Confesso alguma preguiça intelectual para me debruçar com muita profundidade sobre aquilo que se tem passado com a Educação em Portugal. Parte dessa relutância talvez tenha a ver com a mentalidade do sobrevivente. Trocado por miúdos: como fruto do sistema educativo público nacional que sou, das suas incongruências, limitações, incompetências e, claro, também dos seus heróis, custa-me lá regressar. Assim como custará a um sobrevivente de um desastre aéreo tornar a voar.
Mas como a matéria insiste em continuar nos media, sinto que não tenho grande alternativa.
E aquilo que tenho a observar é o seguinte: partimos de uma situação em que os professores não tinham quase nenhuma, ou viviam como se a não tivessem, avaliação; em que, a partir de uma tenra idade, gozavam de generosas reduções de turmas e, logo, de horários; para aquilo que me parece ser quase o "extremo" oposto. Talvez se pudesse ou se devesse demorar mais tempo a por a correr esta reforma. Não me parece, contudo, que o sentido da mesma possa ser posto em causa.
Em relação a algumas matérias de pormenor, parece-me que os "profs" podem ter algumas razões de queixa. O (seu) problema é que com tantos protestos a propósito de tantas coisas, as suas razões perderam-se. Não definiram prioridades. Parecerem sempre reagir como qualquer outra classe corporativa à defesa em relação a qualquer mudança, mesmo às boas.
Agora que gritam em relação a alguns temas em que poderão ter alguma razão, poucos acreditarão neles como já não se acreditava no Pedro que uivava "lobo"!
De Bag