uma publicidade para baralhar algumas mentes
«Unless I write something, anything, good, indifferent or trashy, every day, I feel ill.» W. H. AUDEN & «Thanking the public, I must decline/ A peep through my window, if folk prefer/ But, please, you, no foot over threshold of mine» House, Robert Browning, 1874
Relativamente à campanha que a BBDO desenvolveu para a Galp, com direito a música alusiva ao Mundial e à polémica provocada pela letra da dita música com a inclusão do termo "paneleiro" de forma inegavelmente pejorativa, só há duas coisas que, ainda, incomodam. A primeira é que mesmo depois da palavra ter sido censurada e da Galp ter pedido desculpa e da BBDO de Nova Iorque também ter lamentado o sucedido o autor da letra o Senhor Bidarra teima em não reconhecer o seu erro, nem a posteriori. A segunda tem a ver com esta necessidade lusa de fazer a festa sempre com prejízo para alguém. Parece que estes 3o anos de democracia, mais os 6 de século XXI não chegam para que nós nos sintamos suficientemente à vontade para celebrar os feitos , neste caso feitos desportivos, de forma a não excluirmos ninguém. Desta vez, foram os "paneleiros", mas antes, se calhar, foram as mulheres, amanhã serão as minorias étnicas, ou, talvez, as religiosas?
Os Senhores e Senhoras Juízes estarão, tudo indica, a tentar ganhar na secretaria uma guerra que perderam na praça pública. Segundo diversas notícias não desmentidas não se registam quase nenhumas diligências marcadas para o período que foi, até ao ano passado, de férias judiciais. Assim esperam provar que a redução das férias judiciais não levou a uma aceleração da justiça nem a um maior número de casos julgados. Depois admiram-se da imagem que continuam a ter...
Parece-me que maior problema que a existência de ricas jazidas de petróleo, ou do que a má vizinhança, Timor enfrenta o problema dos seus líderes serem todos muito melhores a resisitir do que a viver em "normalidade."
O Ivan Nunes escreveu aqui um curioso texto sobre os beijos de futebolistas. Este texto que demonstra, entre outras coisas, a falta de "progresso" dos "progressistas" lusos, foi uma desilusão. É que pensei, erradamente, que Ivan Nunes teria visto, como eu embevecidamente vi, o momento em que Marco Caneira desajeitadamente cai sobre Ricardo e aproveita parra o abraçar e beijar. Afinal parece que os únicos beijos em que Ivan Nunes repara são os que os jogadores trocam ao entrarem e sairem do estádio. Incomodam-no porque, em primeiro, jogadores e beijos é algo que, para Ivan, não se deve misturar e, depois em segundo lugar, porque em vez de darem dois populares beijinhos, os jogadores, essa última descoberta do "snobismo" da Lapa só dão um beijinho!
Passou despercebida, há umas semanas, a notícia de que a presente equipa da autarquia lisboeta se prepara para arrumar numa qualquer gaveta municipal os estudos do arquitecto Gehry para o Parque Mayer. Estudos esses que custaram aos lisboetas a módica quantia de 2 Milhões e meio de Euros. Claro está que diferentes edis têm direito a diferentes perspectivas e políticas para os "seus" territórios. Claro está que, especialmente quando aquilo que está a ser preparado é negativo, ou faraónico, esse poder de revisão é, ainda mais, crucial.
O João comentou aqui o meu humilde post sobre a Linha da Beleza. Acho que não compreendeu o seu sentido e acho que grande parte do seu encantamento com a obra de Waugh tem a ver com o seu encantamento pela época a que Evelynn Waugh se dedicou. Claro que o Oxford onde Nick e Toby se conhecem não tem nada a ver com o Oxford de Evelynn. Mas os tempos são outros, a sexualidade outra e, já agora, a religão também é outra.
Só quando as pessoas perrceberem o poder que têm enquanto consumidoras é que será possível responder às prepotências cometidas por algumas empresas em Portugal. Eu, por exemplo, que já nunca compraria um Renault, pelo que sucedeu há uns anos em Setúbal, agora também já nunca comprarei um Opel, por causa deste clima de chantagem que se vive em relação à permanência, ou não de uma fábrica na Azambuja.
Até agora a única coisa verdadeiramente inovadora da presidência de Cavaco é o nome com que baptizou as presidências abertas, passaram a ser conhecidas como Roteiros, mas matêm o seu carácter absolutamente inútil, pelo menos desde a presidência de Sampaio.
Sei que estou a vulgarizar um slogan que me é caro, mas pode ser uma forma de dizer que estou ao lado da Ministra da Educação, que tem o país contra ela, injustamente, quanto a mim. Os pais, educadores, que nunca o foram, podem não o ser com a nova lei, os professores que não sabem do seu mister, não é por força da lei que o serão, mas as escolas que se cuidem, nesta matéria. Olho vivo para os professores de aviário. Basta de não cuidar da educação. Basta de dizer que tudo é mau sem vontade mudar e sem espírito de sacrificio. A Ministra apenas tem de explicar melhor a sua politica. Devia te-lo feito antes de a divulgar. Dizer que devolvvia à sociedade civil, a quota parte que lhe cabe, na educação, em democracia. Mas só o fez depois da comunicação social ter na mão o projecto de lei. Mal feito, senhores Ministros. O momento, é anterior. Olhem para o que se está a passar com a nova lei do arrendamento urbano. Houve discussão pública suficiente. Ela, a Nova Lei do Arrendamento Urbano, está para chegar e será a grande revolução neste tipo de arrendamento, e, concomeitantemente, nas cidades. Agora a Ministra da Educação tem razão, os pais têm de ter uma palavra sobre o que se passa com os seus filhos na escola. Se o não quiserem fazer, não se queixem, muito embora custe muito ao país a iletracia congénita e social. Dá trabalho mudar, mas é imperativo! A escola, por si só, não produz génios. É o seio familiar, mesmo que indeferenciado, que sabe resolver as questões familiares e escolares. Bem-vindo o acórdão sobre o homicidio da pequena Vanessa. Tudo isto diferente, mas, tudo isto, interligado. Saibamos crescer, devagar, mas consistentemente, na nossa sociedade. Chega de menorização. Dos professores, dos pais, e do país. Atenção e amor à juventude é tudo o que é preciso para se poder mudar a mentalidade do nosso pais. E, por favor, não me falem dos louros do Mundial.... Quem está na luta, leva e dá...está nos livros. Regozigemos-nos, com parcimómia, muito embora pareça ser politivcamente correcto gostar de futebol.... malgré moi... Viva a Educação dos nossos filhos, dos nossos netos e dos fihos dos nossos amigos. Até lá.
Ou este jogo de Cavaco de apoiar Ministros ainda lhe vai trazer dissabores, ou aqui há pacto.
e não aprecio especialmente a nossa bandeira (tendo já colaborado há vários anos no seu desvirtuamento colocando um preservativo no lugar do escudo), que tal vai contra a constituição deste país.
Olhem só a expressão, em comunhão, isto cheira a Ratzinger, no minimo. Mas como fizeste os três anos na blogosfera e eu estava fora, deixo-te hoje aqui um abraço pela tua escrita inteligente e culta, mesmo que à custa, madraça, esta expressão é do Gandhi... digo eu, na minha ignorância, madraça/madraças, de explorares e citares os outros pensadores.... E vou citar-te algo que muitas vezes digo de mim para mim, citando outros: Que a vida não é vida quando a gente,/já não chora, não grita, mas consente/que a vida continue a ser assim! Era uma sábia esta senhora, e Faz-me Falta, onde é que eu já li alguma coisa parecida com isto? Um abraço,
Na última edição do Observer, dei de caras com o artigo "Lethally Blond" sobre a "cara" do conservadorismo americano (uma destas senhoras para quem não se pode ser suficientemente alto, magro, ou loiro), muito ajudada claro está por uns media transformados em voyeurs de um espectáculo que todos condenam, mas nignuém pára. Estamos a falar aqui de conservadorismo à séria, o Bush não é mais que um moderado diplomata para esta senhora. E, no entanto, o que é assustador é que as posições da Senhora Coulter são muito mais comuns e generalizadas nos seus congéneres WASPs e não só do que seria desejável.
não consigo compreender porque é que certa esquerda continua a ter tanta dificuldade em regozijar com a vitória portuguesa sobre angola, faz lembrar a satisfação que alguma esquerda manifestava com as vitórias do velhinho bloco de leste...
Quanto mais tempo por cá estou mais me convenço de que Portugal beneficiaria caso os pais utilizassem menos: "Olha que parece mal!"
O Boss (do Renas e Veados) esqueceu-se de apontar uma das (des)vantagens da possibilidade de uma vitória da selecção angolana sobre a portuguesa em futebol hoje mais logo: o reforço, nesse caso também internacional, do regime Santos e a projecção até de uma imagem de sucesso do mesmo para o exterior. É por isso que nunca é bom que países em ditaduras ganhem. Aliás sobre este tema os campeonatos de futebol são mais "saudáveis" que as olimpíadas, onde quem tem mais medalhas, geralmente, tem mais dinheiro.
E viu e ouviu como aquelas três criaturas não conseguiram dizer nada, repito, nada, sobre a questão da lei da paridade. Pergunto, é assim que está a ser discutida a lei e o seu veto político no Parlamento. Professor Cavaco Silva viu ontem a quadratura do circulo? Ou os seus assessores? Maria de Belém, onde anda? Foi Ministra para Igualdade....... Peço-vos daqui deste blogue, se querem alterar a lei e introduzir uma contra-ordenação não se esqueçam de introduzir uma norma que imponha, para além da dita contra-ordenação, a obrigatoriedade de corrigir a quota, porque senão é isso que vai acontecer, paga-se e de consciência tranquila as coisas ficam como estavam. Mas para além da contra-ordenação, o que já é vexatório para o género subreresentado, cumulem com uma sanção no financiamento do partido, exactamente no montante, em percentagem, igual à diferença da quota para atingir os 33%. Fala-vos quem sabe do que fala e, como vêm, não sendo deputada, sabe como se legisla, ou melhor, sabe o que vai acontecer, pela ignorância profunda dos nossos deputados. O exemplo de ontem foi deprimente. O JPP, disse que era eticamente contra...... Eu também estou eticamente contra ele, e depois? Isto é sério? Vão à administração pública, que verdadeiramente é o governo do país, e o que é que se passa? Mulheres no nível de chefe de divisão e depois, homens, homens, a todos os níveis. E julgam que não as há, com enorme competência, capazes de mudar as coisas na administração e, concomitantemente, no governo do nosso país? Modernizemo-nos e não tenhamos medo das mulheres. Maria de Belém, hallo, onde anda? Professor Cavaco não votei em si, mas estou a ter de o aguentar, assim logo na sua estreia. Que lhe fique o sabor desta vitória de pirro até ao fim da vida. Até lá.
Dizer que o país não precisava de quotas, para garantir uma maior igualdade no acesso das mulheres à política, é a mesma coisa que dizer que a maioria dos artigos do Código Penal são espúrios...
E que tal que todos aqueles que exigem que o Hamas reconheça o Estado de Israel, como condição para que possa ser considerado para parceiro negocial, exijam, também, que Israel e os seus principais partidos políticos reconheça o Estado da Palestina?
depois de mais uma decipcionante declaração da assembleia geral das nações unidas sobre SIDA o relógio da infecção não pára...
Acho sempre imensa graça e não posso deixar de sorrir quando ouço os politicos em geral, e alguns em particular, a falar da ausência de participação dos portugueses nas associações e na fraca expressão do voluntariado.
Preferia nem ter tido conhecimento do facto de o "nosso" parlamento ter alterado o seu horário de trabalho para que o trabalho não coincidisse com um jogo de futebol da selecção. Preferia não ter tido sequer conhecimento que os senhores deputados preferiram adiar, ou protelar a discussão, apreciação e votação de coisas que serão sempre, nós supomos importantes para o país, ou não serviria para nada, nem a sua eleição, nem o orgão a que pertencem, por causa de um jogo de futebol.
Definitivamente não percebi por que Pacheco Pereira precisa de, para comentar, hoje no Público, as declarações de Jack Welch (malogrado gestor americano) fazer uma panorâmica sobre o malogrado império colonial português. Não teria sido mais útil e, quiça por isso mais dificil, uma reflexão sobre as razões endógenas dos nossos insucessos que levaram a que esse senhor tenha proferido umas considerações sobre a nossa falta de vergonha em relação à nossa decadência e excesso de ilusões quanto ao nosso valor?
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