terça-feira, outubro 31, 2006

gosto desta invasão das paredes


mais sobre a artista aqui

Para lá

sexta-feira, outubro 27, 2006

Dei por mim esta semana com coragem e interesse suficientes para ler até ao fim um dos intermináveis artigos de Pacheco Pereira no Público. O tema era o da violação da privacidade de Sócrates e de Fernanda Câncio por um jornal que JPP apelida de referência e que serviu de ensejo para uma série de outras publicações mais, ou menos cor de rosa decidirem seguir-lhe as pisadas.

Dei por mim a pensar para com os meus botões: «Muito bem, muito bem, finalmente concordo com o JPP».

Só é pena é que não faça qualquer menção ao assunto na sua outra crónica semanal na revista Sábado...

De Bag

quinta-feira, outubro 26, 2006


Dos diários de Sir Henry Channon, um sentimento por muitos partilhado:



Tomorrow I go on to Greece, and I am wretched to be leaving Cairo, though I will be coming back. I would like to be a permanent Pasha.

7 January 1941, The Emabssy

Uma pergunta para Esther Muznik (II):

No mesmo sentido do que escrevi aqui o Arrastão:

Espera-se que a Europa seja tão pronta a reagir como foi com a vitória eleitoral do Hamas

Avigdor Lieberman pode entrar no governo de Olmert. O lider da extrema-direita israelita, que defende a saída de cidades árabes do estado de Israel, criando ilhas isoladas e retirando aos árabes a nacionalidade israelita, tem um discurso abertamente racista. Defendeu a execução dos membros árabes do parlamento que dessem sinais de apoio ao Hamas ou ao Hezbollah. A entrada de Lieberman no governo está a provocar indignação nos sectores moderados de Israel.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Seu Jorge


Problema Social
by Guará/Fernandinho
Se eu pudesse eu dava um toque em meu destino
Não seria um peregrino nesse imenso mundo cão
Nem o bom menino que vendeu limão
Trabalhou na feira pra comprar seu pão
Não aprendia as maldades que essa vida tem
mataria a minha fome sem ter que roubar ninguem
Juro que nem conhecia a famosa funabem
Onde foi a minha morada desde os tempos de neném
É ruim acordar de madrugada pra vender bala no trem
Se eu pudesse eu tocava em meu destino
Hoje eu seria alguemSeria um intelectual
Mas como não tive chance de ter estudado em colégio legal
Muitos me chama de pivete
Mas poucos me deram um apoio moral
Se eu pudesse eu não seria um problema social

Para lá

Uma pergunta para a Esther Mucznik

Será que, após ler esta notícia no Público de hoje que aponta para uma expansão "escondida" de colonatos (ilegal mesmo aos olhos da ilegalidade do Estado de Israel) conjugada com a entrada para o Governo de Israel de um partido político de extrema direita que não reconhece um putativo Estado da Palestina, nem pretende fazer quaisquer desocupações de territórios, não a deveria fazer reclamar já por um boicote/bombardeamento/invasão de Israel (à semelhança do que defende(u) em relação à Palestina, Líbano, Iraque e Irão?

De Bag

terça-feira, outubro 24, 2006

Igualdade é Igualdade é Igualdade (II)

O meu amigo João responde aqui ao post com o título em epígrafe. É pena que não tenha lido bem o meu post. Só posso considerar que o tenha mesmo treslido. É que quando falava da evolução histórica do conceito e instituto do casamento não queria dizer, obviamente, que o João apoiaria a pureza histórica do mesmo. Queria apenas dizer, como o João saberá muito bem, que o alargamento do instituto do casamento civil a pessoas do mesmo género seria mais uma evolução, à semelhança das outras (que aliás quando aconteceram provocaram discussões e argumentos muito semelhantes aos teus).

Depois é pena que aches que nos devamos resignar ao país que temos. Tu que tanto gostas e vais à òpera com certeza não quererias a sua abolição só pelo facto de no São Carlos entrar 1% da população do país. Quando se deu a abolição da pena da morte, a consagração legal da igualdade de direitos entre pessoas de etnias diferentes, ou de sexos diferentes a opinião dos portugueses não era maioritariamenre favorável a essas transformações e, no entanto, o legislador entendeu e, quanto a mim, bem que se estava perante questões de direitos fundamentais, pelo que, nem se devia resolver a coisa comn um referendo, nem subordinar a vida de uns (poucos) aos caprichos e preconceitos de outros (ainda que muitos).

E é exactamente aqui que está o cerne da questão.

De Bag

O Poder de um Livro ("Have you heard the bad news? in Economist)



SOME conservative Christians see a threat to religious liberty in America in the shape of a children's book. “King & King” is about two princes who fall in love and get married. This spring, a Massachusetts schoolteacher read the book to her seven-year-old students. Rob and Robin Wirthlin, parents who think homosexuality is deviant behaviour, complained. “I'm part of diversity,” said Mrs Wirthlin. “I should be included in your safe and welcoming community too.”

The Wirthlins relayed their tale of woe on “Liberty Sunday”, held on October 15th in Boston. The event was co-ordinated by the Family Research Council (FRC) and broadcast to millions of Christians. It aimed to show how the gay-rights movement is undermining religious freedom.

This is a new line from the Christian right. Unfortunately, examples are rather hard to come by, though another father did complain that his son had once brought home a “diversity bookbag” from kindergarten. So “King & King” was frequently mentioned. Mitt Romney, Massachusetts's governor, railed against it. James Dobson of Focus on the Family sent his condemnation via video. Tony Perkins, the president of the FRC, brought a copy so everyone could understand what they are up against. “The kids were treated to pictures of two princes kissing one another,” he explained, displaying the picture. “Yuck!” shouted someone in the peanut gallery.

“If God calls homosexuality an abomination, if he calls it ‘vile affections’, if he calls it wickedness, [why can't] I call it inappropriate behaviour?” asked Wellington Boone, bishop of the Father's House Church in Atlanta. Despite his complaint, Mr Boone seemed scarcely cowed by political correctness. He anticipated a new Sodom and Gomorrah, and invited closeted homosexuals to come out “and let God deal with you and let the nation deal with you.”

The FRC, however, has much to do before it can argue that antipathy to homosexuality is a key part of Christian doctrine. Among white mainstream Protestants, less than a quarter believe that people can choose to be gay—and nearly two-thirds support civil unions.

Uma exposição a não perder

será isto o que fará correr alguns dos mais vocíferos críticos dos casamentos homossexuais? O medo de que sem o domínio de algumas fórmulas as pessoas sejam realmente livres?

De Bag

segunda-feira, outubro 23, 2006


5 April (1941)

Virginia Wolf is dead, a grey, highly strung woman of dignity and charm; but she was unstable and often had periods of madness. She led the Bloomsbury movement, did much indirectly to make England so Left - yet she always remained a Lady, and was never violent. She could not stand human contacts, and people fatigued her.

6 April

I turned on the wireless and heard that Germany had declared war on both Yugoslavia and Greece. I foresse terrible complications, and the immediate sopread of the war. Belgrade has been bombed already, and I thought sadly of beautiful Beli Dvor with its exquisite contents, and the Sèvres dinner service made for Madame du Barri: it was last used when the Regent entertained Teleki, the Hungarian statesman who has recently committed suicide. Life becomes increasingly drab and horrible.

Uma Antonieta para os nossos tempos

O filme de Sofia Coppola constroi uma Antonieta ao nosso gosto. Vitimiza-a de forma a compreendermos porque fazia os gastos sumptuários que punham em causa a sua imagem em França, humaniza os Áustrias, na mesma medida que desumaniza a corte de Versailles. Torna o Rei Luís XVI num quase pateta só regenerado no final do filme, com a sua dignitas perante a multidão que cerca Versailles. Omite Breteuil.

Mas é um filme que vence pela estética irresistível dos frufus e rendas da corte, dos interiores e exteriores de Versailles, do Petit Trianon e dos quase still lifes com que somos brindados ao longo do filme (quase ao género Kubrick).

De Bag

Igualdade é Igualdade é Igualdade

Caros Eduardo e João

Sendo leitor atento de um e de outro não pude deixar de reparar que, quer um, quer outro cometem, quanto a mim, erros na forma como vêm e analisam a questão do casamento gay. O Eduardo porque acha que bastava regulamentar a Lei das Uniões de Facto para resolver a questão. Será que o Eduardo a leu? Se a ler constatará que o instituto das uniões de facto não contempla uma série de direitos (como o da trasmissão sucessória dos bens comuns). Como aliás, caros João e Eduardo, não tem de fazer. É que se formos lá pelo argumento histórico o conceito de união de facto cresceu à sombra dos casais heterossexuais que não se queriam casar e, como tal, não tem de ter o mesmo conteúdo substantivo de direitos e obrigações que o casamento tem e deveria, pela sua origem, ser vedado aos homossexuais.

Incomodam-me alguns dos vossos argumentos que "mascarados" de uma suposta modernidade não passam de raciocinios preconceituosos que procuram escamotear o principal: a Igualdade. Primeiro o casamento na sua origem foi algo de muito diferente. Não continha qualquer cláusula de equiparação de direitos e obrigações entre os conjuges. Depois, não permitia, quase em circunstância nenhuma, a sua dissolução, porque, mais do que um contrato civil, era um sacramento religioso.

Será que o Eduardo e o João defenderão que devemos voltar à pureza do casamento? À subjugação da mulher? À proibição de casamentos interraciais? Entre outros aspectos virtuosos que a instituição históricamente continha....

Presumo que me digam que não. E é precisamente por isso que compreendo menos que queiram reduzir uma questão de direitos humanos a uma discussão em torno de semântica, do bom gosto, ou falta dele por parte de alguns dos participantes nos movimentos reivindicativos, ou da estratégia por que alguns optaram. Esquecem, parece de que de forma premeditada, a vida do dia a dia, as situações de miséria, desqualificação, violência e exclusão que esta situação de desigualdade gera. E são essas situações mesmo que tornam urgente a solução legislativa para este problema.

Igualdade é Igualdade é Igualdade. Seres Humanos são Seres Humanos são Seres Humanos.

domingo, outubro 22, 2006

terei de lá voltar



Não consegui visitar o museu Hermitage, portanto, terei de lá voltar.
Mas, com uma temperatura mais agradável...

Para lá

sexta-feira, outubro 20, 2006

A Igreja Aborcionista

Naturalmente a Igreja já clarificou a sua posição em relação ao debate que aí vem da despenalização do aborto. Por uns dias julguei detectar alguma evolução na forma como combatia. Esclareço que nada tenho contra a liberdade de culto e superstição de qualquer pessoa. Aquilo que me incomoda é a forma como essas igrejas e os seus fieis parecem querer condicionar a minha liberdade em função dos dogmas em que escolheram eles acreditar e que optaram eles (por muito que se possa dizer que para isso estavam precondicionados) por seguir.

Da mesma forma que eu não obrigo uma mulher religiosa a abortar, um casal religioso a divorciar-se, dois religiosos/as a relacionarem-se, exijo que não me imponham soluções, cuja origem está em dictames não fundamentados e em que não acredito.

de bag

quinta-feira, outubro 19, 2006

O Negociador

O Governo conseguiu com um anúncio prévio de um aumento dos custos da energia de cerca de 16% tornar um aumento prospectivo de 8% numa medida razoável.

De Bag

Memórias de um tempo em que os Judeus (ainda sem Estado) tinham raciocínios diferentes dos que fazem agora (quanto aos Palestinianos sem Estado) sobre o uso da força:

August 28 1946

A very wet morning. The Jews have threatened, anonymously on the telephone to blow up the embassy, so that we are now surrounded by policemen and detectives.

The Duff Cooper Diaries

De Bag



quarta-feira, outubro 18, 2006

estou curiosa


visita rapidissima a san petersburg.

Para lá

Duff Cooper



No Mundo pouco parece ter mudado, a não ser a qualidade dos protagonistas e o credo do terror.

Sunday November 26 1944

Antoher beautiful morning and after church I escaped work for an hour by going for walk in the Champs Elysées. It was rather cold, but beautiful bright sunshine, and I looked in at the Travellers' and Jockey Club and had a glass of champagne at both.

A most immediate telegram arrived this morning from london saying that they are worried because the cruiser Emile Bertin is visiting Beirut, which they think may cause complications at a time when the situation in the East is strained as a result of the murder of Lord Moyne. I telegraphed back to London saying I could not see the connection between the murder of an English Minister in Cairo by Jewish terrorists and the visit of a French ship to Syria (...).

De Bag

O Ministro Nepotista e o seu Motorista?




Poderá isto ser verdadeiro? Poderá um Ministro (por muito antiquado que seja) sentir-se tão à vontade em Portugal no ano de 2006? Tão à vontade ao ponto de assumir isto?

Para lá de Bag

terça-feira, outubro 17, 2006

a descobrir

Amélie Nothomb


ofereceram-me uns livros pequeninos, vários, escritos por esta jovem mulher e estou a devorar o primeiro.

Para lá

segunda-feira, outubro 16, 2006

Vêm aí os Diários de Sontag


foto por Fred W. McDarrah

Superficial to understand the journal as just a receptacle for one’s private, secret thoughts — like a confidante who is deaf, dumb and illiterate. In the journal I do not just express myself more openly than I could to any person; I create myself.

The journal is a vehicle for my sense of selfhood. It represents me as emotionally and spiritually independent. Therefore (alas) it does not simply record my actual, daily life but rather — in many cases — offers an alternative to it.

Mais aqui

De Bag

domingo, outubro 15, 2006

(Ainda) sobre a morte

Death has got something to be said for it:
There's no need to get out of bed for it;
Wherever you may be,
They bring it to you, free.

Kingsley Amis ("Delivery Guaranteed" 1979)


De Bag

sábado, outubro 14, 2006

AMOR-TE

Hoje, 1/4 da população mundial tem amis de 70 anos. Nos próximos 20 anos, prevê-se que sejam 1/3.

http://www.exposicaoamor-te.blogspot.com/

sexta-feira, outubro 13, 2006

Licença de Paternidade

Obrjecto Obsoleto

É oficial. O "Estado ama seca" acaba de entrar ainda mais pela esfera privada das pessoas. A lei que sai penalizando os pais que dêm uma estalada a um dos filhos é a prova de que somos e estamos cada vez menos capazes, até para o exercício das chamadas funções básicas.

O que é triste neste processo é que esta lei se calhar até é necessária. Depois de ver uma reportagem na RTP, há uns dias atrás, sobre consumo de álcool por jovens menores de 16 anos em que nem a senhora jornalista, nem ninguém questionou o facto de haver pais que autorizam os seus filhos de 11, 12, 13 anos a sair à noite até à madrugada acredito cada vez mais que, à semelhança de um qualquer processo de adopção, os pais futuros deviam ter de "tirar" uma licença...

De Bag

Estes Gauleses estão loucos!

Será afinal a Turquia mais "europeia" do que alguns julgam? Ou terão os Franceses ensandecido de vez? É que punir quem negue a existência do genocídio Arménio, tal qual a Assembleia Nacional Francesa se propõe a fazer, é quase tão mau como punir, tal qual acontece hoje em dia na Turquia, quem o afirme.

Sempre suspeitei destas leis mordaças, quer seja para penalizar quem negue a evidência do Holcausto Nazi, quer para quem blasfeme, entre outros pecados capitais. Para condenar opiniões lunáticas, ou, eventualmente, mesmo odiosas está a sociedade e o bom senso. A lei nestes casos deveria actuar só em situações in extremis.

Por Toutatis! Estarão os Gauleses loucos!??!

De Bag

quinta-feira, outubro 12, 2006

Atenção aos Incautos

A boa notícia do dia, que promete "limpar" um pouco as ondas hertzianas da política nacional, de que Jardim ameaça demitir-se por causa da nova Lei das Finanças Regionais não é própria para incautos.

Jardim demonstra com este anúncio a sua esperteza. Se sair agora, sai convencendo muito Madeirense que é um mártir da autonomia, sai sem ter de fazer as contas aos gastos que fez e que todas as regiões do país gostavam de ter podido fazer também, mas que, contrariamente, ao que se passava na Madeira, não tinham quem pagasse. Se sair agora muitos autóctones da "ilha-jardim" ficarão convencidos que os tempos de austeridade que virão são da responsabilidade, não de Alberto João, mas dos que se lhe seguirem. E, por último, se sair agora Jardim "venderá" esta sua retirada como um golpe anti democrático do continente contra um líder regional efectivamente eleito e reeleito e reeleito e reeleito.

Em suma, se for esperto sai.

De Bag

domingo, outubro 08, 2006

mudou, mas pouco



Vejo-me de novo e pela terceira vez na minha vida frequentadora dos parques infantis desta cidade. Já conheço bastantes, são muitos mais e bem melhores que há 20 anos atrás, e nem se fala do panorama quando pensamos quantos e como eram há mais de 40 anos.
Mas, se por um lado, as brincadeiras das raparigas e dos rapazes me parecem iguais e isso é sem dúvida uma diferença, o mesmo não se pode dizer quanto aos progenitores.
Há mais pais do que havia há 20 anos e muito mais doq ue havia há 40 anos, mas mesmo agora no século XXI, os pais, ao contrário das mães participam pouco nas brincadeiras, limitando-se na maior parte das vezes a encostarem-se à balustrada, vigiando e fazendo reparos, ou lendo o jornal no banco do jardim mais próximo. Nunca vi um pai subir para um escorrega acompanhando um filho, como já vi várias mães.
O papel dos homens na educação das crianças precisa de avançar mais e depressa.

Para lá

Cesariny ao Sol

O Sol trás esta semana uma entrevista com Cesariny que faz com que valha a pena comprar o Jornal. Mário de Cesariny assombroso fotografado como no seu leito de morte, de uma morte que ele já vive com o fecho dos seus cafés e com o desaparecimento dos seus amigos e com a vida diária em casulos que os que restam fazem.

Cesariny, como hoje em dia gostamos de dizer, abre o seu coração ao Sol. Fala dos amores tentando uma fórmula elegante que o jornalista não compreende, quando diz que passa de Grego a Romano. Depois, como também hoje gostamos de realçar, desvenda um pouco da sua história familiar. Em tudo, na cama, no sexo, na familia, nas amizades, na ditadura e na democracia Cesariny vive com intensidade e liberdade. E é bom recordá-lo.

De Bag

sábado, outubro 07, 2006

A História da Noite


As longas noites passadas em hoteis no estrangeiro trazem-me à memória este livro de Toibin. Imagino, para além de todas as infinitas possibilidades de felicidade, todas as de terror. Por vezes é como que se uma não pudesse existir sem a outra. Serão siameses estes dois estados opostos de espírito?

De Bag

sexta-feira, outubro 06, 2006

um livro que promete



Conferência sob o mesmo título dia 12 de Outubro às 18h30m na F. Gulbenkian.
Tenho pena de não poder ir, mas vou pedir ecos e resumos.

Para lá

I still know what you did last...

Por essa Europa fora quando um político, ou titular de orgão de soberania erra, ou perde o lugar (demite-se, ou é demitido), ou pede desculpa. Por cá, é eleito Presidente, ou vai para a UNICEF, ou para a Comissão Europeia.

A mais recente demonstração desta falta de modéstia lusa chega-nos da Presidência da Républica. Cavaco, com a activa cumplicidade da maioria dos media (cumplicidade que vem desde a campanha para as presidenciais e que se prolonga, encorajando nos leitores um sentido de que qualquer grunho emitido em Belém corresponde a uma enorme novidade e a uma excelente ideia para o país e não a algo cansado, exasuto e sem efeitos na prática), no seu mais recente discurso do 5 de Outubro perorou ao país sobre a Corrupção. E o país dos jornais, televisões, rádios, comentadores políticos respondeu rendido ao engenho do noss Homem em Belém, que, com um simples discurso, teria efectivamente colocado o tema na agenda de todos.

Pareceu-me que ninguém se lembrou que acabou de ser celebrado um "Pacto para a Justiça" onde o tema não consta. Também me pareceu que Jorge Sampaio já tinha falado neste tema numa das últimas efemérides por si assinaladas em que tinha chegado ao ponto de sugerir uma inversão do ónus da prova nos casos do enriquecimento "injustificado" (alguém ainda se lembrava disto? que efeitos teve?).

Por fim parece-me que o conjunto de notáveis que fazem as opiniões das redações dos media continuam, olímpica e autistícamente, a ignorar, ou a querer esquecer, o "cadastro" de Cavaco neste tema. O que fez o nosso Presidente enquanto foi Primeiro Ministro para combater os sucessivos enriquecimentos "injustificados" no seu Governo, Grupo Parlamentar e Partido?

Apetece dizer: "I still know what you did last summer"...

De Bag

terça-feira, outubro 03, 2006

San Francisco



Visitar esta cidade é sempre um prazer e uma descoberta. Não é enorme, tem zonas residenciais muito calmas e claro vários bairros com uma vida muito própria, tal como o Castro.
Há sempre novas campanhas, novos alertas, novas iniciativas da comunidade, etc etc etc.

Para lá

segunda-feira, outubro 02, 2006

Through Art Comes Education





Para perceber melhor a evolução do Reino Unido na última década nada melhor do que um texto por Charles Moore numa Spectator de há algumas semanas atrás. Texto escrito a propósito de uma imagem que circulou mundo, de um edificio Victoriano em pleno Sussex, onde putativos terroristas Islâmicos eram treinados (numa escola chamada Jameah Islameah, mas que até poderia ser o Colégio de Hogarth de Harry Potter), um grande edificio com torres, longas janelas e tijolo vermelho como revestimento, em suma todos os sinais que nos habituámos a ver como a quintessência do que é Inglês. Tratava-se de um orfanato fundado em 1868, depois um Coplégio Católico, que, a partir da grande guerra acolhe a escola de Ballet de uma "emigrée" Russa, a Madame Nadine Legat, filha de um Almirante Russo. Esta Senhora era autora de um Livro "Preparation for Ballet", com um capítulo só sobre a forma correcta de calçar os sapatos de ballet. Na altura o mote era "through Art comes Education".

Poderá a história da utilização dos edificios fornecer-nos um snapshot sobre os tempos que vivemos.

De Bag

Quem anda a chuva...

Por quanto tempo irá o "nosso" Presidente continuar a conseguir andar por entre os pingos da chuva? Não se parece molhar com nada Cavaco, nem mesmo quando são ostensivamente ignoradas sugestões e propostas suas pelo Governo e, ou oposição.

Quando irá o Português reparar em quem pos em Belém?

De Bag

A "Despreparação" para o Aborto

Passados anos e mais anos sobre o primeiro referendo e sobre todas as discussões sobre o tema parece-me, pelas primeiras vozes que se fizeram ouvir na blogosfera que certo país continua muito pouco preparado para o debate sobre a despenalização do aborto.

Uns agarram-se a argumentos surrealistas que só acrescentam aos sentimento de desresponsabilização que grassa pelo país, ao pedirem que o aborto seja simultãneamente crime, mas que não seja julgado (como se fosse possível, para usar um ditado inglês, ter o bolo e comê-lo).

Outros, supostamente um pouco mais sofisticados, que alegam nada ter contra o aborto, afirmam recearem que as mulheres o passem a utilizar como meio contraceptivo "habitual" e, só por isso, se opõem à sua despenalização. Um argumento quiça utilizado por alguém que nem é mulher, nem sabe muito bem como se fazem abortos, nem as "marcas" que deixam...

Depois, há, ainda aqueles, quase todos juristas, que alegam que a actual lei já é suficiente e que bastava a sua aplicação. Ou seja, querem convencer-nos de que a escolha de uma mulher nesta matéria deve deixar-se nas mãos de um conselho de médicos, os quais como benignos e iluminados ditadores (na maioria dos casos nada preconceituosos) sancionaram, está-se mesmo a ver, a decisão da mulher que optar por abortar.

Quanto mais penso sobre estes argumentos e sobre as pessoas por trás deles, mais me vem à cabeça uma atmosfera digna de uma Alice no País das Maravilhas ("Corta a cabeça! Corta a cabeça!") em que a pobre Alice descobre um universo em que pouco faz sentido, a não ser as piores características humanas que nos aparecem como que sob o olhar de uma lupa: "inchadas" para além de tudo o que seria razoável.

De Bag


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