quarta-feira, janeiro 31, 2007

Viagem de Risco

Encontrando-me por estes dias na Bélgica, país maioritariamente Católico onde o aborto não é crime estarei eu, segundo os partidários do não á despenalização, numa viagem de "risco" a um país com uma cultura de morte e uma sociedade em dissolução? Prometo investigar. Amanhã entrevistarei alguns belgas sobre o assunto.

De Bag

terça-feira, janeiro 30, 2007

Mutatis Mutandis

Já alguém reparou como a maioria dos argumentos dos que são contrários à despenalização do aborto podiam ser, mutatis mutandis, aplicados (e foram a seu tempo utilizados) em questões como a legalização do divórcio?

E já alguém reparou como o Portugal de 2007 é, mutatis mutandis, semelhante ao Portugal dos anos 70 (momento da legalização do divórcio)?

De Bag

domingo, janeiro 28, 2007

Estranha forma de tolerância

Uns dias após a divulgação de um estrudo do Eurobarómetro onde os portugueses apareciam como dos mais intolerantes da Europa, o Público (de hoje) noticia um outro estudo com uma interessante conclusão. Sem desmentir por inteiro os resultados do Eurobarómetro, este "novo" estudo diz que os portugueses são dos mais tolerantes da Europa porque são os que mais "aceitam" a utilização de símbolos religiosos em lugares públicos (apetece dizer: Hello, anybody there? Duh!, entre outras coisas...).


Talvez o investigador social, responsável por este curioso estudo devesse aplicar o mesmo método a uns indíos da Amazónia, perguntando-lhes, por exemplo, 'o que achavam da manifestação dos espíritos na floresta?', ou, então, em Timor sobre se "toleravam" bem as manifestações de poder da Igreja católica local. Estou confiante que o Público e este investigador social chegaríam à interessante conclusão que os portugueses são uns intolerantes, quando comparados com os índios da Amazónia, ou com o povo Maubere.


De Bag

sexta-feira, janeiro 26, 2007

A Pergunta

Porque estará Amado tão interessado em pôr termo ao inquérito parlamentar relativo aos voos da CIA? Mesmo antes de o assunto estar esclarecido...

De Bag

Dawnn Powell, 26 de Janeiro de 1938

For no reason at all I hated this day as if it was a person - it's wind, it's insecurity, it's flabbiness, it's hints of an insane universe.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Acabado de rever a ...

...entrevista de Fontão de Carvalho e a conferência de imprensa de Gabriela Seara recordei-me deste pequeno poema de Edmund Bentley:

When their lordships asked Bacon
How many bribes he had taken
He had at least the grace
To get very red in the face

Instruções: substituir Roma por Lisboa

Omniae Romae cum pretio [Tudo em Roma, a um preço], Juvenal

Lah Lah Land

Parece que o Presidente da Câmara onde moro vive num mundo paralelo, cheio de coisas boas, obras feitas, prédios recuperados e visão. Carmona Rodrigues, como um velho aristocrata arruinado recusa-se a olhar por entre os fiapos que restam dos antigos reposteiros e as viraças sujas e ver o que se passa lá fora. Só assim se percebe como o Presidente da CML reage às visitas da PJ à sua autarquia, ou à tentativa de corrupção de um Vereador da oposição, ou à constituição como arguida de uma Vereadora do seu "lado". Carmona acha natural e louvável tudo isto. Diz ele que foi o próprio a chamar a PJ e a Procuradoria à CML, os cidadãos de Lisboa não têm de se preocupar. Das duas uma, ou Carmona sabe até onde e até quem estas investigações levarão, ou, então, Carmona vive numa espécie de "Lah Lah Land"...


De Bag

Evelyn Waugh, 25 de Janeiro de 1947, queixando-se de uma prematura operação ao hemorroidal

Embarked in the America full of cocaine, opium and brandy, feeble and low-spirited. One of the reasons for putting myself under the surgeon's knife was to wish to be absolutely well and free from ointments for Laura's American treat. All the reasons for the operation [for piles] appeared ineffective immediately afterwards. The pain was excruciating and the humiliations constant. The hospital was reasonable confortable and the nurses charming - the grace of God apparent everywhere. But I had ample time to reflect that I had undergone an operation, which others only endure after years of growing agony, when I had in fact suffered nothing worse than occasional discomfort. I took no advice, either from a physician of fellow sufferers, just went to the surgeon and ordered new shirts. In fact I had behaved wholly irrationally and was paying for it.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

O Lobby Gay

Segundo os dados de um estudo do Eurobarómetro sobre discriminação em função da orientação sexual, 67% dos portugueses consideram que a mesma está generalizada no nosso belo país e 45% adianta mesmo que a situação se agravou nos últimos 5 anos (vide casos "Teresa e Lena", Viseu, ou Gisberta perante a apatia dos governos, presidentes e magistraturas). Estes dados são reveladores sobre a "força" e "organização" daquilo que muitos homófobos e não só designam como o "lobby gay"...

De Bag

Ser Moderno

...é não andara a coarctar a liberdade e a verdade dos outros em função da nossa visão da verdade...

De Bag

Ou andar a ver a última versão BBC do Casanova


Cara Matilde Sousa Franco: Ser moderno é ir assistir ao Wozzeck no CCB


H. D. Thoreau, 24 de Janeiro de 1856

A journal is a record of experiences and growth, not a preserve of thngs well done or said. I am occasionally reminded of a statement which I made in conversation and immediately forgotten, which would read much better than what I put in my journal. It is a ripe, dry fruit of long-past experience which falls from me easily, without giving pain or pleasure. The charm of the journal must consist in a certain greenness, though fresh, and not in maturity. Here I cannot afford to be remembering what I said or did, my scurf cast off, but what I am and aspire to be.

terça-feira, janeiro 23, 2007

O "Facto" da semana

Segundo o Instituto "Open Democracy" 1,4% da população do Irão vai à missa à sexta-feira.

Uma pergunta, quase tão complicada como a do Referendo:

Porque será que os opositores da despenalização da interrupção voluntária da gravidez só se recordam da necessidade de prever outras sanções, que não a prisão actualmente estatuída pela Lei, quando se discute a descriminalização? E porque será que sempre que tiveram oportunidades de o fazer, nomeadamente quando foram Governo, nunca o fizeram?

De Bag

Ana Gomes e os Aviões da CIA

Onde param agora os tão ferozes críticos de Ana Gomes? Agora que as provas demonstram o que já todos suspeitávamos ser verdade e preferíamos ver empurrado para debaixo do tapete...É que aquilo que a Eurodeputada Ana Gomes está a fazer é sinal de um regime democrático, algo que nós por cá se calhar ainda não somos...

De Bag

Cravinho Espetado II

Será que no decurso da audiência de uma hora que Cavaco concedeu a Cravinho os dois estiveram a recordar velhos tempos, em que um era Chefe do Governo com maior número de enriquecimentos inexplicáveis da história e o outro deputado da oposição?

De Bag

Charles Greville, 23 de Janeiro de 1848

Lady Beavale told me some anecdotes of the Royal children, which may one day have an interest when time has tested and developed their characters. The Princess Royal is very clever, strong in body and in mind; the Prince of Wales [futuro Eduardo VII] weaker and more timid, and the Queen [Raínha Vitória] says he is a stupid boy; but the hereditary and unfailing antipathy of our Sovereigns to their Heirs Apparent seems this early to be taking root, and the Queen does not much like the child. He seems to have an incipient propensity to that sort of romancing which distinguished his uncle, George IV. The child told Lady Beavale that during their cruise he was nearly thrown overboard, and was proceeding to tell her how when the Queen overheard him, sent him off with a flea in his ear, and told him it was completely untrue.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Para ti


Numa altura em que a minha familia cresceu, lembrei-me deste livro e especialmente da sua primeira parte "Beginnings". Escolhi, mais, ou menos ao acaso este trecho de Reinaldo Arenas:
"I think the splendour of my childhood was unique because it was absolute poverty but also absolute freedom; out in the open, surrounded by trees, animals and apparitions and people who were indifferent toward me. My existence was not even justified, nobody cared. This gave me a unique opportunity to escape it all without anyone worrying where I was or when I would return. I used to climb trees, and evetything seemed much more beautiful from up there. I could embrace the world in its completeness and feel a harmony that I could not experience down below, with the clamour of my aunts, the cursing of my grandfather, or the cackling of the hens... Trees have a secret life that is only revealed to those willing to climb them. To climb a tree is to slowly discover a unique world, rhythmic, magical, and harmonious, with its worms, insects, birds, and other living things, all apparently insignificant creatures, telling us their secrets."

"Papável"





Durante a II Grande Guerra um soldado Nazi preprava-se para fuzilar um heróico resistente polaco, quando se ouviu uma voz vinda do além que lhe dizia 'Pára!'. O soldado nazi perguntou, incomodado com a interrupção, 'Porquê?'. Ao que a mesma voz do além respondeu 'Porque esse homem será Papa'. O soldado nazi, inconformado, retorquiu 'E o que tenho eu a haver com isso?'. A voz, imperiosa, respondeu: 'Porque a seguir serás tu Papa!'

Leo Tolstoy, 21 de Janeiro de 1854

Here is a fact that needs to be remembered more often. Thackeray spent thirty years preparing to write his first novel, but Alexandre Dumas writes two a week.

domingo, janeiro 21, 2007

Mais uma corrida, mais uma viagem

ora aqui está mais um estudo que chega exactamente às mesmas conclusões que outros anteriormente realizados, e de estudo em estudo continuamos na mesma. Isto faz-me lembrar a experiência que tive com a minha neta neste fim de semana num carrossel. Quase jurei que era exactamente o mesmo do tempo da minha filha e o mesmo onde eu andei há muitos muitos anos, na feira popular. Que estranho.
Ou será que isto acontece por causa deste outro estudo?

Para lá

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Cravinho espetado

Por esta altura mais um português está a acabar de fazer as malas. Se calhar este português em que penso terá feito uma pequena selecção de livros e quadros dos quais não se separa em circunstância alguma e a encaixotá-los para os mandar para além da Mancha. Penso obviamente no ex-deputado Cravinho. Penso nele com inveja (esse sentimento tão nacional) por ir fazer uma sinecura como já há poucas: Londres, casa paga no centro e um lugar de admnistrador de um banco que não tem servido para grande coisa... E penso nele com profunda desilusão. Afinal Cravinho, o homem da denúncia da corrupção, o mesmo que pôs em causa o seu próprio lugar de Ministro no tempo de Guterres por causa do caso JAE e o mesmo que agora tentava convencer o Partido a aceitar por em prática medidas exemplares de combate à corrupção, não é muito diferente dos outros políticos que criticava...sai sem sequer garantir que o seu esforço de anos é levado a bom porto e transmite uma muito má imagem do partido que está no poder e dos que o rodeiam.

Neste caso, é caso para se dizer que o que parece é!

De Bag

A propósito de...

..de tudo e de nada apetece-me por aqui este excerto da entrevista de Gore Vidal já publicitada aqui:

O sr. disse certa vez que houve três erupções de paganismo - a Renascença, o Romantismo e Hollywood. Depois das primeiras duas erupções, ocorreram 'despertares religiosos' em reação. O sr. vê um novo retrocesso no cenário global?

Os EUA, como a maioria da Europa Ocidental, são um país pós-cristão. De fato, tem gente no Sul que só tem a igreja para manter suas comunidades coesas. Elas vão à igreja nos domingos e se ajudam mutuamente. Mais poder a elas. Sua interferência em política não é nenhum despertar, porém. Ela se deve aos delitos de George Bush e Karl Rove, que as mobilizaram como forragem para sua própria busca de poder, assustando-as com o espectro do casamento gay, como se 99% do país sequer se importassem, e com a imagem de muçulmanos chegando às suas praias para tirarem sua liberdade. Não vamos confundir essas táticas de Adolf Hitler de criar minorias odiosas com algum tipo de despertar. Se a próxima eleição não for também roubada, poderá haver um presidente democrata razoável para dar um basta nisso tudo.

James Lees-Milne, 19 de Janeiro de 1976



This morning there arrived by post from Switzerland a Xerox sent by Ali Forbes of a letter written to him by Stephen Spender, abusing me. In it Stephen says he has always loathed the sight of me, and disliked my very appearance, which is that of a sinister undertaker who with his spade thrusts moribund, not yet dead corpses into the grave.That he sees my soul as a brown fungus upon a coffin, etc. That he has never spoken more then a dozen sentences to me in his life. Now this is pretty mischievous of Ali Forbes, I consider. I am affected by Stephen Spender's letter. No, not gravely, because I do not like him and know that what he writes is pretentious tripe, yet affected by the knowledge that there is someone alive who can write such disagreeable things about me.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Eugène Delacroix, 18 de Janeiro de 2007 (Sesta R.I.P.)

I have been reading about an English judge who desired to live to a great age and accordingly proceeded to question every old men he met about his diet and the kind of life he led - whether his longevity had any connection with food, alcoholic liquor, and so forth. It appears that the only thing they had in common was early risng and, above all, not dozing off once they were awake. Most important.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Gore Vidal

Vale a pena ler esta entrevista de Gore Vidal

Noel Coward, 17 de Janeiro de 1965

Winston Churchill, I fear, is dying at this very moment. I suppose it's just as well really. Ninety years is a long, long time. Personally I would rather not wait until my faculties begin to go. However, that must be left in the hands of 'The One Above' and I hope he'll do something about it and not just sit there.

Felicidade e Preconceito

Há muito que se discutem as novas formas de família e as múltiplas resistências da Lei e do establishment em acompanharem a evolução da sociedade. O que tem estado em causa é a defesa de um conceito de família que pouco mudou ao longo dos últimos dois mil anos. Continua-se a privilegiar o sangue sobre os afectos, a predeterminação sobre a liberdade, a forma sobre o conteúdo. Só assim se explicam as restrições que persistem à livre disposição do património, caso hajam cônjuges e descendentes e, ou ascendentes vivos, ou que no regime da adopção se sobreponha, por vezes de forma tão gritante, o interesse da família, ou o preconceito, àquilo que é o “melhor para a criança” – que deveria ser o único critério utilizado por qualquer magistrado para decidir.

A raiz do problema está no facto de sermos herdeiros, por um lado, de um conjunto de valores “judaico - cristãos” e, por outro, de uma visão da sociedade evolucionista (mais ou menos iniciada pelo Renascimento e pela Revolução Francesa), a qual é, pela sua natureza, antagónica em relação à “verdade” moral propugnada por qualquer religião.

Esta reflexão ocorre-me por ocasião do “caso” da pequena Esmeralda (um tribunal decretou, segundo a Lei vigente, que uma menor que só tinha conhecido os seus pais adoptivos, fosse entregue ao sue pai biológico, um indivíduo que só terá demonstrado interesse em ser pai após um teste de paternidade – ao qual foi forçado pelo próprio Tribunal). É que não podemos “have our cake and eat it”. Ou seja, não podemos num dia acordar e opormo-nos à Igualdade de Direitos para os Homossexuais porque tal iria pôr em causa a sociedade e, no dia seguinte, chocados com a injustiça daquilo que o tribunal decidiu para a Esmeralda, defender que se ponha em causa um princípio tão caro ao nosso sistema como o da primazia quase “no matter what” dos pais biológicos em relação às suas proles.

É natural que a maioria dos nossos raciocínios seja afectada por preconceitos. Já é menos aceitável que quem ocupe lugares de responsabilidade, de cujas decisões e trabalho dependam as vidas de outros, se deixe guiar mais pelos seus preconceitos e fantasmas do que pela Razão. Ou não seria a Esmeralda e tantas outras pessoas, afectadas negativamente nas suas vidas pelo preconceito, mais felizes se o nosso sistema fosse um pouco mais racional?

De Bag

(Red) Count Harry Kessler, 17 de Janeiro de 1919

In the evening I went to a cabaret in the Bellevuestrasse. The sound of a shot cracked through the performance of a fiery Spanish dancer. Nobody took any notice. It underlined the slight impression that the [Russian] revolution has made on metropolitan life. I only began to appreciate the Babylonian, unfathomably deep, primordial and titanic quality of Berlin when I saw how this historic, colossal event has caused no more than local ripples on the even more colossal eddying movement of Berlin existence. An elephant stabbed with a penknife shakes itslef and strides on as if nothing happened.

terça-feira, janeiro 16, 2007

tão triste


Fiquei triste! Na sexta-feira passada, quando apanhava o Alfa para o Porto, encontrei estacionado na linha ao lado o comboio Sud express! Adoro comboios e estações de caminhos de ferro e tenho memórias deliciosas de viagens a bordo deste comboio.
Mas ao ver as carruagens decrépitas do Sud express fiquei desanimada, porque ainda sonho hoje em dia, com hipóteses românticas de evasão a bordo daquela lagarta, de preferência num compartimento-cama, porque a adolescência, os sacos-cama para dormir no chão, covenhamos que já não me cativam.
Mas não! O estado do comboio não me conquistou e lá se foi o sonho pela linha de comboio abaixo.

Para lá

Lord Byron, 16 de Agosto de 1814

I have simplified my politics into an utter detestation of all existing governments; and, as it is the shortest and most agreeable and summary feeling imaginable, the first moment of an universal republic would convert me into an advocate for single and uncontradicted despotism. The fact is, riches are power, and poverty is slavery all over the earth, and one sort of establishment is no better, no worse, for a people than another.

Leo Tolstoi, 16 de Janeiro de 1854

I was stuck today by the poetic beauty of the winter weather. In the sky a mist got up and the pale sun shone through it. On the roads the dung is beginning to thaw and there is a damp moisture in the air.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Um Homem Bom

Passou relativamente despercebida a decisão do MP de acusar um Senhor Névoa da Bragaparques de corrupção activa para persuadir o Vereador da CML Sá Fernandes a mudar de opinião no caso da permuta de terrenos do Parque Mayer e Feira Popular. Todos os dados apontam para que este negócio é financeiramente ruinosos para a CML, ou seja para todos nós, está-se a trocar um terreno com edificabilidade reduzida, por uma de edificabilidade "faraónica".

No meio deste processo fico com a ideia que José Sá Fernandes foi e é um homem bom, talvez o único e último da CML, uma vez que ninguém nos garante que não houve mais protagonistas da autarquia aliciados para as vantagens do negócio do ponto de vista da Bragaparque e, dado o estado qualitativo da investigação criminal entre nós, é altamente improvável que alguma vez se saiba algo mais sobre este dossier - que vem do tempo desse glorioso astro da política lusa: Santana Lopes.

De Bag


Retirado daqui




Poderá a publicação deste livro levar a uma política mais equilibrada dos EUA em relação ao Médio Oriente? Ou, ao invés, nem Carter, um ex-Presidente, conseguirá resistir ao poderoso lobby Judaíco Norte Americano?


De Bag

Virginia Woolf, 15 de Janeiro de 1941

Parsimony may be the end of this book. Also shame at my own verbosity (...).

sábado, janeiro 13, 2007

Os Grandes de Portugal

Ainda não tinha aqui comentado um programa da RTP, declinado da sua colega Britânica BBC, chamado "Grandes Portugueses", trata-se de um formato conhecido como "infotainment" e que deve, por isso, ser visto como tal.

Hoje a crónica de VPV impele-me a que acrescente mais qualquer coisa àquilo que disse. A mim não me preocupa, nem surpreende que Salazar, ou Figo, ou outra figura deste tipo seja escolhida, ou esteja no "Top 10" dos "Grandes Portugueses". Um programa cujo objectivo passa por dar a escolher à população qual a figura que eles consideram ter sido o maior de entre eles está condenado à partida. Nem a generalidade das pessoas (aqui, ou na Conchichina) têm um bom nível de cultura geral que lhes permita passar em revista 8, ou mais séculos de História de forma a ponderar quais as figuras determinantes para o que somos agora, nem a maioria das pessoas quando votam o fazem com um espirito livre de quezília, ou inveja. Por isso, por exemplo, estará Salazar tão bem colocado.

Não pretenda, pois, ninguém ver nos resultados, quer estejam Salazar, Soares, Cavaco ou Cunhal à frente, qualquer espécie de manifestação transcendente de um desígnio nacional e uma demonstração da chamada "sabedoria popular" (a mesma já agora que elegeu Santana para a CML...).

Nestes momentos lembro-me de uma entrevista de Umberto Eco de há vários anos atrás, em que o autor Italiano diria qualquer coisa deste tipo: ' A Televisão é óptima para quem não tem qualquer cultura por que acrescenta e ensina qualquer coisa e péssima para quem já a tem, porque estupidifica'.

I rest my case...

De Bag

sexta-feira, janeiro 12, 2007

William Soutar, 12 de Janeiro de 1936


I realise now that I would marry if I could do so; but I am not wholly blind to the fact that my arrival at this nuptial mood has been accelerated by adventitious means. What woman - granting she overlook my disabilities - would expect that my affection was entirely unselfish. Yet - and this is perhaps a confession of my overweening self-regard rather than of my confidence in the maganimity of women - I do believe that a woman would accept me for what I am and that our marriage should be one of mutual affection, and not a 'second best' accommodation for security and comfort. No doubt to an outsider it must appear preposterous that at my age I should consider not an impossibility to win the affection of such a woman as I might have reasonably hoped to have won when a whole man; but the hope is there and places me, I suppose, among the incorrigible.

-Diz-me com quem andas....


Será que depois destas declarações de Segolene Royal, em que a mesma se propõe a legalizar em França, os casamentos e adopções por homossexuais caso seja eleita para substituir Chirac continuará o meu país a enterrar a cabeça na areia, fingindo que este assunto só interessa a uma minoria?
Na Europa dos quinze são já dez os países onde os homossexuais podem livremente casar e adoptar. Por "coincidência" estes dez países são aqueles onde as pessoas vivem melhor, com maior prosperidade, saúde e igualdade. São países como o Reino Unido, Espanha, Dinamarca, Holanda, Luxemburgo, Eslovénia, ou Bélgica.
Continuemos, pois, por cá, a querermos estar "orgulhosamente sós", comparando-nos, quando tal tiver de ser, com outros Estados da União mais avançados, como a Grécia, ou Malta, com os quais, evidentemente preferimos estar.
De Bag

quinta-feira, janeiro 11, 2007

A Missa do Senhor 23 Mil Euros

A propósito da celebração de uma missa encomendada pelo Senhor 23 Mil Euros só me vêm à memória os textos de Eça e de Pessoa sobre a forma como o nosso "progresso" está sempre a uma "unha negra" do nosso atraso.

De Bag

Arnold Bennett, 12 de Janeiro de 1909

Madam Posfay was in the courtyard of the palace at the time of the murder of the King and Queen of Servia, but knew nothing. 'What are they throwing bolsters out of the windows for?' she asked. It was the bodies.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Lamentável

É lamentável que nem uma das mais sofisticadas almas que pululam nos diversos grupúsculos que se formaram para defender o "Não" no próximo dia 11 de Fevereiro se aperceba da "esterilidade" (sim, a palavra é propositada) desta discussão.

Debater a despenalização do aborto num país que alega querer fazer parte de corpo e alma de um clube de nações desenvolvidas e prósperas, cujo principal factor diferenciador, em relação a outros clubes deste tipo no mundo, passa pelo particular cuidado com os direitos humanos, no ano de 2007 é tão absurdo como querer debater as vantagens do saneamento básico, ou de um programa de vacinas universal.

Um dia, caso tenhamos esperanças para Portugal, olharemos, alguns, os que se encontravam hoje do lado do desenvolvimento e mesmo alguns que não, para estes dias frios e cinzentos de começo de ano de 2007 com algum nojo pelo que se está a passar... e nessa altura já nem teremos muito bem a certeza de como foi possível assistirmos serenos a campanhas que se achavam no direito de reclamar contra a despenalização do aborto com base em critérios supostamente economicistas, como se "isto" fosse, ou tivesse sido alguma vez, uma questão de contas.

De Bag

Uma incursão...

.. oportuna e feliz pela literatura nacional motivada pelo amigo Almocreve trouxe-me até ao "Ultimo Negreiro" de Miguel Real, romance sobre a vida do "negreiro" Felix de Sousa, figura fascinante como o serão muitas da nossa até agora muito negligenciada história.

Real faz uma boa ponte entre os estilos de Amado e Marquez, de Bernières (veja-se a sua inesquecível trilogia, muito melhor que o Bandolim do Capitão Colrelli) e Pepetela (Gloriosa Família).

Fiquei com curiosidade de ler um seu outro livro sobre o Terramoto de Lisboa chamado " A Voz da Terra".

De Bag


(Red) Count Harry Kessler, 10 de Janeiro de 1920

Today the Peace Treaty was ratified at Paris; the War is over. A terrible era begins for Europe, like the gathering of clouds before a storm, and it will end in an explosion probably still more terrible than that of the World War. In Germany there are all the signs of a continuing growth of nationalism.

Rev Francis Kilvert, 10 de Janeiro de 1872

This morning at prayers the pretty housemaid Elizabeth with the beautiful large soft eyes was reading aloud in Luke i how Zacharias saw a vision in the Temple, but for a the word vision she substituted venison.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Acabado de descobrir


"...when read together these briefest of the brief biographies constituted another story..."
De Faulkner a Lampedusa, de Mann a Wilde, de Rilke a Bronte um olhar furtivo e diferente sobre a vida de alguns escritores.

A graínha


Como muitos não resisti a tentar ir reviver um dos meus últimos verões em Londres e fui assistir ao filme A Raínha. Um filme sobre uma história irresistivel, com todos os ingredientes certos, mas que sofre, nesta adaptação, com a pouca distância que persiste em relação aos factos.

Por muito parecidos que Sheen, ou Mirren estejam, não conseguem passar com verosimilhança o que foi ser Chefe de Estado e sogra de Diana e primeiro-ministro do Reino Unido durante aquela semana marcada pelo cheiro nauseabundo de vela e flores a apodrecer. Faltaram peças neste puzzle cinematográfico: o príncipe de Gales e os seus filhos; a familia Spencer; a própria Raínha enquanto Avó não recebeu e geriu aquela notícia assim; e Blair, nem foi um Santo durante aquela semana, nem de um totalmente frio calculismo na forma como conseguiu dirigir o dossier Diana em Buckingham (veja-se a "extraordinária" e fantasiosa explosão com o "spinmaster" Alastair Campbel).

Talvez daqui a uns anos, dez, ou vinte, se possa fazer um filme sem receio de magoar os filhos de Diana, ou ofender Blair e o seu "inner circle" da época. Um filme sem graínhas.

De Bag

Está a chegar a vez do Irão

Todos os sinais do costume apontam para que está a chegar a vez do Irão nos corações e nas mentes dos neo-conservadores. As colunas de opinião, as revelações bombásticas, tudo remete para o que se passou, há uns anos, em relação ao Iraque. Só esta semana o Sunday Times "revela" os planos Israelitas para ataques nucleares contra as instalações nucleares de Teerão e o Spectator tem um longo ensaio sobre o país Judaíco e as suas intenções em relação à antiga Pérsia.

Em nenhuma destas publicações se fazem análises simplistas, ou unívocas, muito embora, no caso do Spectator, estejamos a falar de uma revista assumidamente conservadora. Estranho, pois, ou talvez não, que no seu editorial de hoje José Manuel Fernandes nos não surpreenda com o seu estilo quase trauliteiro, "avisando-nos" de que se nada fizermos agora em relação às ambições nucleares do Irão, não nos queixemos, depois, quando Israel decidir fazer alguma coisa. JMF copia quase ipsis verbis os artigos do Sunday Times e da Spectator "esquecendo-se" apenas de referir um pormenor: o Irão terá vindo a adquirir ao longo dos últimos anos uma série de armas nucleares a Estados da Ex-União Soviética, pelo que, caso seja alvo de um ataque (ainda por cima nuclear) terá(ia) toda a facilidade em justificar uma retaliação igualmente nuclear contra o "exíguo" estado de Israel.

Não será afinal este "pormenor" e a possibilidade de verificação da veracidade do mesmo que fez e faz vacilar a ofensiva Israelita meu caro JMF?

De Bag

Lord Byron, a 9 de Janeiro de 1821

The lapse of ages changes all things - time - language -the earth - the bounds of the sea - the stars of the sky, and everything about , around, and underneath man, except man himself, who has always been, and always will be, an unlucky rascal. The infinite variety of lives conduct but to death, and the infinity of whishes lead but to disapointment. All the discoveries which have yet been made have multiplied little but existence.

sábado, janeiro 06, 2007

a isto eu chamo, virar o bico ao prego!

Público de hoje
Na terça-feira, o Centro Hospitalar do Alto Minho anunciou a morte de uma mulher de 94 anos
à família. Na aldeia ouviu-se o toque de finados e, quando a funerária deu pelo erro, já os familiares preparavam o enterro. Por medo de represálias, ninguém apresentou queixa no hospital. (...)
(...)Haveria de ser o agente funerário, quatro horas mais tarde, a interromper o absurdo encadeamento de gestos. "Disse-me que tinha sido um engano e que a minha mãe estava viva. Foi como se me arrancassem uma faca do peito." Por pudor, mas sobretudo por medo que as queixas suscitem represálias, a filha de Ana Rodrigues Silva foge a falar aos jornalistas.
(...) É que a mãe - viva e a preparar-se para festejar o 95.º aniversário - continua internada e sem saber da confusão. "Quem é pobre nunca tem razão e sei lá se ainda se vingam nela", diz. Apesar disso, e de achar que "os pobres têm que comer e calar", não disfarça a revolta. "É que nem um pedido de desculpas...",
(...)Filha não quis assinar o livro amarelo. Não sabe ele e continuam sem saber os responsáveis do CHAM. "O hospital tinha todo o interesse em que os familiares falassem para esclarecer que nome deram quando ligaram a pedir informações. Só assim poderemos perceber se o funcionário foi pouco rigoroso a dar a informação", adiantou Elisabete Trigueiro, relações públicas do hospital. "Era importante que a família se dirigisse aos serviços, mas ainda ninguém apresentou qualquer reclamação ou entrou em contacto connosco", lamentou. Pode ser, mas a filha prefere engolir em seco. "Houve um senhor que se ofereceu para escrever o que se passou lá num livro amarelo mas eu recusei-me a assinar", explica, para sustentar: "A gente nunca sabe quando vai voltar a precisar deles".

O hospital comete um erro grave e não investiga nem apresenta desculpas, porque os familiares não apresentaram queixa!!!!! Hello!!!!!!!

Para lá

sexta-feira, janeiro 05, 2007

País faz de conta

Vivemos num país sem memória mas com muita imaginação. Vivemos num país onde um "reciclado" discurso sampaísta de Cavaco é analisado à lupa como se contesse algum grama de pensamento novo e como se, à semelhança da propaganda eleitoralista, a simples formulação de desejos se pudesse confundir com resultados, onde ninguém acha extraordinário que os Juízes venham dizer (como se não tivessem nada a ver com o assunto) que aguardam para ver os resultados da política para a Justiça do Governo e que depois continuem a passar sentenças extraordinárias (Gisberta, Menino abusado e morto pelo padrasto, impossibilidade de violência doméstica em casais de duas pessoas do mesmo género, uma vez que não haverá esse requisito impressionante de "superioridade fisíca"....), onde ninguém acha extraordinário que uns pescadores quaisquer encalhados a algumas dezenas de uma praia qualquer morram sem socorro....

De Bag

Sadam e o Velho Ano

O ano velho acabou em Bagdade com mais uma morte de entre as muitas ocorridas desde a invasão liderada pelos EUA. O velho ditador Sadam Hussein foi enforcado. Segundo um registo de telemóvel (que não vi), ter-se-á portado "bem", mesmo face aos apupos e insultos que carrascos e restante audiência lhe dirigirão.

Sobre esta execução já se escreveu quase tudo, desde exclamações de indignação, às de jubilo. Entre nós ninguém escreveu melhor sobre o assunto que José Pacheco Pereira na sua semanal crónica do Público. A não perder a sua análise. Já a sua colega de Jornal, Esther Mucznik, a mesma que não perde oportunidade para se debruçar sobre as "bárbaras" práticas dos "bárbaros" vizinhos do "civilizado" Israel, lamenta a morte do ditador, apenas por ser prematura, impedindo-o de responder em mais processos, nada tendo a apontar em relação ao que tinha acabado de acontecer...

De Bag

Ao Sol

Nestes dias de trabalho a meio gás e de Sol, muito Sol e temperaturas "amenas" sinto-me como a Caroline Fox:

Such a beautiful day, that one felt quite confused how to make the most of it, and accordingly frittered it away.

Virginia Woolf 1918

We went to Hampton Court. We walked across Bushy Park, and along a raised bank beneath trees to the river. It was cold, but still. Then we took a tram to Kingston and had tea at Atkinsons, where one may have no more than a single bun. Everything is skimped now. Most of the butcher's shops are shut; the only open shop was besieged. You can't buy chocolates, or toffee; flowers cost so much I have to pick leaves instead. We have cards for most foods. The only abundant shop windows are the drapers. Other shops parade tins, or cardboard boxes, doubtless empty. (this is an attempt at the concise, historic style.). I suppose there must be some undisturbed pockets of luxury somewhere still; but the general table is pretty bare. Papers, however, flourish, and by spending sixpence we are supplied with enough to light a week's fires.

terça-feira, janeiro 02, 2007

eu fui assinante aos 17 anos!!!

"Comércio do Funchal" assumiu relevante papel no contexto da resistência à ditadura
in Público hoje

Para lá

Heróis II (Will Rogers 1925)

"Heroing is one of the shortest-lived prrofessions there is"


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