Não percebo
Não percebo este, pelo menos aparente, anunciado regresso à "Política do Betão".
«Unless I write something, anything, good, indifferent or trashy, every day, I feel ill.» W. H. AUDEN & «Thanking the public, I must decline/ A peep through my window, if folk prefer/ But, please, you, no foot over threshold of mine» House, Robert Browning, 1874
...por cá insistimos noutras direcções.
Triste país este em que cidadania não se associa com responsabilidade, em que nacionalidade não se equaciona com qualquer sentimento de pertença a qualquer colectivo, em que para além, em alguns casos, da família ninguém acha que deve nada a ninguém, sendo o colectivo que deve tudo às pessoas a título individual.
Hoje, por afazeres profissionais, tive de andar, de reunião em reunião, na Baixa, até almoçando por lá. Entre a primeira reunião e o merecido almoço no Nicola, cruzo-me com o Romano Prodi, anónimo entre a anónima população do Rossio. Só a pilha de jornais italianos o denunciava.
"a educação da sexualidade não se resume a mera informação sobre os mecanismos corporais e reprodutores, (...) reduzindo a sexualidade à dimensão física possível de controlar com vista à prevenção contra o contágio de doenças sexualmente transmissíveis e o surgimento de gravidezes indesejadas". Uma tal abordagem "deturpa" a sexualidade, "isolando-a da dimensão do amor e dos valores", e abre caminho à "ausência de critérios éticos, e à aceitação, por igual, de múltiplas manifestações da sexualidade, desde o auto-erotismo, à homossexualidade e às relações corporais sem dimensão espiritual porque o amor e o compromisso estão ausentes". in Nota sobre a Educação da Sexualidade da Conferência Episcopal Portuguesa
...da intransigência no Médio Oriente agora que em Israel se assistem a manifestações diárias contra a retirada de uma pequena parcela de território ocupado há mais de 30 anos, numa altura em que algumas sondagens demonstram que a população Israelita começa a não estar favorável à retirada de Gaza e da Cisjordânia.
O Random Precision e o Renas e Veados (ambos linkados aqui ao lado) preparam-se para levar a uma Conservatória do Registo Civil vários casais homossexuais de forma a solicitar a celebração do contrato de casamento. Quando o Conservador disser que não o pode fazer, irão os autores recorrer da decisão, se preciso for até ao Tribunal Constitucional, com base no Artigo 13º, número 2 da Constituição, o qual postula o princípio da Igualdade também em função da Orientação Sexual.
escapou a toda a gente a peça publicada na última Visão sobre a aparente conspiração para fabricar um processo contra Sócrates em vésperas de eleições legislativas? Uma conspiração que envolverá nomes sonantes muito próximos de Santana, elementos da PJ e jornalistas (que ou são naives, ou se quiseram deixar enganar...)
O fim de semana que acaba de passar foi o momento escolhido em todo o mundo e, também, em Portugal para celebrar o "Pride", evento que, para quem não o sabe, comemora o que se passou num bar Nova Iorquino, quando um grupo de Travestis se uniu e revoltou contra uma acção policial violenta, obrigando, pela primeira vez, as forças policiais a reconhecerem comportamentos homofobos violadores dos mais básicos conceitos de Liberdade.
Portugal precisava era mesmo de um Bill Bryson que de forma inteligente se metesse com as nossas idiossincrasias, chamando a atenção para alguns dos nossos problemas. Como ainda não tem, decidi pegar neste livrinho, sugerido por um comensal num almoço há algumas semanas, diga-se de passagem sem grandes esperanças.
C'est une première. Un blogueur est convoqué devant la 17e chambre correctionnelle de Paris aujourd'hui. Il est poursuivi pour diffamation par la mairie de Puteaux. «MonPuteaux.com est menacé de fermeture. C'est la liberté d'expression d'un simple citoyen "qui a décidé de l'ouvrir" qui est prise pour cible... face à un clan qui cumule tous les pouvoirs locaux depuis trente-six ans : maire, députée et vice-sénatrice, maire adjoint et conseiller général, 38 élus sur 43 au conseil municipal...», proteste Christophe Grébert. Depuis trois ans, son blog est une belle épine dans le pied de la famille Ceccaldi-Raynaud qui tient la municipalité. Et a décidé de contre-attaquer en justice.
Claro que nem o próprio, nem os que o conheceram podem aprovar o que se está a passar com as suas cerimónias fúnebres, que têm demasiado em comum com as da Irmã Lúcia, ou com as do Papa João Paulo II e que, uma vez mais, demonstram o excelente nível profissional dos media na cobertura e transmissão de funerais.
Virei as costas, distraído com o bom tempo e o mar e quando voltei a olhar tinham morrido quatro conhecidos portugueses: Vasco Gonçalves, Cunhal, Eugénio Andrade e Bertholo. Quanto aos dois últimos não há muito a dizer, a não ser o facto de uma vez mais se ter optado por enterrar a homossexualidade do poeta, não a mencionando um único orbituário. Claro que em toda a obra de Andrade ela está presente essa forma misteriosa de sexualidade que ele como que só vivia por metade em sonhos e exaltações.
Quem será o futuro A. J. P. Taylor que irá contar como foi que se passou e ultrapassou, ou não, a actual situação de impasse no processo de construção europeu, que não é mais do que outra fase de um "Struggle for Mastery in Europe". Na altura, como hoje, houve backstabbing entre Estados e conflitos e movimentos sociais profundos que viriam a alterar a face da "velha" Europa, por acaso para pior (ou não viesse pouco depois outra, ainda mais mortífera, guerra).
O que significa hoje em dia o 10 de Junho para a maioria de nós?
"É interessante" no Resistente Existencial, sobre o papel de Jorge Coelho no país e no PS.
Não foi muito auspicioso o lançamento da campanha de Carrilho. Para além de uma aposta num mediatismo de gosto mais que duvidoso e que não tem nada a ver com a figura de Carrilho e, logo, um mediatismo em que ele não mostra estar à vontade, o evento do CCB não passou uma mensagem de dinamismo e de carisma do candidato que mobilize lisboetas.
Acabo de assistir, na RTP Internacional, ao noticiário nacional. Entre outras coisas, vi incêndios, coisas da bola e uma prisão de uns assaltantes em que, estranhamente, a RTP estava presente. Depois, vi aquele senhor que todos os cargos nacionais recusa (nacionais, porque internacionais ainda não o ouvi,os excluir algum) perorar com grande satisfação e muitos sorrisos sobre o país e a Europa.
Relativamente à boa ideia de António Costa de reordenar, reduzindo, o mapa de freguesias nacionais, ocorre-me uma dúvida: não seria mais fácilmais rápido começar pela extinção dos inúteis Governos Civis?
Hoje, em Bruxelas, esbarrei com uma daquelas embirrações comunitárias que tanto enervaram franceses e holandeses: uma inistência bizarra numa harmonização de algo, cujo único beneficiário seria a própria Comissão e nenhum cidadão europeu...
PREGÕES MATINAIS
Estava Campos e Cunha tão ocupado, perorando sobre o fim dos privilégios e benefícios dos outros, que nem reparou em si?
Não pude deixar de reparar que atrás de Cavaco, hoje enquanto prestava declarações à SIC Notícias, estava João César das Neves, o qual parecia, com a sua habitual bonomia, aparentar grande à vontade com o "Professor".
Primeiro foram os Juízes que, unidos com os advogados e outros magistrados, se declararam opostos à redução das férias judiciais, quase como se esta redução fosse prejudicial mesmo à aceleração da Justiça.
Continuo sem compreender a alarve satisfação com que alguns brindam o segundo Não à Constituição Europeia. Também não compreendo o argumento da falta de democracia do processo de construção europeia, a não ser naqueles que pretendem pôr em causa a natureza do sistema de Democracia Representativa e com isso tentar instaurar, gradualmente, uma democracia "à la Suisse" com referendos todos os dias e todos os populismos possíveis a geminar e crescer...
...em relação à visita do Presidente da Argélia a Portugal só é igualada pela ignorância dos media quer em relação à nossa dependência energética (importamos quase 3/4 do gás que consumimos, sendo que a alternativa - importar gás por via marítima é duas vezes mais cara) em relação à Argélia, quer em relação ao que se passa no Mediterrâneo Ocidental em geral (região que merece outro tipo de atenção, pela proximidade geográfica e interesse estratégico da mesma para nós).
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