Para lá de Bagdade
«Unless I write something, anything, good, indifferent or trashy, every day, I feel ill.» W. H. AUDEN & «Thanking the public, I must decline/ A peep through my window, if folk prefer/ But, please, you, no foot over threshold of mine» House, Robert Browning, 1874
sábado, dezembro 27, 2008
quinta-feira, dezembro 18, 2008
quarta-feira, dezembro 17, 2008
Ler os outros: a má entrevista da Com'out à má deputada Marta Rebelo
Pareceu-me que o/a entrevistador(a) da deputada do PS Marta Rebelo era amigo, ou amiga de um amigo, ou amiga da Senhora. Parece-me mesmo que essa foi a razão para ter conseguido o "furo". Parece-me, ainda, que estava a "Com'Out" mais fascinada com o glamour da entrevistada do que em colocar as questões que interessavam colocar. Nomeadamente perguntar a essa Senhora se ela acha que ao longo da História os legisladores que fizeram avançar os Direitos Humanos fizeram sondagens antes, ou se ela achava que quando os Parlamentos aprovaram os princípios gerais de Igualdade de Género a maioria dos eleitores os aprovavam...
terça-feira, dezembro 16, 2008
E, já agora...
...onde está o nosso Presidente que não se resignava com o nosso pouco desenvolvimento e que, com os seus conhecimentos de economia, iria promover a nossa competitividade numa altura de recessão global? A discutir o estatuto dos Açores?
A última intervenção do Dr. Soares, ou o Alegre em bom
1. A crise aprofunda-se e generaliza-se.Os Estados desviam milhões, que vêm directamente dos bolsos dos contribuintes, para evitar as falências de bancos mal geridos ou que se meteram em escandalosas negociatas. Será necessário. Mas o povo pergunta: e as roubalheiras, ficam impunes? E o sistema que as permitiu - os paraísos fiscais -, os chorudos vencimentos (multimilionários) de gestores incompetentes e pouco sérios, ficam na mesma? E os auditores que fecharam os olhos - ou não os abriram suficientemente - e os dirigentes políticos que se acomodaram ao sistema, não agiram e nem sequer alertaram, continuam nos mesmos lugares cimeiros, limitando-se a pedir, agora, mais intervenções do Estado, com a mesma desfaçatez com que antes reclamavam "menos Estado" e mais e mais privatizações?
Pedem-se e pediram-se sacrifícios para cumprir as metas do défice, impostas por Bruxelas. Mas, ao mesmo tempo, os multimilionários engordaram - os mesmos que agora emagreceram na roleta russa das economias de casino - e os responsáveis políticos (os mesmos, por quase toda a Europa) não pensam em mudar o paradigma ou não anunciam essa intenção e não explicam sequer aos eleitores comuns, os eternos sacrificados, como vão gastar o dinheiro que utilizam para salvar os bancos e as grandes empresas da falência, aparentemente deixando tudo na mesma? E querem depois o voto desses mesmos eleitores, sem os informar seriamente nem esclarecer? É demais! É sabido: quem semeia ventos colhe tempestades...
2.Nas ruas e universidades da Grécia, há vários dias, os estudantes manifestam- -se violentamente, atiram pedras contra a polícia, incendeiam automóveis, provocam distúrbios. Indignação ou houve o pretexto de a polícia ter matado um estudante? Não são, contudo, jovens marginais, filhos de imigrantes, habitantes de bairros problemáticos, como sucedeu, há meses, em França. São filhos da burguesia que está a ser muito afectada com a crise.
A França foi a primeira a inquietar-se. Com razão. Quando há uma crise latente, que fere em consciência as classes médias, qualquer pretexto serve para gerar a revolta. Maio de 68 foi assim. De Gaulle, que era o De Gaulle, desapareceu e esteve dois dias na Alemanha a ouvir as forças militares de ocupação ali estacionadas.
A Espanha também tem motivos de preocupação: a subida em flecha do desemprego, o mal-estar social latente, que sucedeu a um período de grande crescimento, a bolha do imobiliário, que rebentou como era previsível, as tensões crescentes entre algumas autonomias e o centralismo de Madrid.
Portugal também não deve ficar indiferente. Com as desigualdades sociais sempre a crescer, o aumento do desemprego que previsivelmente vai subir imenso, em 2009, a impunidade dos banqueiros delinquentes, o bloqueio na Justiça, e em especial, do Ministério Público e das polícias, estão a criar um clima de desconfiança - e de revolta - que não augura nada de bom. Oiçam-se as pessoas na rua, tome-se o pulso do que se passa nas universidades, nos bairros populares, nos transportes públicos, no pequeno comércio, nas fábricas e empresas que ameaçam falir, por toda a parte do País, e compreender-se-á que estamos perante um ingrediente que tem demasiadas componentes prestes a explodir. Acrescenta-se o radicalismo das oposições, à esquerda e à direita, que apostam na política do "quanto pior melhor". Perigosíssima, quando não se apresentam alternativas credíveis...
França, Espanha, Portugal e outros Estados membros não são a Grécia, é verdade. Cada país é um caso. Mas a União Europeia não está a ajudar nada. O plano aprovado na última cimeira não passa de um paliativo: injectar dinheiro nos bancos e nas grandes empresas, para que tudo - de essencial - possa ficar na mesma. Sem ter em conta o grande descontentamento e a grande desconfiança que os provocam sem esclarecer satisfatoriamente as opiniões públicas, sem transparência, sem uma visão estratégica, coerente e concertada dos 27 Estados quanto ao que é necessário fazer, para assegurar a mudança.
Nesse aspecto, a nova América de Obama está bem melhor do que a União Europeia. Além do mais, porque na América o pessoal político está a mudar. E, na Europa, continuam as mesmas caras, insusceptíveis de entusiasmar seja quem for...
O Pedro, a Manuela e Lisboa
Como é possível que uma Senhora dita de princípios possa ceder perante o que se poderá dizer ser um dos "least principled" políticos de que o país tem memória e oferecer-lhe o apoio do Partido para a sua candidatura à Câmara de Lisboa??
Ver os outros:The No. 1 Ladies' Detective Agency, de Alexander McCall Smith, por Anthony Minghela
Absolutamente a não perder esta brilhante adaptação de Minghela (morrido pouco depois) do mundo de McCall Smith. Anthony Minghela deu-me vontade de ler os livros sobre a Precious Ramotswe e o seu método "Marpleiano" à moda do Botswana de deslindar mistérios numa, já agora, África que funciona...
quinta-feira, dezembro 11, 2008
Jon Stewart e Mike Huckabee falam sobre Casamentos entre pessoas do mesmo sexo
Entre outras coisas persiste a ideia de que a passagem dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo provocará o fim dos casamentos entre pessoas de sexos diferentes...go figure.
de bag
quarta-feira, dezembro 10, 2008
segunda-feira, dezembro 08, 2008
Ler os Outros: Na Newsweek "The Religious Case for Gay Marriage"
Segur-se um excerto do artigo:
Let's try for a minute to take the religious conservatives at their word and define marriage as the Bible does. Shall we look to Abraham, the great patriarch, who slept with his servant when he discovered his beloved wife Sarah was infertile? Or to Jacob, who fathered children with four different women (two sisters and their servants)? Abraham, Jacob, David, Solomon and the kings of Judah and Israel—all these fathers and heroes were polygamists. The New Testament model of marriage is hardly better. Jesus himself was single and preached an indifference to earthly attachments—especially family. The apostle Paul (also single) regarded marriage as an act of last resort for those unable to contain their animal lust. "It is better to marry than to burn with passion," says the apostle, in one of the most lukewarm endorsements of a treasured institution ever uttered. Would any contemporary heterosexual married couple—who likely woke up on their wedding day harboring some optimistic and newfangled ideas about gender equality and romantic love—turn to the Bible as a how-to script?
Of course not, yet the religious opponents of gay marriage would have it be so.
The battle over gay marriage has been waged for more than a decade, but within the last six months—since California legalized gay marriage and then, with a ballot initiative in November, amended its Constitution to prohibit it—the debate has grown into a full-scale war, with religious-rhetoric slinging to match. Not since 1860, when the country's pulpits were full of preachers pronouncing on slavery, pro and con, has one of our basic social (and economic) institutions been so subject to biblical scrutiny. But whereas in the Civil War the traditionalists had their James Henley Thornwell—and the advocates for change, their Henry Ward Beecher—this time the sides are unevenly matched. All the religious rhetoric, it seems, has been on the side of the gay-marriage opponents, who use Scripture as the foundation for their objections.
The argument goes something like this statement, which the Rev. Richard A. Hunter, a United Methodist minister, gave to the Atlanta Journal-Constitution in June: "The Bible and Jesus define marriage as between one man and one woman. The church cannot condone or bless same-sex marriages because this stands in opposition to Scripture and our tradition."
To which there are two obvious responses: First, while the Bible and Jesus say many important things about love and family, neither explicitly defines marriage as between one man and one woman. And second, as the examples above illustrate, no sensible modern person wants marriage—theirs or anyone else's —to look in its particulars anything like what the Bible describes. "Marriage" in America refers to two separate things, a religious institution and a civil one, though it is most often enacted as a messy conflation of the two. As a civil institution, marriage offers practical benefits to both partners: contractual rights having to do with taxes; insurance; the care and custody of children; visitation rights; and inheritance. As a religious institution, marriage offers something else: a commitment of both partners before God to love, honor and cherish each other—in sickness and in health, for richer and poorer—in accordance with God's will. In a religious marriage, two people promise to take care of each other, profoundly, the way they believe God cares for them. Biblical literalists will disagree, but the Bible is a living document, powerful for more than 2,000 years because its truths speak to us even as we change through history. In that light, Scripture gives us no good reason why gays and lesbians should not be (civilly and religiously) married—and a number of excellent reasons why they should.
In the Old Testament, the concept of family is fundamental, but examples of what social conservatives would call "the traditional family" are scarcely to be found. Marriage was critical to the passing along of tradition and history, as well as to maintaining the Jews' precious and fragile monotheism. But as the Barnard University Bible scholar Alan Segal puts it, the arrangement was between "one man and as many women as he could pay for." Social conservatives point to Adam and Eve as evidence for their one man, one woman argument—in particular, this verse from Genesis: "Therefore shall a man leave his mother and father, and shall cleave unto his wife, and they shall be one flesh." But as Segal says, if you believe that the Bible was written by men and not handed down in its leather bindings by God, then that verse was written by people for whom polygamy was the way of the world. (The fact that homosexual couples cannot procreate has also been raised as a biblical objection, for didn't God say, "Be fruitful and multiply"? But the Bible authors could never have imagined the brave new world of international adoption and assisted reproductive technology—and besides, heterosexuals who are infertile or past the age of reproducing get married all the time.)
Ozzie and Harriet are nowhere in the New Testament either. The biblical Jesus was—in spite of recent efforts of novelists to paint him otherwise—emphatically unmarried. He preached a radical kind of family, a caring community of believers, whose bond in God superseded all blood ties. Leave your families and follow me, Jesus says in the gospels. There will be no marriage in heaven, he says in Matthew. Jesus never mentions homosexuality, but he roundly condemns divorce (leaving a loophole in some cases for the husbands of unfaithful women).
Visto ontem: A Turma
filme ao estilo documentário de maneira a impactar mais a audiência, se calhar não muito longe do que se passa numa escola perto de si e de mim em que o exercício da profissão de professor é semelhante ao de tentar segurar numa mão aberta areia fina e assistir impotente aos grãos que se esvaem como alunos sem esperança nem lugar presente, ou futuro em lado nenhum...
domingo, dezembro 07, 2008
do "namoro" cavaco dias loureiro
como é que é possível que o tom do comentário jornalístico em torno de dias loureiro continue a ser do género de "como pode ele continuar a embaraçar o presidente com a sua permanência no conselho de estado e não ter já passado para que razões (passadas e, ou futuras) terá cavaco para o lá manter?
entregar as chaves
se os professores e ministério da educação não conseguirem/quiserem chegar a acordo quanto a um modelo de avaliação e se com o fim da avaliação vier a eliminação de todas as outras reformas da educação (aulas de substituição, horários, reformas, etc), mais vale o sócrates entregar as chaves disto ao cavaco e ir para casa descansar...
Para ver antes, ou depois de Milk: I love you Phillip Morris
de repente parece preparar-se uma "bounty"de gay related filmes...hmmm, fome, fartura!
sábado, dezembro 06, 2008
Recados ao Dr. António Costa: Os Lagos da Avenida da Liberdade
sexta-feira, dezembro 05, 2008
quinta-feira, dezembro 04, 2008
violação de direitos humanos
JAYAPURA, Indonesia (Reuters) Nov 24 - Indonesia's Papua province is set to pass a bylaw that requires some HIV/AIDS patients to be implanted with microchips in a bid to prevent them infecting others, a lawmaker said on Saturday.
Under the bylaw, which has caused uproar among human rights activists, patients who had shown "actively sexual behaviour" could be implanted with a microchip to monitor their activity, lawmaker John Manangsang said.
"It's a simple technology. A signal from the microchip will track their movements and this will be received by monitoring authorities," Manangsang said.
If a patient with HIV/AIDS was found to have infected a healthy person, there would be a penalty, he said without elaborating.
The Jakarta Post newspaper on Saturday quoted Constan Karma, the head of Papua's National AIDS Commission, as saying the plan violated human rights.
The local parliament was expected to introduce the controversial legislation in Papua, which lies in Indonesia's easternmost fringe, by end of this month, Manangsang said.
Para lá
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Recados ao Dr. António Costa: dos passeios (ou, por vezes, da falta deles) em Lisboa
Eu tenho um sonho meu Caro Presidente. O meu sonho, ou se quiser fantasia, é de que na próxima vez que eu sair à rua munido da guia de pagamento para a segunda prestação da taxa de esgotos da CML possa tranquilamente sair da minha casa e descer a rua, quer chova, quer faça Sol.
Eu explico.
Desde há cerca de um ano que um prédio ao lado daquele onde eu moro está embargado. Entretanto o passeio que as obras do prédio embargado obliteraram continua escondido por tapumes. Por isso neste último ano e, adivinha-se, nos próximos, eu e mais 20 residentes temos de esticar o pescoço, olhar à direita e perceber se é seguro descer, ou atravessar a rua. Achava eu que a mobilidade era uma daquelas "coisas" tão básicas que ninguém a dificultaria assim e por tanto tempo. Isto passa-se à porta de uma sede de uma Junta de Freguesia.
Mais. A minha rua na verdade não é lá muito bem uma rua, é mais uma calçada. Tem uma perigosa inclinação e, ainda assim, como o nome indica, está atapetada por uma, não obstante recente, já muito degradada calçada la portugaise. Alguém me explica donde raio veio a ideia de colocar a escorregadia e polida calçada em ruas íngremes?
De Bag
o bpp, o governo, o lobbying e o case study
um dia, quando se ensinar lobbying, ou quiçá mesmo tráfico de influências, nas escolas do país, a operação financeira que o governo montou com o nosso dinheiro para ajudar alguns dos mais ricos senhores deste país e alguns dos mais afortunados aforradores da nação será dada como case study...
de bag
terça-feira, dezembro 02, 2008
Da Humanidade deste Vaticano
A França prepara-se para, em nome da UE, apresentar na ONU uma proposta que visa a descriminalização da Homossexualidade. Reparar bem na palavra "descriminalização". O porta voz do Vaticano junto da ONU em Nova Iorque diz opor-se a esta medida porque a mesma criaria "novas e implacáveis discriminações", ou trocado por miúdos, teria por resultado um aumento da pressão sobre países que não reconhecem o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Ou seja, o Vaticano prefere não exercer qualquer pressão sobre o Irão, ou a maior parte dos países africanos, para que estes deixem de executar, ou prender pessoas, tão só devido ao sentido da sua orientação sexual, para que não haja, mais adiante, a possibilidade desta medida ser utilizada como "trampolim" para que um maior número de países seja levado a legalizar os casamentos, ou as uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Estranho, estranho mesmo, é como tanta gente parece continuar a acreditar nos valores humanistas da Igreja...
De Bag
Recados ao Dr. António Costa: do graffiti
A revista Economist publicou a semana passada os resultados de um estudo sobre a ligação entre ambientes dominados pelo graffiti e a criminalidade. A CML devia ter em consideração esta análise da próxima vez que decidir desresponsabilizar-se e às Polícias do combate ao graffiti (a totalidade do artigo disponível para quem clicar no link)
The researchers's conclusion is that one example of disorder, like graffiti or littering, can indeed encourage another, like stealing. Dr Kelling was right. The message for policymakers and police officers is that clearing up graffiti or littering promptly could help fight the spread of crime.