primeiro ministro (quem diria?) bem que tentou dar mais cor à efeméride, no entanto sempre que o tentou os resultados ficaram bem aquém do que pretendia. Se não vejamos, atirou-se ao PCP por causa de uma alegada desestabilização das forças de segurança antes do Euro (delicioso parecemos estar em pleno prec), depois clamou contra o governo regional dos Açores, acusando-o de falta de respeito pelas liberdades individuais dos seus cidadãos. Concerteza enganou-se no arquipélago. Depois, depois não disse muito mais, para além de chamar atenção para o facto de ser o único chefe de governo europeu que apoiava um candidato, que não era da sua cor política, para suceder ao Senhor Prodi (mas quem queria ele apoiar, senão haverá mais ninguém Português já posicionado? Talvez o Senhor Lopes?), ou de dizer que já estão em curso uma série de iniciativas para reciclar os nossos desempregados com curso superior. Confesso ter ficado surpreendido, uma vez que conheço vários e não conheço nenhuma formação...
O relambório do Senhor Durão bem espremido não deu para muito mais. O tempo estava chocho, o timing não permitia grandes desaguisados, uma vez que está tudo a pensar nas europeias (bem sei com a excepção do Senhor Lopes) e além disso o Principe estava a casar-se...

domingo, maio 23, 2004

Lembrar é cada vez mais não apenas recordar uma história mas ser capaz de recordar uma imagem

O título deste post é de Susan Sontag, do livro "Olhando o sofrimento dos outros"
Susan Sontag analisa neste livro a forma como as noticias da guerra e das atrocidades usam a imagem, nos nossos dias.

A crónica de Augusto M. Seabra de hoje no Público, faz referência a um artigo da mesma autora, no New York Times de hoje, sobre as torturas em Abu Ghraib. Vale a pena ler!
Nesse artigo incluiu esta citação de D. Rumsfeld numa conferência de imprensa, onde diz o seguinte:''A minha impressão é que o que está a ser julgado são actos de abuso, o que, acredito, ser tecnicamnete diferente de actos de tortura e como tal não vou usar essa palavra"
Convem recordar a definição de tortura segundo a convenção contra a tortura e o outros tratamentos crueis, desumanos ou castigos assinada em 1984 pelos EUA que diz o seguinte:
Tortura é qualquer acto que infliga intencionalmente numa pessoa severa dor ou sofrimento fisico ou mental, com o propósito de obter dela ou de terceiros informações ou confissões.
Susan Sontag prossegue dizendo que recusar-se a definir o que teve lugar em Abu Graib, e em outros locais do Iraque, Afganistão e Gauntanamo Bay, pelo seu verdadeiro nome, tortura, é tão ultrajoso quanto recusar-se a admitir que o que aconteceu no Ruanda foi um genocidio. E talvez a tortura seja mais atractiva, como algo para fotografar, quando tem um componente sexual.
No livro a autora explica a importância da fotografia referindo o seguinte:
"As narrativas podem fazer-nos compreender. As fotografias perseguem-nos."
Sinceramente, espero que estas fotografias exerçam a sua perseguição na pessoa de Bush.
Quanto a nós, e continuo a citar a autora "Recordar é um acto ético, tem valor ético em si e por si."

sexta-feira, maio 21, 2004

Estados de pouco direito

Já alguém reparou no que está a acontecer no médio oriente? Mas no que está a acontecer realmente? Olhando para lá, ultrapassando preconceitos raciais, ou religiosos e vendo para além daquele lugar comum que é: "Mas apesar de tudo eles são mais parecidos connosco do que os Palestinianos...".

Pois é os senhores apoiantes do Estado de Israel, o qual dizem ser a única democracia da região, único aliado do ocidente por aquelas paragens e estado de direito, alegam que o seu governo tem o direito de se defender dos terroristas. Daí o direito a responder com misseis a ombas humanas e veículos blindados todo o terreno a atiradores de pedras.

Alguém duvida que se isto se passasse num continente como África, com um minoria ocupante (ainda que sob uma ilusão mitómana de que seriam os herdeiros legitimários de um território, donde os seus antepassados sairam há milhares de anos e que agora reocupam sem qualquer preocupação pelos povos que entretanto lá se foram estabelecendo) a reduzir a guetos um outro grupo populacional, discriminado-o, produzindo um discurso de violência rácico e religioso não teria já havido a imposição de sanções económicas e políticas? Claro que não. Afinal basta olhar para o exemplo da África do Sul.

Estes senhores israelitas que têm conseguindo engordar os seus números naquela região (em 1945 seriam cerca de 55 mil) graças a uma política de imigração, que seria inaceitável em qualquer outro estado de direito não têm, salvo honrosas excepções) outra visão para a região que não passe pela anexação da Cisjordânia, que eles chamam Judeia e Sumaria.

E a todos os que dizem que Israel é um estado de direito democrático, deve-se retorquir como explicam a disciminação jurídica de que são objecto os cidadãos Israelitas islâmicos, ou da consagração do Judaísmo como religião de estado e seu principal factor identitário. Ou, por último alguém imaginava Londres ordenar ataques com misseis, ou obuses aos bairros católicos de Belfast como reacção a um qualquer atentado do IRA na Grã Bretanha? Claro que não, claro que não...

quinta-feira, maio 20, 2004

Super size me

Odeio hamburgers McDonald's, aliás já nem como carne de vaca há vários anos. Lembro-me de um processo judicial em Inglaterra que fez correr muita tinta de fotocópia, porque na altura, no inicio dos anos 90, ainda não havia emails, nem blogs, desencadeado por dois cidadãos contra o gigante. Era uma cena de David e Golias.
Conseguiram incriminá-los e venceram muitas cláusulas, colocando pela primeira vez o gigante em apuros legais. Foi curioso ver que no inicio do processo, o dito casal foi tratado como "freak", mas nas últimas sessões, a empresa fez-se representar por advogados do alto gabarito que voaram expressamente dos EUA para o supremo de Londres.
Os Mcdonald's são, sem dúvida, uma das marcas mais emblemáticas dos states e inclusivamente terão sido dados como recompensa aos presos de Guantanamo que dessem informações.
Morgsan Spurlock realizou um filme "super size me" que constituíu uma atracção no último festival de cinema Sundance.
Durante um mês comeu 3 refeições por dia e foi supervisisonado por 3 médicos diferentes, enquanto fazia o documentário. A quantidade de gordura saturada e de sódio é de facto para lá de bagdade. Aumentou 25 pounds num mês, o que deve dar (salvo erro) cerca de 20kg. E os médicos aconselharam-no a parar.
Os responsáveis pela McDonald's estrebucham com os efeitos do filme mas parece que descontinuaram as fórmulas super size
Spurlock afirma que "Eating responsibly at McDonald's is like going to a strip club for the iced tea."
Ganhou o prémio de melhor realizador de documentário do festival Sundance.
Well done!

Portugal Positivo

Hoje reunem-se uns senhores e presumo senhoras para discutirem como levantar a moral da nação. os canais de televisão e os jornais de hoje todos se preocupam em passar aquilo que os portugueses consideram ser motivos de orgulho nacional, coisas como a realização da Expo, do Euro, ou sucesso do Figo já se está ver.

Estes senhores podiam, com as devidas adaptações, ser transportados para um departamento de propaganda qualquer de um qualquer regime totalitário. É muito mais fácil conceber um conluio qualquer com os media de forma a bombardear os portugueses com eventos positivos de forma a tentar alterar a imagem que temos de nós próprios, do que tomar medidas que vão às raizes dos problemas e o resolvam, ou pelo menos minorem. Género polírica educativa dos governos Cavaco Silva: temos elevados níveis de reprovações escolares e uma percentagem insuficiente de alunos no ensino superior, logo temos é de facilitar o ensino, nivelando por baixo e toca a licenciar universidades privadas que absorvam o excedente de alunos que não entram no ensino superior público (ah e mesmo que esses cursos, quase todos de letras e de direito, não sirvam de grande coisa, pelo menos já se alteraram as estatísticas...).

Tomem e aprendam!

quarta-feira, maio 19, 2004

Com pó e água

Hoje as televisões mostraram o Senhor Blair a ser atingido num ombro com uma bola de pó. Ontem o Senhor Arnault, numa exibição dos equipamentos policiais a serem utilizados no próximo Euro foi, em conjunto com outras importantes figuras presentes, brindado com uma chuva causada por um veículo daqueles utilizados para dispersar manifestações. O engraçado foi ver aqueles dois senhores rirem sobre o sucedido, muito embora num caso tenha havido um ataque deliberado e no outrro uma avaria qualquer, presságio da eficiência e eficácia das nossas preparadíssimas forças da segurança.

O Senhor Blair, apesar de uma obra de certa forma notável a nível interno, encontra-se refém do Senhor Bush, vá se lá saber porquê...

O Senhor Arnault & Cia encontram-se duplamente refém. Estão, por um lado igualmente refens do Senhor Bush e, por outro, do Senhor Portas.

Será caso para se dizer entre pó e água venha o diabo e escolha!

terça-feira, maio 18, 2004

Temas de debate

Hoje nota-se, e não só em Portugal, mas em todo o mundo dito civilizado uma crescente tendência para serem credibilizados temas de discussão e pessoas que até há poucos anos atrás não teriam a menor hipótese de ter qualquer tempo de antena. Basta olhar entre nós para o caso Santana Lopes, ou para a importância dada na maioria dos noticiários e jornais a casos que antes estariam só no jornal do Crime.

Um dos últimos temas, que mais me tem preocupado e que apareceu recentemente discutido até na insuspeita Prospect britânica tem a ver com o possível fim do estado providência devido ao avanço do multiculturalismo. O autor defendia que o estado social pata funcionar na sua base mutualista precisava como base que os seus cidadãos se identificassem com os seus vizinhos, o que não seria o caso nas sociedades multiculturais modernas, especialmente EUA e Europa.

E assim, sem mais se estabelece um sofisma, a partir do qual toda a gente aceita discutir, sem se lembrar que o argumento base é defeituoso e perigoso. Pois vejamos, os EUA sempre foram fortemente individualistas e desconfiados em relação ao seu Estado central, sendo essa a razão por que o estado providência é pouco desenvolvido por lá, sempre o foi mesmo numa época em que os Wasps eram a maioria...o que parece ilidir o argumento de alguns em favor da não diferença.

Msis, se aceitassemos essa posição da ameaça do multiculturalismo, porque não estender esse argumento também à religião, ou ao estrato socioeconómico, ou em absurdo aos hábitos alimetares ou sexuais, uma vez que todos estes elementos são identitários...

Quando este tema chegar a Porrugal, e chegará pela pena de um dos nossos muitos (demasiados) cronistas neo liberais consrvadores é importante retorquir-lhes que o que é fundamental sempre é fazer a pedagogia às pessoas de que somos todos seres humanos na essência. E nestas coisas o essencial é que conta.

segunda-feira, maio 17, 2004

The Boston Globe


Foi aprovado em mais um estado norte americano o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo.
Por cá e para já ficamo-nos pelas intenções constitucionais do artigo 13. Sabe a pouco!

domingo, maio 16, 2004

A Desigualdade dos Homens

Ontem a SIC Notícias passou uma reportagem da Senhora Felicia Cabrita (bem sei mais outra) desfiando um rosário de horrores (bem sei, ainda mais) sobre a Casa Pia. Aparentemente não bastava os menores serem violados dentro do colégio, nem bastava terem sido frequentadores de redes de prostituição várias, mas para cúmulo ainda se encontraram entre as primeiras vítimas de SIDA em Portugal.

Como dizia uma familiar de um desses menores eram pobres e não bastava o horror da pobreza ainda tinham o horror do abuso e da doença. Quanto a mim junte-se-lhe com esta Senhora Cabrita o horror da mediatização gratuita para este concktail doentio e pouco ético.

Senão vejamos, todo o historial Casapiano (e sem que abordemos a questão dos potenciais acusados) não tem sido mais do que um pretexto para três coisas.

Primeira coisa: uma inenarrável guerra de audiências entre os media, com cada jornalista a concorrer para vr quem desce mais ainda o nível da discussão.

Segunda coisa: uma despudorada tentativa de voltar atrás na chamada luta de classes com os acusadores todos pobres e excluídos e os acusados todos Senhores de posição e poder, afinal às vezes dá vontade de perguntar se não há pedófilos de classe média e baixa em Portugal, ou se no nosso país esse é o último privilégio das chamadas classes dirigentes A e B...pois afinal não será muito mais fácil a um menor dizer que quando foi abusado o foi mas pelo deputado x, ou pelo apresentador y?

Terceira coisa: uma outra despudorada tentativa de voltar alguns anos atrás na conquista de maior tolerância e aceitação que as comunidades homossexuais nacionais vinham ganhando. É notória a tentativa sistemática de ligar os casos de abuso sexual ocorridos contra menores de sexo masculino na Casa Pia a práticas homossexuais. Ainda ontem um entrevistado da dita Senhora proferia termos como "paneleiros" sem que da parte da mesma Senhora Cabrita, ou da edição da SIC tivesse havido qualquer preocupação em editorializar as mesmas afirmações. Está, pois, ou melhor, continua pois aberta a caça aos homossexuais, agora para além de invertidos, amantes de práticas contra natura comem criancinhas da casa pia ao pequeno almoço. Mais, ao longo dos anos que este processo já leva de existência nunca ouvi, ou li, por parte de qualquer jornalista, ou outro interveniente no processo qualquer declaração que desmistificasse esta ligação abusiva entre pedofilia e homossexualidade (nem que fosse esclarecendo que 80% dos abusos de menores ocorrem no seio da familia e são de raiz heterossexual, tipicamente pai, ou tio abusando de menina...sem que ninguém os classifique de heterosseuais por isso).

E não venham os senhores jornalistas defenderem que fazem o que fazem por estarem preocupados com as vitimas da Casa Pia, pois se o estivessem não teriam dado o tratamento de carne humana para canhão que deram à maioria dos meninos quie entrevistaram, chegando a pôr palavras nas suas bocas...

E isto para não falar naqueles dois Senhores ex casapianos, nem na actual Provedora...

Como dizia Churchill: "In wartime ... truth is so precious that she should always be attended by a bodyguard of lies".

sexta-feira, maio 14, 2004

A Igualdade do Homem

Há tempos li um artigo do Daniel Barenboim que demonstra que nem todos os Judeus, nem todos os Israelitas perderam o juízo. Falando sobre o livro da sua vida "A Ética" de Spinoza e dos desafios enfrentados por Israel, Barenboim comprova a principal máxima de Spinoza "O Homem Pensa". Só aqueles que são capazes de medir e reflectir sobre as consequências dos seus actos serão capazes de encontrar alguma forma de felicidade.

Barenboim, de certa forma apresenta algumas semelhanças com o percurso de Spinoza, ambos foram perseguidos por anti semitas e simultaneamente discriminados pelos próprios semitas. Basta recordar as reacções em Israel à insistência de Barenboim em actuar em Ramallah até muito recentemente, ou da sua teimosia em apresentar obras de Wagner, o que fez pela primeira vez há cerca de dois anos, facto inédito na história de Israel e para grande consternação dos "Likudistas" e outros ortodoxos.

O grande maestro, definindo o desafio que os Judeus enfrentam enquanto minoria que controla e domina outra minoria defende que é perigoso o jogo de alguns que ligam a critica de Israel a anti semitismo e considera, ainda, que o seu Estado não corresponde, nem de perto aos ideiais de Spinoza, o mesmo que defende que o "objectivo de um estado reside na verdadeira liberdade" e que nunca fundamentou o seu pensamento na premissa de que os Judeus eram uma minoria (daí o universalismo da sua teoria).

Continua Barenboim por referir que um Judeu que atire um bocado de pão velho aos pés de um soldado no gueto de Varsóvia exclamando que aquele pedaço de pão é suficientemente bom para ele demonstra coragem e humor; agora o judeu que faz o mesmo a um palestiniano demonstra desumanidade primária.

Desconfio que este artigo poderia ser escrito a propósito de muitas outras situações. Espinosa volta, estás perdoado!

quinta-feira, maio 13, 2004

...E quando se pensa que o mundo não pode piorar

Quando julgamos que o mundo não pode piorar mais, parece até que "eLe" só para nos desmentir piora. Primeiro foi a eleição do Senhor Bush, à custa dos chads pendurados. Depois foi toda a reacção americana aos ataques do 11 de Setembro, trazendo ao de cima algumas das piores características dos seus dirigentes. Depois foi a invasão do Iraque, mais um lamber de botas revoltante ao Senhor Sharon e isto só para falar na chamada cena internacional.

Poderiamos ainda falar da gravidade do score eleitoral obtido pelo Senhor Le Pen em França, ou do falhanço da Comissão da UE em se reformar e continuar a aprofundar a união, ou até do divisionismo europeu tão bem explorado pelos EUA, mas cujos primeiros culpados são mesmo europeus.

Pode-se ainda apontar o dedo a África que continua numa deriva, aparentemente sem destino, moribunda de SIDA e sugada até ao tutano pelos seus dirigentes que alegremente gastam os resultados da sua pilhagem nas luxuosas lojas de marca da Europa e América.

Se olharmos para a reealidade nacional o resultado consegue ser igualmente mau. Senão vejamos um primeiro ministro de esquerda (mais à direita do que o actual primeiro ministro de direita) que bate em debandada à primeira contrariedade eleitoral com que se depara, a eleição de um personagem como o Senhor Lopes para a principal autarquia do país e, pior que isso, a forma como esse Senhor é escutado pelo país que basbaque assiste apático à produção de verdadeiras pérolas que o dito regularmente regorgita, as quais vão desde a Presidência da Républica à presença da GNR no Iraque (e ninguém questiona sequer com que capacidade é que o Senhor se pronuncia sobre estes assuntos).

Mais, os exemplos de atavismo social, relutância em relação à mudança e a novas fórmulas de organização social que acompanhem os novos tempos assume contornos lendários em Portugal, especialmente entre os nossos políticos. Quanto aos cidadãos essa desconfiança poderá ter a ver, não só com ignorância, mas também com o chamado saber de experiência feito, ou seja, todas as últimas reformas feitas pelo Estado foram sistematicamente contra os interesses imediatos dos cidadãos, quer diminuindo as já de si diminutas garantias sociais, quer pondo em causa os escassos direitos adquiridos ao longo dos últimos vinte anos, logo quando se prepara uma qualquer nova reforma o Zé Povinho pensa logo que já o estão a tramar.

Novidades para os Portugueses só as tecnológicas, especialmente aquelas com pouco efeito na produtividade e de duvidosa utilidade. Somos um país de gadgets!

Estabelecido o tom...até já.


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