quarta-feira, fevereiro 28, 2007

O Sinal e Portas

O melhor sinal da "desertificação" que se operou na cena política nacional, com a queda do Governo PSD/CDS/PP é o facto de mais de metade do país dos comentadores e jornalistas discutirem os cenários do regresso de Portas à liderança do CDS/PP, como se a Portas restasse réstea de credibilidade e como se Portas fosse capaz de "animar isto" agora como o fez no tempo de Guterres (e embora a História se repita, nem nunca volta ao mesmo sítio, nem é exactamente a mesma coisa "all over again"). É óbvio que muitos desres "ilustres" comentadores têm é saudades de um certo género de fazer política com mais espalhafato e palavras. Estamos, ainda, todos lembrados da última ocasião em que demonstraram igual entusiasmo e vontade: a designação de Santana como Primeiro-Ministro.

De Bag

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Primeiros passos por cá

O primeiro passo mal aqui chego é sempre uma correria até à Stirling, seguida de outra até ao Waterstones, ambas ao pé da Praça de Brouckère. O número de dias em que cá estou corresponde normalmente ao número de vezes que as visito. Sou como um enamorado amante que não consegue deixar de se encantar com um livro sobre o qual já tinha lido, mas ainda não tinha pegado, folheado e treslido.

Para além dos "books", revistas e "gadgets" relacionados com livros, há os New York Times, ou os Observers (com direito a revista!).

Não fosse "The Sorrow of Belgium", de Hugo Claus (uma espécie de Manhã Submersa) numa sua qualquer milionésima edição e diriamos que estávamos em Piccadadilly e não em Bruxelas.

De Bag

o sorriso aos pés da escada


comprei-o pela 3ª vez e por 1 euro e meio...

Para lá

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

A Gisberta e o Cândido da Silva (o novo discípulo de JMF?)

João Cândido da Silva (que não faço ideia quem seja) escreve hoje no Público (pág 39) atirando-se à forma como se assinalou no Porto o primeiro ano após o assassinato da Gisberta. Dizia Cândido da Silva que os manifestantes ao terem feito o seu protesto utilizando alguém vestido como um transexual e alegando que a mensagem que os tribunais tinham transmitido em Portugal de que se podiam matar transexuais à vontade estava errada. O que era escandaloso era que se pudesse matar independentemente da orientação, ou identidade sexual...

Manifestamente este Senhor não percebeu, nem o que se passou, nem o que se passa. O facto de se referir à Gisberta como "cidadão transexual" demonstra como em Portugal qualquer um se acha preparado para falar sobre tudo, até sobre aquilo de que nada manifestamente sabe. Depois, Caro Cândido da Silva, poderia dar-nos exemplos de outros casos de assassinos (torturadores e ect e tal) confessos que tenham saído de um tribunal nacional agitando os dedos em sinal de vitória, com uma multidão a aplaudi-los, depois de terem sido "condenados" (sim, eu sei que a palavra aqui é um pouco forçada) a um ano de "escola"....

Fico à espera...


...sentado.

De Bag

domingo, fevereiro 25, 2007

Um Livro que gostaria de ver traduzido:

O Tocqueville da Rússia

Os Bancos cá e lá

Veja-se no Sunday Times desta semana, ou aqui como, por um lado, a arrogância dos Bancos não conhece fronteiras e, por outro, como é diferente a reacção dos consumidores em diferentes países. Enquanto por cá foi necessária uma intervenção do Governo para que se conseguisse impor uma maior razoabiliade na fórmula de cálculo dos arredondamentos das taxas de juro cobradas nos empréstimos para compra de casa, no Reino Unido, bastou que um cliente (por sinal um estudante de Direito) não aceitasse as penalizações exorbitantes que o seu banco lhe cobrava (2x52 Libras por um saldo negativo de 50 pences). Lá bastou uma rápida intervenção judicial, um acordo extra-judicial e milhões de consumidores a reclamarem o seu dinheiro de volta para que os Bancos reconhecessem que teriam de devolver os fundos indevidamente cobrados. Lá nenhum Banco se atreveu a alegar em sua defesa que os consumidores estavam a fragilizar a economia nacional. Lá bastou uma alegação de proporcionalidade para que todos percebessem o que estava em cima da mesa e nenhum representante do sector se comportou de forma "Peronista"...

De Bag

sábado, fevereiro 24, 2007

"Better befores"

Por estes dias em que, por um lado, se celebra um mês sobre o nascimento do mais novo membro da família e uns anos valentes de outras duas pessoas que é como se fossem família e, por outro, se assinala a outra face da equação: a morte, neste caso de Gisberta recordo-me das palavras de Salman Rushdie, num seu romance qualquer sobre a nossa procura, não do tempo perdido, mas do "better before". Que o encontrem!

De Bag

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

1 ano após a morte de Gisberta

Por cá tudo continua na mesma, mas em Espanha...

"Os transexuais espanhóis poderão mudar os seus dados pessoais - nome e sexo - nos documentos oficiais sem precisarem de se submeter a uma cirurgia completa de mudança de sexo. E sem precisarem de uma autorização de um juiz. Para tal bastará que aleguem que não podem sujeitar-se a essa operação por motivos de saúde. E apresentem uma declaração de um clínico a atestá-lo. É este, no essencial, o teor da lei de identidade de género para transexuais que foi aprovada na quarta-feira pelo Senado espanhol. A maior surpresa foi o facto de o Partido Popular (PP) - que já tinha votado contra em ocasiões anteriores - ter agora dado luz verde às novas regras, tal como os restantes partidos. O porta-voz do PP, Evaristo Nogueira, disse que a mudança de opinião tinha a ver com o facto de esta lei responder a uma "longa luta dos transexuais" espanhóis e permitir acabar com uma "discriminação cruel" - como a de ter nos documentos de identificação um nome e um sexo que não corresponde à identidade de género e à aparência de quem tem de mostrar esses documentos. " in Público

Para lá

Do Folclore à Realidade

As únicas duas questões relevantes sobre o Plano Nacional de Acção do Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos" são sobre se o Governo vai dar "Igualdade de Oportunidades" a todas as "Desigualdades" e se, dando, vai querer passar do folclore agora anunciado de parcerias com o poder local para a realidade?

De Bag

Sugestão de Fim de Semana: West Wing (com óptimo preço aqui)


Saudável Pontualidade

Embora compreenda a necessidade de alguma racionalização de custos e meios no Serviço Nacional de Saúde, desconfio de qualquer reformador que não imponha como primeira medida o cumprimento de horários por Médicos, Enfermeiros, Auxiliares, Técnicos e Administrativos e todos os outros funcionários, quer no seu trabalho, quer, mais importante ainda, nas marcações de consultas, exames e quejandos.

Um dia em que cheguemos a um Centro de Saúde, ou Hospital e sejamos atendidos pontualmente à hora a que nos disseram para lá estar (e não 5 horas depois) estaremos finalmente num SNS mais organizado, eficiente, enfim de "primeiro mundo".

De Bag

Andy Warhol, 23 de Fevereiro de 1977

I really had to pee. Fred Hughes came back from the bathroom and I asked him if there was anybody in there and he said no, that it was empty. I went in and was peeing and suddenly there was someone next to me saying 'Oh my God, I can't believe it I'm standing next to you, let me shake your hand', and then realised and said, 'No, I'll wash my hands and then we can shake'. I lost my concentration and had to stop peeing. And then more and more people started coming in and saying 'Is it really you?'I got out.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

A Conferência do Vereador Amaral Lopes

A telenovela da autarquia lisboeta tem tantas complicações e imprevistos no seu enredo, que até já personagens menores e secundárias assumem papeis principais.

De Bag

Um Filme para o nosso tempo

Um filme que passou despercebido nos cinemas nacionais, mas que, não só tem muito a ver comigo, como tem a ver com o que hoje se discute no Parlamento e com muitas figuras "senatoriais" da nossa praça...

De Bag

Aquilo que parecer será aquilo que é

Hoje, quando forem votadas no Parlamento as 6 propostas contra a corrupção, aproveitando-se, ou descartando-se os aspectos mais polémicos, curiosamente, os que aparentam maior eficácia (vide "crime de enriquecimento injustificado") o Parlamento estará a enviar uma poderosa mensagem ao país sobre o que está disposto a fazer pelo bom nome da Democracia. Por isso, mais uma vez, aquilo que a Assembleia da Républica aparentar que está a fazer com os projectos de Lei será aquilo que realmente estará a fazer...

De Bag

Falta um Assis no PSD

Ontem, ao assistir, na SIC Notícias, a um Frente-a-Frente entre Helena Roseta e Miguel Relvas a propósito da Madeira, fiquei com pena de Relvas e da situação de refém de Jardim em que o PSD se encontra. Custa-me a acreditar que os "únicos" argumentos públicos de Relvas e do seu Partido de apoio a Jardim tenham que ver com vacatio legis (prazo para a aplicação da Lei das Finanças Regionais) e percentis do total do OGE que é "desviado" para aquela Região Autónoma.

Falta, pois, uma espécie de Assis ao PSD. Alguém que estivesse disposto a assumir, perante esse "Gungunhama" do Atlântico que não é sustentável o modelo de crescimento (fundamentado em obras públicas e mais obras públicas, esperem pela conta das obras de manutenção para todos os túneis e viadutos já construídos) propugnado pelo grande líder para a Madeira. É que Portugal não é só a Madeira e há outras regiões em "estados de maior necessidade". Mais, também não é legítimo que um líder, ainda que regional, se comporte como Jardim o tem feito em tantas ocasiões, insultando, chantageando, subsidiando, sem demonstrar o mínimo de vergonha, ou sequer, vestigios do que habitualmente se chama "pose de Estado".

Nesse ponto, aliás, Jardim demonstra, uma vez mais, a coesão e homogeneidade do território nacional, de Felgueiras, a Oeiras, de Marco de Canaveses ao Funchal...

De Bag

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Da Teoria da Conspiração (durante os próximos serões)


Mais um caso de uma menor alegadamente vítima de abuso:

O que é que se passará com os nossos preocupados e stressados amigos heterossexuais que os tem levado a, em tão grandes números, abusar tanto de tantas crianças?

Não é este afinal o modelo de familia e sociedade que os nossos queridos e estimáveis amigos heterossexuais nos afiançam, com enorme veemência, o melhor para a sociedade e precisamente para as ditas crianças?

De Bag

Vacas Magras

Está na hora de percebermos se os eleitores da Madeira irão avaliar bem o seu líder. Vamos ver como responderão a quem,a aparentemente, só aceita governar em tempos de vacas gordas, ou que, acha que só no continente pode haver austeridade. Vamos poder ver, assim, se a um desenvolvimento, um pouco mais sofisticado que o de Quarteira, corresponde alguma "esperteza"...

De Bag

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Formas, mais ou menos enigmáticas, de aludir aos 2 anos de Governo Sócrates:

2 anos entre a certeza do rumo e a incerteza dos resultados

2 anos a aplicar aos outros aquilo que não serve para os amigos

2 anos para demonstrar que, se calhar, quem pôde o mais, não conseguirá o menos


de bag

Jardim e os seus eleitores:

O que alterará a putativa demissão de Jardim seguida da sua putativa reeleição como líder da Região Autónoma da Madeira?

Até que ponto julgam os eleitores Madeirenses irá a sua legitimidade e poder para, numa altura em que quase todo o país fecha para balanço, continuarem a mandar a conta para Lisboa?

De Bag

Yankees come home


Desperdicei o fim de semana a sonhar com Ianques e portas para as estrelas.

As Melhores Práticas Europeias

Em Inglaterra debate-se acaloradamente os efeitos de uma nova lei sobre "não discriminação" na prestação de serviços, pacote legislativo originado por diversas reclamações como a de que havia donos de hoteis que recusavam hospedagem (com cama de casal) a gays. A polémica nestas últimas semanas tem sido provocada pela posição de agências de adopção Católicas, financiadas pelo erário público, de quererem escusa de aplicação da lei, caso sejam procuradas por casais homossexuais, querendo manter à mesma o seu financiamento estatal.

Uma das diferenças entre Portugal e o Reino Unido é a forma como o Estado por lá leva a sério o preconceito, considerando que é inaceitável que alguém financiado pelo Tesouro seja racista, sexista, ou homófobo, uma vez que cabe ao Estado a promoção da Igualdade, o que implica, entre outras coisas, a igualdade de oportunidades e a não discriminação. E, exactamente por isso, esta questão é levada muito a sério por todos. Discute-se mesmo se será possível continuar a permitir a ocupação de cargos públicos por pessoas que manifestamente não conseguem separar a sua Fé das suas funções profissionais e, com isso, prejudicam terceiros e desrespeitam a Lei. Por cá permite-se ao Senhor Vilas Boas continuar em funções após defender a sua recusa em receber menores seropositivos...

Ora numa altura em que passa um ano do sobre o bárbaro assassínio da Gisberta, numa altura em que já deve faltar pouco para que os perpetradores desse homicidio (que o tribunal não entendeu ter sido) terminem as suas "penas" de frequência de colégios em regime semi aberto, em que nenhum poder público se pronunciou sobre o caso, nem a forma lamentável como a Justiça o tratou, é mais importante que nunca chamar a atenção do nosso Governo do que se passa por essa Europa fora nestas matérias. Porque à distância física não é necessário que corresponda uma "distância de direitos, ou de desenvolvimento".

E porque talvez esteja mesmo na altura de aplicarmos aquilo que, segundo uma expressão empregue por Cavaco e logo secundada pelo Governo, são as "melhores práticas europeias".


De Bag

sábado, fevereiro 17, 2007

99%

Porque será que 99% dos que defendiam o Não no Domingo passado são agora 99% dos que se abespinham com a movimentação anunciada pela JS para colocar na agenda como próximo tema de Direitos Humanos os Casamentos Homossexuais?

Estaremos perante duas manifestações do mesmo tipo de "obscurantismo"? Estaremos, em Portugal, condenados a também nesta matéria ter de esperar 30 anos após o último país da Europa Ocidental resolver este assunto para o conseguirmos fazer nós?

De Bag

On the Pleasure of Hating, William Hazlitt

Vale a pena ler o ensaio completo e recordar que (até) no Ódio podem e devem persistir regras e espírito...



De Felgueiras a Lisboa

Após uma semana em que o assunto mais falado foi o da "bipolarização" do país causada pelos resultados do Referendo do Aborto, com os "sulistas", entre os quais me incluo, a pretenderem fazer subir uma espécie de "linha Maginot" do Tejo até às margens do Mondego, para além das quais ficaria outro "mundo", a rocambolesca "aventura" dos autarcas de Lisboa depressa nos veio recordar que há (muitos) aspectos em que o país é, ainda, coeso e homogéneo, de Felgueiras a Lisboa.

De Bag

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

O tribunal de Torres Vedras e o Tribunal da relação

podem saber muito de leis, mas não sabem nada de saúde pública nem mediram as consequências da sua decisão. Mais, do meu ponto de vista, actuaram de forma sexista e discriminatória.
Sobre o caso em questão, apenas se sabe que o companheiro afirmou à polícia que a senhora em causa é seropositiva para o VIH e é prostituta. Ora tal, não garante que esta mulher ande a propagar a infecção, pois se ela usar sempre preservativo, protege quem com ela tem relações sexuais. Como tal, não há qualquer queixa sobre uma possível tarnsmissão da infecção.
Tal decisão parece acontecer única e exclusivamente porque a mulher é trabalhadora sexual, e portanto assente em perssupostos discriminatórios osbre este tipo de profissão.
Para além deste facto, a exigência de quebra do sigilo profissional por parte do tribunal é um atentado aos esforços dos médicos no sentido de assegurarem a todos quantos os procuram que os seus dados clínicos não saõ partilhados por mais ninguêm.
Este tipo de decisão irá ter como consequência o afastamento cada vez maior daqueles que mais precisam de apoio médico e levará a que muitas dos que pensam que estão infectados com o VIH decidam não se testar, com receio que mais tarde venham a ser incriminados por eventuais crimes de transmissão da infecção. Espero que a ordem dos médicos mantenha até ao fim a sua posição, porque isto é grave, mesmo muito grave!

Para lá

Uma Imagem que para além de bela é útil


Lisbogotá: capital europeia

Já não bastava que certos bairros de Lisboa tivessem mais em comum com os de uma cidade de terceiro mundo do que com os de uma cidade europeia, ou que a maioria dos jardins e espaços públicos da capital portuguesa se assemelhassem mais com os de uma cidade provinciana latinoamericana do que com uma cidade de província (já nem digo capital) europeia, agora também temos uma forma de fazer política, nos Paços do Concelho de Lisboa, mais parecida com as histórias de que ouvimos falar de "Prefeituras" Brazileiras, do que de capitais europeias.

De Bag

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Wishful Thinking:

O Código Civil, tal como está, refere que o casamento é entre pessoas do mesmo sexo. Os jovens socialistas propõem agora que seja retirada a menção ao "mesmo sexo". No próximo sábado, haverá em Aveiro, uma reunião do Secretariado da JS, em que serão divulgados os temas prioritários e os respectivos calendários até ao final do mandato da actual direcção, que termina em Julho de 2008.

via: Renas e Veados

Dearman Birchall, 15 de Fevereiro de 1869 (a propósito do "país Siamês" de Domingo passado)

I was in London. Saw Siamese twins. Born in Siam - visited England in 1829. They are farmers in South Carolina, and are here to repair theis loss of fortune by the American Civil War. All the surgeons concur in advising them not to attempt an operation. Chang has 6 girls and 3 boys. Hang has 6 boys and 3 girls. They have a melancholy cast of countenance but brighten up when spoken to. They walk with arms folded in what looks a painful position but is described as being 'perfectly comfortable.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Salazar (II)

Há por aí Bloggers, comentadores e outros que se dão como muito satisfeitos pelo facto de Salazar se encontrar bem colocado numa eleição promovida por um programa da RTP para o "maior Português de sempre".

Esses mesmos Senhores falam-nos da "probidade" e da "moralidade" de Salazar como se ambas fossem "exculpadoras" da maldade e do autismo de Salazar. Outros apontam-nos para uma consciência que o próprio teria da finitude do seu tempo e da rejeição ao seu tempo que naturalmente se seguiria à sua morte, como se tal fosse uma originalidade de Salazar e não um pensamento recorrente comum a quase qualquer estadista e celebrizado, até com mais espírito, por outros "ditadores (Aprés moi le déluge).

Finalmente muitos, mas mesmo muitos comparam a Paz que o país fez com figuras como o Marquês de Pombal, referindo estátuas, praças e outros tributos que lhe estão feitos e dizem que estava na altura de também nós fazermos a nossa Paz com Salazar. Estes argutos observadores "só" passam por cima do simples facto de que Pombal era um fenómeno comum na Europa do seu século, o das "Luzes" e dos Ditadores Iluminados (Frederico II da Prússia, Catarina a Grande das Rússias, entre outros) e que Salazar (em conjunto com Franco de Espanha e os Coroneis da Grécia) era uma "aberração", um espinho cravado numa Europa Ocidental democrática, tolerado por uns que achavam que não saberíamos viver noutro tipo de regime e, por outros, devido a imposições geoestratégicas decorrentes da Guerra Fria.

Que haja insatisfação com a nossa Democracia é natural e legítimo, que essa insatisfação leve alguns a um saudosismo "quase esquizofrénico" e contrário à Liberdade é tão só infantil.

De Bag

Salazar (I)

dictatorship
In modern usage, absolute rule unrestricted by law, constitution, or other political, or social factors within the state. The original dictators however were magistrates in ancient Italian cities who were allocated absolute power during a period of emergency. Thei power was neither arbitrary nor unaccoutable, being subject to law and retrospective justification (...).

In the twentieth century the existence of dictator has been a necessary (and to some) a defintive component of totalitarian regimes (...).

in Oxford Dictionary of Politics

São 480 Euros SFF...

Na questão dos 480 Euros vezes o número de subscritores de uma recusada petição de habeas corpus relativa ao caso do Sargento e da Esmeralda, feita por um Juíz, o que estava em causa era a emissão de duas mensagens claras aos milhares de pessoas que assinaram a dita petição:
  1. Como se atrevem a por em causa com a vossa acção uma decisão de uma colega?
  2. Como se atrevem a se nos dirigir (pondo-nos em causa)?

Entretanto como o escândalo era muito e o dinheiro também (capaz de por uns quantos milhares de pessoas a serem demandadas judicialmente por 480 Euros) uma rara alma com um pouco mais de sensatez e bom senso lá veio esclarecer supervenientemente (como se diz neste mundo fascinante do Direito) que a quantia era paga uma única vez...

De Bag

O Caminho do PSD

Poderiam prestar atenção os últimos e próximos líderes do PSD ao que se está a passar no Reino Unido com o Partido Conservador agora, em vez de obssessivamente recordarem os tempos já longínquos de Tatcher. Talvez pudessem assim aprender qualquer coisa com os erros dos seus "irmãos ingleses", especialmente no que respeita à agenda social do liberalismo.

Tal como o eleitorado britânico médio, o eleitor luso também parece ter mudado. Não compreende como se pode à segunda, quarta e sexta defender que o Estado não deve assegurar as reformas, dando esse negócio aos privados, que o Estado deve privatizar empresas públicas, que o Estado deve ser redimensionado, um eufemismo para dizer reduzido e às Terças e Quintas defender que o Estado deve impedir o aborto, a educação sexual, políticas ambientais, ou direitos homossexuais.

O Partido Conservador Britânico sofre hoje as consequências do facto de em todos os debates e votos considerados lato senso civilizacionais de se ter encontrado do lado errado das barricadas. Votou contra a reforma da Câmara dos Lordes, contra os Casamentos Homossexuais, contra um maior investimento e melhoria de alguns dos serviços sociais do Estado (salário mínimo, serviço nacional de saúde, protecção de mães solteiras, ect, ect), contra o processo de devolução (que lhe retirou por completo a Escócia da sua já diminuta esfera de influência), ou, ainda, contra a proibição de caça com cães (uma causa que interessará a meia dúzia de aristocratas e excêntricos).

Em Portugal temos visto que o PSD, quer em causas fracturantes, pelas quais parece que o eleitorado nacional, especialmente o mais jovem, tem uma renovada simpatia, quer naquilo que se chama a intendência geral do Estado (rendimentos mínimos garantidos, serviços nacionais de saúde, ou de pensões), parece tomar sempre posição, ou pelo lado mais atávico e conservador, ou pelo lado mais favorável aos negócios dos amigos.

Esta postura, muito provavelmente, custar-lhe-á um longo caminho até voltar a poder ser partido de governo.

De Bag

Adrian Mole, 14 de Fevereiro de 1983

Got four cards: one from Pandora [his girlfriend], one from Grandma, one from my mother and one from Rosie [his baby sister].
Bib, big deal!
I got Pandora a Cupid card and a mini pack of 'After Eights'. My parents didn't bother this year, they are saving their money to pay for the solicitor's letter.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Ler os outros:

A não perder o texto de Timothy Garton Ash na última Prospect, "Europe's True Stories", as quais, segundo Garton Ash, têm a ver com: Liberdade, Lei, Prosperidade, Diversidade e Solidariedade.

O Mapa Azul Claro (para míopes)

Imagem tirada daqui

Veremos se a coragem de Sócrates chegará para outro debate civilizacional que tarda entre nós e que com certeza não será resolvido com recurso a referendo.
Repare-se como estamos mais próximos nesta questão da Polónia, ou da Hungria, do que da Espanha. Em Itália a situação mudou, acaba, esta semana, de ser aprovado um diploma legislativo que confere aos "casais" homossexuais os mesmos direitos que aos heterossexuais.
Será que Europa, Europa mesmo, só entre Badajoz e a margem Ocidental do Oder Niesse?
De Bag

Ler no...

..El Pais uma visão de lá sobre o referendo de cá.

Da Derrota

Por muitas voltas que se dê àquilo que se passou no último Domingo há um facto que é "imascarável" e que é a derrota que a Igreja sofreu. Há mais de um mês que todos os representantes da hierarquia Católica, desde Cardeal, a Bispos, a Padres e todos os habituais leigos do costume tentaram por todos os meios possíveis e imaginários dissuadir os Portugueses de votar "Sim". Tivemos primeiro mensagens em que nos diziam que não tinhamos competência para decidir sobre a "vida", matéria sobre a qual a Igreja preferiria manter o seu monopólio. Depois, tivemos mensagens de ameaças, desde excomunhões automáticas, a vigilias 24/7 em Fátima e em tantos outros templos do país. Assim como mensagens na RTP, quer numa inacreditável manifestação de anacronismo continua a emitir uma coisa chamada "Mensagem de Ano Novo do Cardeal Patriarca". Tivemos, ainda, as usuais manobras de envolvimento de miúdos e miúdas, fotografias de fetos com 20 semanas e imagens de uma "Nossa Senhora" a chorar.

E, apesar de todas estas agressivas e assertivas movimentações ganhou o "Sim". Não há outra forma de ver, ou afirmar aquilo que foi uma pesada derrota para a Igreja. O que me recorda de uma afirmação de Sean O'Casey (Dramaturgo Irlandês) que defendia que:

"There's no reason to bring religion into it. I think we ought to have as great a regard for religion as we can, so as to keep it out of as many things as possible."

De Bag

Não gosto do rumo que a discussão pública em torno do "período de reflexão" está a tomar...

Porque será que dou por mim a começar a desconfiar em relação ao debate em volta do chamado "período de reflexão"? Porque será que suspeito que os partidários do "Não" procuram agora ganhar na secretaria aquilo que não ganharam pelo voto?

Quem fará este aconselhamento? O aconselhamento terá como fito certificar que a mulher que quer abortar o faz voluntaria e conscientemente? Ou será uma forma de lhe dificultar o acesso à interrupção da sua gravidez? Caso seja a primeira opção nada a dizer. Caso tenhamos médicos, ou outros técnicos de saúde a utilizarem estas consultas como forma de procurarem condicionar a vontade da mulher então tudo mal.

De Bag

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Do Embrulho


Muitos têm dito que este novo "embrulho" do Público, para além de ser mais bonito, é parecido com o do britânico Guardian. Preferia que o conteúdo também o fosse. Mas creio que tal será impossível enquanto se mantiver ao leme da publicação SONAE o JMF.
De Bag

Bons Começos

Depois do pesado e obsessivo Money, este Shalimar the Clown (pelo menos nas suas primeiras 50 páginas) recorda-me do meu Rushdie preferido: "The Moor's Last Sigh". Logo darei conta se o meio e o fim correspondem a esta expectativa.

De Bag

Não gosto destes Referendos.

Espero que nem os adeptos da despenalização do aborto se tenham afeiçoado muito à figura do referendo. Trata-se de um instituto que num regime democrático representativo como o nosso só fará sentido em casos muito particulares. Nem a AR se deve procurar esquivar no futuro àquilo que é a sua responsabilidade, como líder nos debates polémicos no país, procurando fazer com que as soluções legislativas encontradas sejam na medida do possível o reflexo da consciência nacional sobre o assunto. Nem se devem voltar a fazer referendos sobre direitos subjectivos. O debate gerado em torno destes temas tende a seguir os mesmos moldes que os das campanhas eleitorais,é pouco sério, é muito demagógico, acirra e torna mais visíveis os piores defeitos de todos nós. E, contrariamente às eleições para a Presidência, quando falamos de decisões sobre direitos subjectivos, estamos a falar de consultas cujos resultados afectam as pessoas naquilo que tende a ser a sua esfera mais intima, algo que é inaceitável deixarmos à mercê dos pomposos "Karl Roves" nacionais.

O referendo já poderia e deveria ser utilizado, por exemplo, para que os Lisboetas decidissem sobre aquilo que gostariam de ver no Parque Mayer, ou para que os tripeiros se pronunciassem sobre se queriam, ou não ter um Corte Inglês nos Aliados.

De Bag

Primeiros pensamentos do dia:

Recordo-me (e sei bem porquê) do título de um dos relatórios anuais da American Civil Liberties Union: "Liberty is always an unfinished business".

De Bag

No País dos Padres


Imagem vista aqui

Para quando uma comparação entre os níveis de habilitações literárias, rendimentos, etários e outros relevantes entre o "País dos Padres" e o País que a eles ontem parece ter "escapado"?

De Bag

domingo, fevereiro 11, 2007

O Espírito Nacional no "Sim"

Hoje, enquanto procurava naquela velha biblioteca acoplada a uma, também velha, escola ouvi uma "velha" eleitora que, tal como eu, tentava localizar a sua mesa de voto, dizer que queria votar no "Sim". Afiançava que não era por ela, que já era "velha para essas coisas", mas que por causa da sua idade já tinha visto muitas "coisas". Terá sido a filha, ou a neta, a tê-la feito mudar de ideias?

Está aqui resumido o espírito nacional. De cada vez que o país "evolui" (como as sondagens parecem indicar) não o faz só por convicção na eventual justeza dessa "evolução", mas por achar que aquela específica "evolução" lhe pode tocar a si e aos seus. Aqui está uma das, se não a, causas para a proverbial falta de consciência cívica nacional e talvez uma mensagem pessimista aos adeptos do aprofundamento dos direitos sociais dos direitos de todas as minorias (é que a maioria dos portugueses continua a achar que isso nem lhes diz respeito, nem lhes dá a ganhar nada...).

De Bag

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Será preciso mais alguma explicação?

De acordo com as estimativas da Organização Mundial de Saúde, o aborto clandestino provoca 78.000 mortes por ano.
Para além disso, centenas de milhares de mulheres sofrem consequências permanentes para a sua saúde devido à falta de condições de higiene e segurança. Ao nível global, 1 em cada 8 mortes maternais devem-se a complicações pós-aborto inseguro. Na Europa, as estatísticas falam em 1 em cada 6. QUANTAS DESTAS MULHERES SERÃO PORTUGUESAS?

Para lá

SIM

Mais do que estradas, hospitais, ou universidades, bens assaz comuns por essa Europa fora, o que é hoje sinónimo de desenvolvimento "civilizado", ao estilo Europeu, tem que ver com direitos sociais, respeito pelas minorias, encorajamento da diversidade. Portugal, após décadas de uma política de desenvolvimento baseada no betão, precisa de apostar numa outra forma de desenvolvimento que passa, não só por melhorar a forma como os portugueses falam línguas, teclam ao computador, ou são responsabilizados pelos seus actos e omissões, mas, também, pelo encorajamento do respeito por outras culturas, etnias, ou "formas de vida".

Alguém honestamente julga que seria possível a Madrid, Barcelona, Paris, Londres, ou outra cidade capital europeia atingir o nível de desenvolvimento, conforto, segurança e respeito pelos seus habitantes só com bons transportes e telecomunicações? Sem políticas activas de combate à discriminação, de apoio à integração, de promoção de cultura?

Se acham, então pensem novamente.

Por isso, é tão importante que o Sim ganhe no domingo. Porque é essencial que os portugueses sejam um pouco menos hipócritas e um pouco mais sofisticados, assumindo, como o fizeram por exemplo com a legalização da prostituição ou com permissão do divórcio, que há situações que vão sempre ocorrer, quer a Lei as contemple, ou não; porque os portugueses não vivem num mundo mágico ideal, em que nada escapa ao nosso controlo; e porque, acima de tudo, para os Portugueses deve haver liberdade de consciência: a verdade não só não é única, como não é só aquela que certas Fés e Igrejas promovem.

De Bag

Charles Chaplin (My Autobiography)

I had arrived at that difficult and unattractive age of adolescence, conforming to the teenage pattern. I was a worhsipper of the foolhadly and the melodramatic, a dreamer and a moper, raging at life and loving it, a mind in chrysalis yet erupting with sudden bursts of maturity.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

A ler:


A história de Will Self, entre Londres e Nova Iorque, Nova Iorque e Londres, adorador confesso de álcool, pornografia, mulheres, prostitutas, de todos os "prazeres baratos" e acima de tudo seguidor do Zeus de entre todas as suas divindades: Dinheiro. Claramente um livro (contemplado com esta distinção) que não é para o nosso tempo mais asséptico do que a década 80 do século passado.
De Bag

Abel J. Herzberg, Bergen-Belsen, 8 de Fevereiro de 1945

I had hung my coat in a cupboard. Someone has stolen the buttons.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Leo Tolstoy, 7 de Fevereiro de 1856 (tempos políticamente incorrectos)

Quarrelled with Turgenev, and had a wench at my place.

Da Revisitação

Depois de falar do combate à exclusão social, à corrupção, da promoção da produtividade e da economia nacionais, do sistema educativo, ou da reforma da Justiça, o Presidente da Républica concentra-se no assunto, talvez o último, sobre o qual não tinha ainda, neste ano de mandato, falado: a saúde. Já sabemos, pois, o que nos espera nos próximos 4 anos, uma revisitação destes temas (sempre vendida como mais uma originalidade de Belém nem que seja sobre a "invenção de uma roda"), desde mais uma visita a uma empresa de "sucesso", a um distrito pobre, a um lar de terceira idade, a um centro de recuperação de toxicodependentes, etc, etc e tal...

De Bag

Ter o bolo e comê-lo

Se alguma coisa pudesse ser dita que ilustrasse na perfeição as causas do estado do país, escolheria a forma como os que se manifestam contrários à despenalização da IVG o fazem. À semelhança das más práticas de muitas das nossas instituições e das "pequenas hipocrisias" de parte da nossa sociedade eles pretendem manter uma lei que proíbe uma acção, sabendo de antemão que essa lei é ignorada e contornada e querem manter essa mesma acção como crime, sem que os autores do mesmo sejam penalizados.

Irónicamente este movimento que se poderia dizer conservador (apercebendo-se de que a maioria dos portugueses não gosta de assistir ao espetáculo de mulheres a serem arrastadas pelos tribunais pelo "crime" de aborto) contraria um dos princípios que tradicionalmente lhe é mais caro: o de a um crime dever corresponder um castigo.

Se há aspecto que tem sido abordado e esmiuçado em Portugal até à exaustão é o da falta de responsabilidade. A ponte em Entre os Rios caiu, dezenas de pessoas morreram, ninguém foi responsabilizado. O processos "apito dourado" , "Isaltino", "Felgueiras" e tantos outros não parecem ter fim à vista. Poucos duvidam que há crime, ou crimes e, no entanto, não há, até ver, nenhuma punição (ao contrário, por vezes, parece haver até uma premiação da suspeita de crime).

Pretende-se agora em relação ao aborto fazer a mesma coisa: É crime, é proíbido, mas não é penalizado. Esteve bem o Primeiro-Ministro a recordar as pessoas que não podem ter o bolo e, simultaneamente, comê-lo...

De Bag

terça-feira, fevereiro 06, 2007

referendo

a todos aconselho uma vista de olhos a este blog. A não perder, o vídeo do Marcelo.

Para lá

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Stendhal 5 de Fevereiro de 1809

At noo today, the 5th, I found Elisa in bed. I got in, fine thighs, but a face that looks stupid and lives up to its promise: twenty four livres.

Totalitarismos

Regressado directamente de um país (Hungria) que, por volta de 1989, se conseguiu ver livre de um tipo de totalitarismo (político) para outro país (Portugal) que em 11 de Fevereiro se pode, também, ver livre de um certo tipo de totalitarismo, que tem a ver com uma estética da moral declinada de uma Fé e imposta a todos, quer partilhem, ou não dessa Fé.

De Bag

sábado, fevereiro 03, 2007

Explicações

Já perdi as contas às vezes que tive de explicar às e aos meus colegas cá fora o que se passa em Portugal e o que está em causa no dia 11 de Fevereiro. Quando lhes falo sobre os que dizem que a despenalização vai "liberalizar" o aborto, ou sobre os que alegam que a sua despenalização é uma forma de desistência da sociedade, ou, ainda, quando lhes ilustro como tem sido a interferência da Igeja, eles limitam-se a encolher os ombros.

Trata-se do mesmo encolher de ombros que nós faríamos se nos dissessem que teriamos de explicar como se trabalha com um computador a algum bosquímano do Botsuana. Acharíamos que era tão longo o percurso que ele teria para fazer entre a fogueira do final do dia e, por exemplo, a troca de emails que achariamos que se calhar não valeria a pena perdermos tempo.

Será que o "Sim" vai desta vez perder a preguiça e votar? Será que, pelo menos em relação ao aborto, eu vou poder deixar de perder o meu tempo cá fora?

De Bag

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Por aqui...

...num país que foi pouco permeável à utopia da Europa. Na Húngria já ninguém sonha com fundos infinitos, ou progresso à boleia do resto da Europa. E, no entanto, em Buda e em Peste parece que se respira já outro ar.

É que, por vezes, penso que não se consegue fugir à História...

De Bag


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