Fui ver o "roubo" do Ouro do Reno
Este ouro, que livre é "inocente" e possuido é "culpado", podia ser nos dias de hoje o nuclear no Irão, ou a Palestina em Israel. É tudo o que admiramos, sabendo que não podemos possuir, sob pena de nos perdermos e fazermos perder o objecto do desejo.
A encenação, desta ópera de Wagner, que está para a tetralogia um pouco como a Margarida Rebelo Pinto está para a literatura, ou o Hobbit para a trilogia do Tolkien, foi brilhante, oscilando entre a visão de um modernismo ao melhor estilo de Kubrick e o enquadramento pesado, doirado e tremido do São Carlos, ou seja entre o melhor dos dois mundos. O desempenho dos cantores, especialmente quando, na arena, se viravam para mim foi dos melhores dos últimos tempos. Venham as restantes obras da mitológica tetralogia, que se forem tão bem encenadas e representadas como foi esta, nós vamos com certeza aguentar e fazer o sacrificio.
De Bag