terça-feira, novembro 30, 2004

Aproveitando a "imagem" do "bebé", um amigo enviou-me uma "sms" significativa: "os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente pelas mesmas razões".

A pastelada



Que pastelada se estará a preparar lá para os lados de Belém? Os sinais, só para variar, parecem ser bons...

PS - Mas também eram bons há quatro meses atrás.

Visto no Diário Ateísta

«Aconteceu... O milagre ateu que todos estávamos à espera. Na Coreia, utilizando células estaminais extraídas de um cordão umbilical, uma mulher paralisada da coluna para baixo há 19 anos voltou a andar.

Tarde demais para Christopher Reeve, que morreu, como tantos outros, das complicações da sua condição tetraplégica. Todos os que impediram e retardaram durante todos estes anos a investigação com células estaminais têm agora sangue nas mãos.

É esta a diferença entre a ética e a moral: A ética salva vidas. A moral destrói-as em nome de conceitos abstractos.»

Cesariny e o drama do país de "tecto baixo"

Mário de Cesariny vai inaugurar hoje uma exposição da sua obra pela primeira vez. O Público tem hoje, na sua edição impresa, uma longa conversa com o artista e é impossível não deixar de sentir o seu drama, que é também o nosso drama da vivência no país do "tecto baixo" que é o nosso país.

Caro Mário, compreendo seu "se", quando diz não saber o que teria sido caso tivesse "nascido numa democracia". A questão é que se calhar a sua vida teria sido menos sofrida, mas também menos produtiva.

Também o compreendo quando confessa a sua admiração por "putas, marinheiros e gatunos, porque eles são "loucos e desenquadrados. Por escolha, são livres, livres no seu erro." Depois, não resisto à sua alusão ao Amtónio Lisboa: «Nós sabemos que somos um erro, mas a nossa consciência disso isola-nos do erro alheio.»

Acima de tudo Cesariny é Liberdade, que é Liberdade, que é Liberdade.

segunda-feira, novembro 29, 2004

Vale a pena ler "The Old Man" por David Remnick, no último New Yorker, sobre Arafat

"But even the most skeptical historian will have to admit that, between the rise of Fatah and the signing of the Oslo accords, in 1993, Arafat came to embody something that the Israelis and much of the Western world had cynically dismissed: Palestinian suffering and a Palestinian national identity. Especially in the years after the Six-Day War, in 1967, Israeli triumphalism and self-righteousness left no room for the admission that seven hundred thousand Palestinians had fled or been driven from their land in 1948, and that the unending occupation of the West Bank and Gaza, along with the accelerating construction of settlements there, amounted to a moral failure that could not be excused or ignored. "


A maior árvore de Natal da Europa, em Belém.



Será que se vai tornar a dizer que o Presidente só vê a árvore e não a floresta? Será que a maior árvore de Natal da Europa lhe continua a obscurecer a visão do país? Qual irá ser a desculpa depois de dia de Reis?

As brumas e o Cavaco




Cavaco Silva tem intensificado a sua intervenção na sociedade nas últimas semanas. É que ele percebeu, e bem, que a não ser que se demarque, e muito, deste PPD corre o sério risco de tornar a perder as eleições presidenciais de 2006.

As suas últimas aparições mediáticas são de um teor que até nos leva a pormo-nos de acordo com ele. Se não vejamos, ele apela ao regresso das elites inteletuais e profissionais ao poder e aponta ainda para o facto de que a continuação da actual política económica ir "empobrecer" ainda mais este já "pobre" país.

O meu problema é que este putativo regresso de Cavaco, qual salvador a emergir das brumas da história para salvar o país, não me convence. Não há brumas que me façam esquecer que foi no decurso do seu governo que uma série de ministros começaram a misturar negócios e política. Também foi no seu tempo, que algumas figuras, "inexplicavelmente", entraram como humildes profissionais com um T2 em Linda a Velha e sairam com "coberturas" nas Avenidas Novas. Depois, ainda, haveria que recordar os seus tiques de poder...o " deixem-me trabalhar", ou aquele autoritarismo armado em "pai da nação".

Não, para mim Cavaco não é o D. Sebastião a emergir das brumas, que esperemos não acabem, ainda, por se revelar tóxicas.

sábado, novembro 27, 2004

Sex and Jason




Ontem passei o serão com ele e mais outras quatro amigas. Eu explico estou a ver, dois ou três episódios de cada vez porque não se consegue resistir, a última série de Sex and the City. E este senhor, que se chama Jason Lewis é o "namorado" da Samantha. Ah, e já agora a série continua óptima e divertida!

sexta-feira, novembro 26, 2004

a politica da avestruz

Durante anos adoptou-se em Portugal a politica da avestruz, em relação ao VIH e o resultado foi este...

Portugal encontra-se também entre os países com mais consumidores problemáticos de droga, com 60 mil a 100 mil casos entre os 15 e os 64 anos, e detém o recorde de toxicodependentes infectados com o vírus da sida entre os consumidores de droga injectada, quando, no relatório anterior, surgia atrás da Espanha nesta estatística negativa.


uma aventura!!!



Chegámos aos 5000!! isto foi de facto uma aventura para lá de bagdade.
Espero que se tenham divertido pelo menos tanto quanto nós nos divertimos.

5000 visitas

Atingimos hoje os cinco mil visitantes. Obrigado aos que por cá pararam. Esperamos ter sido, pelo menos por vezes, interessantes.

Cinco mil visitantes é um número simpático. É redondo e começa por um número ímpar, que é o cinco, que é um número, a par com o oito, que sempre gostei. É também um número considerável para um projecto que não começou como tal, mas sim como uma brincadeira de dois/duas anónimos(as). Sendo assim, obrigado também àqueles(as) que nos tomaram suficientemente a sério para nos linkarem nos seus blogs.

Esperamos que continuem a encontrar razões para nos visitarem.

Estamos de facto para lá de bagdade!




Alguns veraneantes desprevenidos assistem divertidos à última remodelação governamental do governo do Senhor Lopes.



Queria olhar para a realidade com a mesma capacidade de desfocagem com que Noronha da Costa a olha.

Ler Bénard da Costa hoje no Público

Já Cioran dizia que, "de um modo geral, se podem distinguir na Europa três formas de tristeza: a russa, a portuguesa e a húngara".

A Casa Pia

Era inevitável tornar a falar deste caso agora que começou o julgamento mais esperado e mais mediático dos últimos anos. No meio do circo que os jornalistas e investigadores pareceram alimentar ao longo destes últimos anos é de louvar o aparecimento de uma Juíza como Ana Peres, que pelos vistos sabe que não lhe cabe ela, enquanto garante de imparcialidade no processo, dirigir palavras que alimentem o ego dos acusadores, ou as boas, ou más consciências dos arguidos. A ela cabe-lhe estar caladinha e trabalhar, pois, para o circo mediático já bastam todos os outros, incluindo Souto Moura.

Era inevitável ainda chamar a atenção para a forma "Mexicana" como os populares manifestavam a sua indignação, ou apoio para com os arguidos deste processo. Mexicana porque me faz lembrar um caso que li no jornal de linchamento de dois policias Mexicanos por uma multidão em fúria que os julgava traficantes de droga. Tão longe de nós em termos geográficos e, no entanto tão perto em termos de hábitos.

Era também inevitável falar aqui da grande ausente deste processo: a própria Casa Pia, que devia estar no banco dos "réus" por ao longo de todos estes anos não ter sido capaz de proteger os menores que tinha à sua guarda. Isto claro como o primeiro passo para a sua abolição e substituição por outras instituições mais compatíveis com os tempos.

Por último era inevitável dizer aqui que não acredito que deste processo saiam decisões em que nós possamos acreditar. Nem a Juíza Peres, nos vai convencer da bondade das condenações. nem do mérito das absolvições. E os mesmos jornalistas e invrestigadores que se vão queixar imenso por isso são os primeiros responsáveis.

quinta-feira, novembro 25, 2004

Alguns factos curiosos

  • «On the day after Bush's re-election, Immigration Canada's website received a record 179,000 hits, with 64 per cent originating in the US» [BBC Online]

  • «In the US, abortions fell by 17 per cent throughout the 1990s, reaching a 24 year low when Bush took office in 2001. Since then, they have started to rise again.» [SojoMail]

Vai reabrir no final deste mês a mais bela galeria do Louvre: a Galeria de Apolon



E vai reabrir com uma exposição dos tesouros Reais da França, os quais, mesmo depois de várias revoluções e seus consequentes saques é valiosa e extensa.

Jorge Martins



Jorge Martins, 1986, óleo s/tela, 185x150cm. Gosto muito de Jorge Martins, um pintor de que pouco se fala.

Carta de Bruxelas

Curiosa esta obsessão de alguns políticos nacionais com a segurança, mimetizando aliás alguns tiques de políticos de outras nacionalidades, talvez julgando, assim, que ficam tão importantes como esses outros políticos.

Na mesma semana em que alguém "deixou" sair a cacha que Durão foi ameaçado por Marroquinos no Porto, talvez para justificar os dezasseis seguranças que acompanham Lopes para todo o lado, soube que Durão trouxe para Bruxelas 6 polícias nacionais. No mesmo dia que soube isto, viajei com a sua mulher, sim a mesma autora da parábola do Cherne, a qual viajava sozinha, sem qualquer segurança, ou pretensões. Será que Barroso não gosta da sua mulher, ou será que a sua segurança não passa de show of para Belga ver?

Resta dizer que quer Vitorino, quer Prodi utilizaram medidas de segurança muito diferentes. Mesmo nos dias seguintes ao 11 de Setembro.

quarta-feira, novembro 24, 2004

Center for Disease Control Warning: Warning from the CDC

Center for Disease Control Warning: Warning from the CDC

The Center for Disease Control has issued a warning about a new virulentstrain of sexually transmitted disease.This disease is contracted through dangerous and high risk behavior.The disease is called Gonorrhea lecthim (pronounced "gonna re-elect him").Many victims have contracted it after having been screwed by theBush-Cheney-Rove-Ashcroft administration for the past 4 years, and failingto have taken adequate measures to protect themselves.

Cognitive sequellae of individuals infected with Gonorrhea lecthim include:Antisocial personality disorder traits; delusions of grandeur with amessianic flavor; cognitive perseveration; inability to incorporate newinformation into a rigid idée fixee; xenophobia; inability to acceptresponsibility for actions; and a strong propensity for categorical, all-ornothing thinking.

This epidemic is out of control. MMWR reports it has already resulted inbrain death in over 59,000,000 Americans. Excessive exposure to trailerparks, country gospel music and yellow ribbon asphyxiation are thought to becontributing factors. New CDC Director Archbishop Burke has ordered a haltto research into the disease after determining the disease is incurable andis merely God's will.Apparently, however, at least 55,000,000 of us have natural immunity andare poised to lead a brief, but exciting life right after the rapture beginsand our afflicted fellow Americans ascend to their eternal reward.Godlessness has its rewards.


Pamina M. Gorbach, M.H.S., Dr.P.H.Assistant Professor, Department of EpidemiologyUniversity of California, Los Angeles - CHS 71-279 and 10940 Wilshire Blvd, Suite 1220Los Angeles, CA 90024 Tel: (310) 794-2555 Fax:

terça-feira, novembro 23, 2004

Carta de Bruxelas

Por vezes acordar aqui e sair à rua, quando posso antes de uma reunião, é acordar com uma manhã sem qualquer optimismo. Cinzenta, pesada e até quase "parola" na sua previsibilidade.

Ao contrário das minhas manhãs a caminho do escritório, em Lisboa, em que o dia me parece cheio de possibilidades.

Depois, pode ser que até aconteça qualquer coisa agradável que mude tudo isto. Pode ser um olhar, a descoberta de um livro, daqueles que se chegar a Lisboa, só chegaria daqui a dois anos, ou um paladar reconhecido. Então já não me parece tão má Bruxelas.

Dá-se um prémio a quem perceber estas afirmações

"O presidente do conselho de administração da RTP, Almerindo Marques, afirmou hoje que a empresa teria graves problemas internos se os concursos para a colocação de correspondentes no estrangeiro resultasse numa classificação ordinal de jornalistas."

segunda-feira, novembro 22, 2004

Será que estamos todos na Matrix?

"Last week the astronomer royal, Sir Martin Rees, commented on a new theory that suggests our universe might be nothing more than a computer simulation developed by a super-advanced civilisation. This would make humans nothing more than virtual creatures in a Matrix-like environment.
By discussing the hypothesis of virtual universes Rees was touching on one of the most fundamental questions in science, namely: where did the universe come from?"


Esta é uma pergunta para a qual nem encontro resposta, nem consigo, ainda, compreender as respostas que outros dão. Tais como a Teoria do Big Bang (e o que provocou o Bang?), ou a Teoria do Metaverso, ou, ainda, a do Desenho Inteligente (muito apreciada pelos eleitores de Bush e que visa substituir Biologia Evolucionista, por Creationism), ou, por último, Panspermia (que defende que as sementes da vida são prevalentes em todo o Universo).

Ao menos, a Teoria da Matrix faz-nos sonhar que um dia uma civilização muito, muito avançada virá salvar-nos.

Santo Agostinho, um homem muito pragmático nas suas Confissões escreveu o seguinte, que se aplica àqueles, que como eu não se dão por satisfeitos, ou elucidados com as respostas em cima da mesa: "in answer to the theological equivalent of “What came before the Big Bang?”, namely “What was God doing before He created the universe?”, states: “Before He created Heaven and Earth, God created hell to be used for people such as you who ask this kind of question.”





Robert Frank Na Tate Modern




Quem me dera estar agora em Londres para, entre outras exposições, ir visitar a de Robert Frank, especialmente a de fotografia.

Outro Código Da Vinci?



Li este artigo, durante o fim de semana, no Sunday Times. E achei-o interessante pelo mistério, aparentemente, só meio resolvido.

Code king cracks monumental mystery A secret inscription said to lead to the Holy Grail has been unravelled, reports Nick Fielding



FOR two-and-a-half centuries it has stood in a glade at a stately home in Staffordshire, defying the efforts of code breakers, classical scholars and amateur sleuths to unlock its secrets. Now, at last, the mystery of inscriptions carved on the Shepherds' Monument at Shugborough Hall, ancestral home of the earls of Lichfield, has been solved well, possibly. Following a competition launched earlier this summer, some of the most convincing explanations for the inscribed picture in reverse and a seemingly random series of letters will be presented this week by Bletchley Park, the centre that made its name cracking Hitler's Enigma code. Bletchley itself is cautiously supporting a theory from a professional codebreaker whose job does not permit him to disclose his identity. He argues that the inscription points to the hiding place of a stone tablet handed down from the Old Testament prophet Jacob, which was a talisman for a secret society known as the Priory of Sion.

According to this theory, the 18th-century admiral who built the monument and was reputed to be a member of the priory captured the tablet from a French ship. He then buried it on an island off the coast of what is now Nova Scotia, Canada. The person who drew up this solution has considerable professional experience in codebreaking and his logic hangs together well, said Christine Large, director of Bletchley Park. We think this theory is about the most convincing we have seen so far. The Nova Scotia theory comes from one of more than 130 respondents to the challenge from countries as far apart as Iceland and Australia. Even GCHQ, the government surveillance and cipher-breaking centre in Cheltenham, Gloucestershire, has contributed. The mystery centres on a stone monument commissioned in the mid-18th century by George Anson. He was a sailor and an ancestor of Patrick Lichfield, the society photographer and present earl, who has an apartment in the house. Anson circumnavigated the globe, fought the French off the coast of America and won a famous naval victory off Cape Finisterre, which brought him a reward of £300,000 for capturing one of the ships. He used the money to rebuild Shugborough and a series of monuments in its gardens. The Shepherds' Monument incorporates a carved mirror image of Arcadian Shepherds, a painting by Nicolas Poussin, the 17th-century French artist, which is now in the Louvre. The monument appears to show two lovers listening to an elderly shepherd who reads them an inscription on a tomb: Et in Arcadia Ego (And I in Arcadia).

The message of the picture is often interpreted as being that there is no situation in life that death will not one day snatch from us. The cryptic inscription below the main panel was a subject for speculation by both Charles Darwin and Charles Dickens, who spent many hours trying to crack its inner meaning. The official website for Shugborough, which is owned by the National Trust and run by Staffordshire county council, says it "defies interpretation". It consists of the letters DOUOSVAVVM, with the first and last letters set lower than the rest. According to Bletchley, the 130 solutions in the competition can be divided into three groups. There are the wacky ideas sent in by people with little or no supporting evidence; those that have tried to find words to fit the inscription; and those that base their often detailed explanations on historical or mathematical research, said Murlyn Hakon, of Bletchley, who oversaw the entries. Some of the solutions suggest that the monument may provide the "true" location for the Holy Grail, the cup used by Christ at the last supper. Others draw in a swathe of secret societies, new age theories and legends of hidden treasure. Among the favourites are the Knights Templar, a medieval military order, and the Jacobites, supporters of the restoration of a Catholic to Britain's throne. The explanation supported by Bletchley concentrates on a mixture of mathematical and historical analysis. Anson is thought to have been associated with Freemasonry and to have been a member of the Priory of Sion, as was Poussin. The priory claimed links to the Knights Templar and believed that Jesus was not a divine figure. Priory members were persecuted for this heresy. By a process of substituting one letter for another, the inscription "translates" as "Jesus H defy". The letter H has a similar sound to the Greek letter chi, the first letter of Christ. The analyst believes this could be an exhortation to the reader to deny Jesus's divine nature. The Latin part of the inscription, according to this solution, may be masking the message: "In Acadia go". Acadia was the old French name for Nova Scotia and New Brunswick in modern Canada, territories seized by the British and visited by Anson. The code may thus be a veiled instruction to go to Nova Scotia. In 1795 a "money pit" was uncovered there which was apparently designed to conceal a valuable treasure. Little of any value was found, however, and nobody has managed to decipher a number of inscriptions at the bottom of the 180ft shaft. The theory, closely argued over 20 pages, is that one of the French ships captured by Anson was carrying a tablet recovered from an earlier hiding place in America. The stone tablet, covered in ancient writing, is referred to in some history books of the period but is now lost. It was said to have been handed down from the lost tribe of Benjamin in Israel and to have been a treasured item for the Templars and, subsequently, for the Priory of Sion and followers of the Jacobite cause. Anson, runs the theory, put it away to hide it from enemies of his various causes. A second paper, from Louis Buff Parry, a Canadian writer, uses similar arguments but suggests instead that the inscription indicates a hiding place for the tablet in Hebron, Israel, at the Tomb of the Patriarchs. Other theories are more personal. In 1987 Margaret, Countess of Lichfield, grandmother of the photographer, said that the inscription consisted of letters from a poem that she had been taught as a child. Hakon suggested that the message could be for a lover of Anson's. The Bletchley competition is unlikely to throw up a definitive winner or to end the dispute over the inscription's meaning, given the lack of any firm evidence of Anson's intentions. Instead, the theories that seem the most logical and plausible will gain ground. These are, perhaps, unlikely to include the writer from Iceland who said the inscription could be read as the Hebrew phrase "Dov ov suvam" meaning "Why feathers come". "Is there a feather on the carvings?" he asked plaintively.

OTHER THEORIES

The countess and the curate: the late Margaret, Countess of Lichfield, believed the code came from a poem about a shepherdess called Alicia. A local curate taught her the ditty as a child. But he could have written the verse himself after having ungodly thoughts about a peasant girl in which case the countess's idea would not crack the code.

Trendy religious solution: by substituting numbers for letters using the ancient Jewish code of Kabbalah, a hiding place can be found for a relic such as the Holy Grail possibly in the Temple of Solomon in Jerusalem. This does at least tell us what Madonna and other modern adherents of Kabbalah spend their time discussing.

Buried treasure: the inscription gives directions to a secret location at the Tombs of the Patriarchs in Hebron where a stone tablet, supposedly handed down from Jacob via the Knights Templar, may be buried. A trip to the West Bank to check, anyone?

Canada connection: the letters are code for a site in Nova Scotia where Admiral Anson, the monument's builder, hid the tablet after capturing it from the French. Trust me, darling: the letters refer to a secret poem, now lost, from Anson to a mistress. He then made up all that hooey

O Veto Presidencial

Como o Almocreve das Petas viu o veto Presidencial à Central de Comunicação.

"-no palácio de Belém. É de supor que o dr. Sampaio, no heroísmo de combate à gripe que o assolou, viu um anjo presidencial a entrar por Belém adentro. É o que acontece a quem, e nós nos recriminamos por isso, passa o dia e noite inclinado sobre a TV e a rádio, numa virtude civilizacional e democrática nunca vista. Abalado nas suas meditações pela prédica da AACS, no silêncio do casarão constitucional que é a sua morada, a senhor Presidente da República lê, com devoção, a saudosa Constituição. No tumulto destes dias de arremesso Santanista & Portista, o dr. Sampaio, farto de tanto choro e lágrimas vertidas, propõe o veto político à Central de Informação do governo, pois não se vislumbra nenhum nihil obstat constitucionalmente falando. Estivemos quase a mudar de opinião a respeito do trabalho do senhor Presidente. Mas cedo nos lembrámos do zelo e promoção com que nos brindou com este governo. E corremos a desligar a TV. Sem misericórdia."

domingo, novembro 21, 2004

"This Life"




Vale a pena ficar aos sábados á noite em casa a ver os episódios duplos desta série da BBC, no canal BBC Prime. Trata-se de uma série sobre um grupo de amigas e amigos, onde até há lugar para o amigo gay, dos seus desencontros e relações na multicultural Londres do final dos anos 90. Bem ao género do livro da Zadie Smith "White Teeth". Foi, ainda, uma série que não durou muito tempo, porque o argumentista não a quis prolongar e com isso poder fazer com que o resultado final perdesse qualidade. Ora aí está uma boa febre de sábado à noite.

Sobre a Greve aos Trabalhos para Casa (TPC)

Num país com tão baixa qualidade de ensino, com um tão reduzido número de alunos a completarem o chamado "ensino obrigatório"e com um ainda menor número deles a chegare quer ao ensino superior, quer aos cursos profissionalizantes, pergunto-me se não haveria melhores maneiras de chamar a atenção para o volume potencialmente excessivo de TPC que os alunos nacionais têm de fazer!?!


Parece-me curioso este livro que está prestes a sair e que é sobre uma situação veridica de dois soldados Britânicos raptados e, depois, executados por terroristas Judeus na então Palestina em 1947. Situação, aliás, especialmente actual. Um dos soldados tinha sangue Judeu, o outro era um Homossexual não assumido. De acordo com uma das criticas que li: «At best this provides the action with the gripping inexorability of a Greek tragedy; at worst it betrays an unwidely staginess.» Posted by Hello

Time Bites




«Born in Persia, brought up in southern Rodhesia, married (briefly) to a German, now living in England, Lessing is the leasr insular of writers. It is perhaps significant that the countries of her birth and upbringing have undergone changes of name and regime, becoming to some isolationist, or at any rate isolated.»

Este é um excerto da crítica (Peter Parker) ao livro de Lessing que reune a maior parte dos seus ensaios. Gosteo da noção de falta de insularidade.

Também gostei deste excerto do livro:

«There was a time when an educated person from Argentina wold meet a similar person from Spain, one from St Petersburg meet his counterpoint in Norway, a traveller from France would spend time with one from Britain, and they would understand each other, they shared a culture, could refer to the same books, plays, poems, pictures in a web of reference nand information that was like a shared history of the best the human mind has thought, said, written. This has gone.»

Será que com a chamada "globalização" evoluímos ao contrário? Ou será que houve uma evolução naquilo que são consideradas as referências culturais das actuais elites, que podem ter passado a inlcuir uma componente mais forte de cada estado?

sábado, novembro 20, 2004

ESOPAIDA


(foto de um filme de Manoel de Oliveira)
Luis Miguel Cintra consegue divertir a audiência durante mais de duas horas, com uma encenação muito bem conseguida e um grupo de actores muito bons.
Até a turma do secundário, acompanhada à adistância pela professora de português pareceu divertir-se com esta peça do judeu.
A não perder!

MAR




Numa altura em que tanto se fala do Mar com fantasias líricas, prefiro voltar ao Mar com a Sophia assim:

As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.
Ou então assim:
Liberdade
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

sexta-feira, novembro 19, 2004

To be, or not to be. That is the question.

Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?

Estes são os termos escolhidos para a pergunta a ser feita aos eleitores nacionais no referendo relativo à Constituição Europeia. Concordo com as pessoas que dizem que é uma pergunta confusa, com várias alíneas, relativamente às quais, é possível ter respostas em sentido contrário e que a grande maioria dos eleitores e eleitoras não percebe patavina do assunto.

O facto de ter sido sempre assim dificilmente justifica que continue a ser assim. Alguém pensa que em 1986 os Portugueses tinham perfeita consciência que estavam prestes a entrar, não só num espaço de trocas comerciais e financeiras livres, mas também num projecto de crescente união político-social, cujo fito será, tudo indica, a constituição de uma Confederação, senão uma Federação de Estados mesmo?

Não veriam antes os nossos concidadãos as Comunidades Europeias como outro Brasil, ou outra África a que urgia aderir para nos sustentar com, desta feita, uns fundos estruturais que vinham mesmo a calhar na fase de ajustamento do pós-choque revolucionário?

É por isso que, não obstante também eu não gostar da pergunta, acho que a mesma tem de ser feita assim. É por isso que apesar de saber que a maior parte dos eleitores portugueses quando for votar no referendo não vão ter a menor ideia do que estão a decidir eu vou torcer para que optem pelo mais cómodo sim.

É que acredito que há momentos históricos que não se compadecem com regras claramente democráticas. Momentos em que se sente "a História em movimento". Momentos como o da abolição da monarquia, ou o da instituição da igualdade entre os géneros, ou mesmo o fim do apartheid (alguém duvida que se Mandela se tivesse posto a fazer referendos à população, aina haveria algum branco a residir naquele país?).

É que eu não gosto lá muito de referendos. Prefiro o modelo da democracia representativa em que os governos são eleitos com um mandato que engloba o programa que defendem em campanha. Os referendos, salvo talvez os locais, são momentos demasiadamente abertos a aproveitamentos demagógicos. E para demagogia já nos bastam algumas campanhas eleitorais.

Infelizmente, desta vez, o Governo e Oposição puseram-se de acordo para a condução de um referendo sobre esta questão. Façam-no depressa. E façam-no bem. E para mim, fazerem-no bem é garantir um Sim.


O Fim da Aventura, Vasco Pulido Valente, in Público de hoje

Vale a pena ler quase tudo o que ele escreve. Penso que no futuro alguém editará as suas crónicas, da mesma forma que editaram as Farpas de Eça e Ramalho.

"Em Barcelos, Santana insistiu muito na ideia e "combate" e de "combatentes". Provavelmente imagina a sua "vanguarda" esmagando um diabólico inimigo. Fora a desagradável origem desta fantasia (o nazismo, para falar francamente), existe ainda um pequeno pormenor: quem é esse inimigo que Santana se propõe tão ardorosamente bater. Um PS pacato e "guterrista"? O minúsculo BE? Um PC defunto? Ou o Estado previdência e as leis laborais? Ninguém sabe. Suspeito que nem ele. A direita de Santana e Portas precisa de uma certa histeria para ganhar e crescer. Ora Portugal não está dividido ou radicalizado. Espera pacatamente o dia de correr com a coligação. Uma grande campanha contra a esquerda ou qualquer outro bode expiatório, conduzido por dois demagogos sem crédito ou cabeça, não irá longe. Portugal não é a Inglaterra de Thatcher ou a América de Reagan e de Bush; e esta direita, que chegou ao poder por uma série de acidentes, não assenta numa doutrina, numa cultura, num programa, num descontentamento. Vive no ar. A querela das listas mostra bem que já só se trata de salvar alguma coisa do desastre. O PSD quer salvar uma hipótese de futuro para além de Santana e o PP quer simplesmente salvar a vida. De qualquer maneira, a aventura acabou. Falta a fase do "bunker: uns meses de governo impotente e cercado, de retórica e delírio."

quinta-feira, novembro 18, 2004

Franco Frattini dixit

O substituto de Butiglioni
il a estimé que les couples gay et lesbiens devaient bénéficier de la même reconnaissance légale dans l’Union européenne, que leur pays d’origine dispose ou non d’une législation sur le sujet
ou
Franco Frattini, responding to the questions from the members of the European Parliament, stated that same-sex partners who are legally recognised in one of the EU member states should enjoy the same legal recognition throughout the European Union.

A Turquia e as Altas Autoridades

A Turquia ainda tem um longo caminho a percorrer até que possa ser considerada como potencial estado membro da UE. Se dúvidas restassem, basta ler o texto para que o link acima remete.

Ainda não é possível na Turquia actual debater o Tratado de Lausanne, o mesmo que institui a moderna Turquia após a I Guerra Mundial e que caso tivesse sido correctamente aplicado, teria levado à criação naquela região de um espaço de convivência privilegiado inter religioso e inter étnico. A questão, pois, é de saber se a Turquia, que tem, ainda, tão má consciência relativamente a estas questões, como conseguirá moderar a sua atitude face a um "clube" muito mais diverso e com o aparecimento constante de questões identitárias que é necessário debater com respeito pelos adversários?

Estranho, não é?

Estranha esta libertação de um Palestiniano ligado ao Hamas e, por outro lado, a recusa em libertar Barghouti, um Palestiniano ligado à Fatah. É que enquanto o Hamas continua a não aceitar a existência do Estado de Israel, a Fatah, que faz parte da OLP, aceita-o e reconhece-o dentro das fronteiras de 1967 (que por acaso são as internacionalmente reconhecidas).

Será que Israel está, outra vez, a alimentar a mão que já sabe de antemão não vir nunca a apertar? E, mais, sabendo que ninguém o irá condenar por não negociar com o Hamas.

Está bem sim senhor(a)

Há um jornal português de ciência on-line. Digamos que está ainda em construção. Estará sempre em construção permanente. É o único como tal registado no Instituto de Comunicação Social, está em domínio PT e tem a marca registada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

Em http://www.cienciahoje.pt/ pretende-se criar um jornal permanente (mais do que diário) de ciência, nomeadamente da ciência feita em Portugal e por portugueses onde quer que se encontrem. Apesar de ser eventualmente a mais internacional área do conhecimento, faz sentido mostrar que há portugueses a trabalhar e bem pelo desenvolvimento científico mundial. Não haverá apenas noticiário português, mas este é uma componente importante.

Co-financiado pelo Programa Operacional Sociedade de Informação (POSI), ficou recentemente colocado entre os 30 melhores projectos - entre 267 - candidatos a fundos comunitários para a banda larga num concurso promovido por este Programa cuja avaliação foi feita por um painel externo e independente. É apoiado pelo Ciência Viva e tem já como primeiro patrocinador a Universidade do Porto.


"Nunca sairemos, esta é a nossa casa"

Interessante ler um retrato de outros fundamentalismos. De fundamentalismos que ninguém recorda, muito menos a Esther Mucznik. De fundamentalismos certamente tão condenáveis como aquele que radica de uma interpretação radical do Islão. Não?

Nem tudo será tão mau. O Economist considera-nos o 19º melhor país, de uma lista de 111, para se viver.

Começou a dança dos candidatos a candidato do PS à Presidência da CML




Começou esta dança, tão comum quando estão em causa os chamados cargos apetecíveis. Como é sem dúvida o caso da Presidência da maior e mais rica autarquia do país: Lisboa.

No PS começou por se perceber que Manuel Carrilho estaría disponível e interessado. Mas o PS não estava, por não lhe perdoar todas as traições, embora se possa assim perder um bom candidato. Depois, Mega Ferreira lá se foi colocando a jeito, seguido dessa iminência parda do PS o Jorge Coelho. Num outro momento a liderança de Sócrates atirou com o de António Costa, o homem dos desafios adiados do PS, que tornou a recusar, desta vez, admite-se por uma boa razão: quer cumprir o seu mandato no Parlamento Europeu até ao fim.

Por fim, aventa-se agora o nome de Ferro Rodrigues. Parece que o próprio não afasta já essa hipótese.

Resumindo e concluindo estão agora em cima da mesa dois, ou três nomes: Mega Ferreira, Jorge Coelho e Ferro Rodrigues. O primeiro é um gestor com provas dadas na primeira fase da expo e parque das nações, o segundo é um político com um permanente problema de imagem e o terceiro é um líder político, do qual os Portugueses guardam "uma boa imagem apesar da sua imagem". A minha preferência aqui vai, sem dúvida, para o terceiro.

O Ferro sería capaz, com a honestidade que o caracteriza, imprimir uma nova dinâmica à cidade, sem pôr em causa a construção de alianças à esquerda de forma a viabilizar uma vitória da CML. Ferro é, ainda, não se pode esquecer muito bom técnicamente. Pelo que sería pouco provável repetirmos trapalhadas com túneis e quejandos.

Por mim, apoio Ferro à Câmara.

ainda sobre a alta autoridade

1. Não é correcto dizer que a Alta Autoridade não se pronunciou a propósito das nomeações feitas por governos PS para os media, porque o que motivou a intervenção actual deste organismo foi outra questão: pressões políticas ilegítimas no sentido de ser silenciado um comentador político hostil ao governo;

2. Também não está nada bem que o mesmo governo e a mesma maioria que reclamaram a intervenção da Alta Autoridade a propósito ainda do caso Marcelo por a considerarem o orgão apropriado para analisar a eventual violação do famoso "princípio do contraditório" venham agora, face às suas conclusões, dizer que a Alta Autoridade não vale nada.

quarta-feira, novembro 17, 2004

A Alta Autoridade acabou de se pronunciar sobre os casos Marcelo, Gomes da Silva, DN et all

A Alta Autoridade expôs as suas conclusões hoje à tarde relativamente ao que considera ter-se passado com o Marcelo, o Gomes da Silva, as pressões de Paes do Amaral, a Clara Ferreira Alves e o DN e outros tantos casos. E essas conclusões foram obviamente aquilo que todos esperávamos que a Alta Autoridade concluisse.

E agora?

Tudo indica que à segunda será de vez




terça-feira, novembro 16, 2004

A Familia Real parte a bordo do Iate D. Amélia



Portas e Lopes montaram hoje um espetáculo que me fez imediatamente lembrar um outro espetáculo montado por Bush quando, há uns tempos, aterrou num porta aviões para declarar a guerra do Iraque terminada.Com os resultados que se vêm.

Da mesma forma o Governo que desta feita se reuniu no navio escola Sagres (há de chegar a vez da Junta de Freguesia d'"A da Gorda") oganizou uma encenação para mostrar que tudo está bem e se recomenda nesta coligação. Então, porque fiquei com a sensação que a esta necessidade de afirmação corresponde exactamente o contrário do que foi jurado? E porque estou eu com esta premonição de que Portas está à espera da melhor ocasião para dar o beijo da morte a Lopes?

J. G. Ballard




J. G. Ballard deu há umas semanas uma entrevista ao Público que achei fascinante. Ballard, o autor de entre outros livros do Império do Sol, tem uma visão, no minimo provocante sobre uma série de temas.

"Os seres humanos têm um grande apetite por violência. Estão muito interessados na dor e na morte. Talvez por muito boas razões biológicas. O "Homo sapiens" emergiu há uns cem mil anos; a linguagem há 50 mil; a primeira cidade, no Iraque, foi construída há dez mil anos. E nos últimos 50 anos vivemos numa sociedade completamente nova, altamente organizada e consumista, que pôs os nossos cérebros a apodrecer. "

Ou sobre a violência e as leis e a falta de liberdade nas sociedades democráticas:

"P. Não é bom ter leis razoáveis?
R. É precisamente esse o problema. As sociedades ocidentais são muito conformistas. Estão cheias de convenções. A vida na América, na Inglaterra, Itália ou Portugal é muito idêntica. A legislação é muito boa, muito esclarecida. Todos temos de mandar os nossos filhos para a escola, dar-lhes vacinas... tratar bem as nossas esposas, conduzir a 60 km/hora, parar no semáforo vermelho...
P. São convenções que aceitamos livremente, como disse.
R. É verdade. Mas semiconscientemente vamos descobrindo que não temos liberdade. E inconscientemente precisamos de protestar. Porque já não temos oportunidade de tomar decisões morais. O bem e o mal foram roubados aos seres humanos pela primeira vez.
P. Até aqui éramos donos do bem e do mal porque vivíamos em sociedades injustas?
R. Injustas, não democráticas, repressivas. Agora temos sociedades governadas pelos princípios mais simpáticos. E estamos sufocados, não podemos respirar. Não nos é permitido fazer julgamentos morais sobre nada. A sociedade fá-los por nós. A violência sem sentido surge como a única forma de assegurarmos a nossa liberdade. Há uma necessidade desesperada, no nosso mundo, de fazermos alguma coisa que tenha alguma espécie de sentido. E as únicas coisas que parecem ter algum sentido são os actos sem sentido.
P. Faz um certo sentido...
R. Se eu achar, por exemplo, que Tony Blair levou o nosso país para uma guerra estúpida, no Iraque, e por isso decidir matá-lo - o que não seria difícil, na realidade, se estiver preparado para ser apanhado. Se o fizer, o que terei conseguido? Nada. Mas se eu for na rua e matar a primeira pessoa que me aparecer, num acto completamente sem sentido mas ao mesmo tempo misterioso... isso deixará as pessoas a pensar.
P. Assassinar Blair seria lógico e portanto sem consequências...
R. O círculo fica completo, as pessoas partem para outra coisa, não pensam mais no assunto. "


Ballard, também fala de Bush e da cruzada antiterrorista:

"P. Bush compete em psicopatologia com Bin Laden?
R. O discurso dos neoconservadores americanos, Rumsfeld, Wolfowitz, sobre "fazer do mundo um lugar melhor" através da guerra está nas fronteiras da psicopatologia. Os ideólogos nazis, quando falavam da Rússia Soviética e dos judeus, mostravam o mesmo tipo de raciocínio psicopático. Mas a psicopatia é muito atraente. Dá todas as respostas de que precisamos.
P. A psicopatia, como a violência sem sentido, é um caminho para a liberdade?
R. Exactamente. Uma vez engolida a loucura básica, pode fazer-se qualquer coisa. Nos jornais ingleses já se está a criar o terreno para um ataque ao Irão. Só se fala do seu programa nuclear. Exactamente o mesmo caminho que seguiram com Saddam e as armas de destruição maciça.
P. As pessoas acreditam em tudo porque querem acreditar? Mesmo que não seja racional?
R. Sim. É até melhor que não seja racional."


Ou do futuro, tal como o antecipa:

"P. Estará para nascer mais algum grande projecto utópico?
R. Eu vejo a possibilidade de o consumismo, para sobreviver, sofrer uma mutação. Transformar-se numa espécie de versão "soft" de fascismo. Há muitas similitudes. Os princípios psicológicos que lhe subjazem são os mesmos.
P. O consumismo não pressupõe a liberdade individual?
R. Não. É um tipo de autoritarismo, porque é um sistema de promessas. Compre isto e terá a felicidade. É uma promessa ideológica. A publicidade é um meio de dominar as nossas mentes, de forma autoritária, prepotente, sem argumentos racionais. As pessoas sabem isso e aceitam, porque gostam de obedecer. "



O Orçamento do Lopes e do Bagão visto pelo Nicolau Santos do Expresso

Teens Raised by Gay Couples Do as Well as Traditional Families

Apanhei esta notícia no vizinho resistente (quem quiser tem o link acima para o texto completo):

"Children raised by same-sex couples perform in school and get along with their parents just as well as those from traditional, opposite-sex families, according to a study in the journal Child Development.

The authors examined romantic relationships, psychological well-being and school adjustment among 44 adolescents whose mothers had partners of the same sex and compared them with 44 adolescents whose mothers had male partners, the Society for Research in Child Development said in a statement."

segunda-feira, novembro 15, 2004

Uncovered

FILM AS POLITICS: Joseph Wilson, the former U.S. ambassador to Iraq -- who was thrust into the headlines last year when White House sources told the press that his wife, Valerie Blame, had been a covert CIA operative -- visited the festival Tuesday for a screening of "Uncovered: The War in Iraq," in which he is just one of the many foreign-policy experts interviewed who challenge the administration's WMD justification for invading Iraq. The film by Robert Greenwald was originally funded, in part, by MoveOn.org, the online activist group, which distributed it to consciousness-raising house parties in December; it will now be released theatrically by Cinema Libre Distribution in the summer. "In a democracy, there is no more solemn decision for a government than the decision to send your soldiers, sailors and Marines off to die for their country. That decision for this war was not made in full possession of the facts or in the spirit of a national debate," Wilson said, explaining his reason for becoming involved with the film and writing his new book, "The Politics of Truth." "For the health of the democracy, we need to reflect on how those decisions were made, on how the government shaped the debate and how we were manipulated by an administration that told us we were going for war because of weapons of mass destruction but in the aftermath is telling us it's all about the madman/bad man (who needed to be overthrown, Saddam Hussein)." (Gregg Kilday)

José Rodrigues dos Santos demite-se

De acordo com o Público online, José Rodrigues dos Santos, Director de Informação da RTP apresentou a demissão. No actual clima em que se vive sería bom que o próprio esclarecesse e rapidamente a razões que levaram à sua saída (como se todos já não soubessemos). Não tendo especial simpatia pela figura, com cujo estilo pessoal não vou muito à bola, nem podendo ignorar que ele lá foi colocado no tempo de Barroso para também ir fazer uns servicinhos, não se pode deixar de concluir que esta direita purga os de direita em nome de uma direita particular. Já não se trata aqui de ser simpatizante de um partido, mas de uma facção de um partido. E se não se for simpatizante dessa facção o clima de desconfiança torna-se insustentável como aliás se vê agora e se viu, há uns tempos, no DN.

Será que foi a cobertura do congresso de Barcelos a despoletar esta crise?

É curioso

É curioso que quando me encontro perante momentos mais puxados, especialmente quando se trata da minha vida profissional, raramente penso em mim, ou na minha glória pessoal em conseguir ultrapassar esses momentos. Penso, mais frequentemente, naqueles que me estão próximos: no meu parceiro, em algumas pessoas da minha familia e em amigos.

Às vezes ponho-me a imaginar o que pensariam eles perante determinada situação, ou dilema, ou obstáculo. Como o torneariam, ou se desistiriam. Também faço outra coisa, imagino, por vezes, que estariam eles no meu lugar, como todas as vantagens, mas também com todas as desvantagens. Imagino como se aguentariam, quanto tempo resistiria a sua inocência, ou a sua motivação.

Gostava, por vezes, neste tipo de situação de poder estar lá a participar naquilo em que tenho de participar e poder estar, ao mesmo tempo, de fora a olhar e a apreciar o meu desempenho. Gostava, ainda, de perceber o que pensam aqueles que me vêm.

Continuo a sentir-me mais à vontade perante uma câmara, do que perante uma câmara cheia de gente. Tenho de conseguir ultrapassar essa dificuldade. Como faria a minha familia, ou os meus amigos para o conseguir?

Copiado do Portugal dos Pequeninos: a melhor análise sobre o congresso PPD de Barcelos

CONFIA, A SÉRIO?
Há sensivelmente seis meses, em um outro Barcelos, Durão Barroso - lembram-se? - pedia aos congressistas do PSD que "confiassem nele". Confiem em mim, confiem em mim, repetiu o então líder diante das hostes. Nesse mesmo conclave, Morais Sarmento desvalorizou a hipótese do partido ir coligado com o PP nas eleições legislativas de 2006. Ontem confessou-se "espantado" com Marques Mendes por ele ter dito o que os militantes do partido pensam sobre a matéria e quase lhe batia. Mas voltemos ao "confiem em mim". Na madrugada de sábado para domingo, Santana Lopes, que levou umas horas a digerir Marques Mendes, decidiu falar. Despiu o fato de primeiro-ministro que Sampaio talhou especialmente para ele e no qual não se sente à vontade, e apresentou-se aos indigentes militantes como o velho entertainer dos congressos do PPD/PSD. Retive duas coisas. A primeira, que ele aspira governar até 2010. E a segunda, um meio para atingir aquele sublime objectivo, o pedido para que "confiassem nele". A experiência, mesmo a de devotos acéfalos e oportunistas dispostos a seguir qualquer chefe, aconselha a desconfiar desta "confiança". O último a pedi-la, Barroso, "pisgou-se" para Bruxelas umas semanas depois de a ter pedido. Lopes, apesar do lacrimejante "amor" ao partido e a Portugal, pode perfeitamente reduzir 2010 para 10 meses ou 10 semanas, sem pestanejar. Ficou-se também a saber que Santana fará tudo para que Cavaco Silva não seja candidato a Belém. A encenação de Barcelos, a que não faltou um filme evocativo da vida do novo "grande líder", para além do "ar Coreia do Norte", tem um propósito. "Confiem em mim", na linguagem "santanética", quer dizer "preparem-se que em qualquer altura eu posso ser qualquer coisa e ir para qualquer lugar". O PPD/PSD, comovido, agradecido e sobretudo obrigado, ungiu este one man show sem uma inquietação ou um murmúrio. Não sobrou igualmente uma ideia deste congresso vocacionado para a exclusiva exploração do fenómeno do "eu" e da superficialidade. Tudo somado, há razões de sobra para continuar a temer o resultado prático desta grotesca manifestação que se traduz quotidianamente num "governo". Este "governo" assenta agora numa coligação que começou a desfazer-se este fim de semana. Portas e Santana estão literalmente "a mais" um para o outro. O poder, a única coisa que os une, é o perfume simultaneamente mais fraco e mais forte deste conúbio com morte anunciada. Para já, Santana Lopes consagrou-se o "homem do leme". A questão está em saber se você confia nele. Confia, a sério?

domingo, novembro 14, 2004

Julie Christie


Enquanto mato o tempo numa qualquer sala de espera leio tudo o que me vem à mão. Quase sempre revistas velhas com futilidades. Desta vez, surpreendi-me com a revista de moda que me puseram nas mãos - another magazine.
Lá dentro pude encontrar esta entrevista, que pode ser lida online.
Julie Christie fala sobre a américa e muito mais.
...
And the information they are getting is incredibly biased and controlled.
One of the greatest problems the world faces is the American media and the ten or so corporations that are controlling it.
...

sábado, novembro 13, 2004

Mary Wollstonecraft, ou de acordo com os seus críticos da época a "hyena in petticoats"




Descobri mais este livro da mesma colecção do livrinho de Séneca de que já falámos aqui. Este, escrito por Mary Wollstonecraft (mais informação sobre a sua vida no link acima) no Século XVIII, mantém-se estranhamente actual em muitos aspectos. Entre outras coisas, Mary Wollstonecraft descrevia o casamento como uma forma de "prostituição legalizada". Ou, então que a educação que as mulheres recebiam no Século XVIII as mantia num estado de ignorância que as escravizava.

Gostei, particularmente, deste excerto deste livrinho, infelizmente ainda tão pertinente:

"Yet if Love be the supreme good, let woman be only educated to inspire it, and let every charm be polished to intoxicate the senses; but if they be moral beings, let them have the chance to become intelligent (...)".

sexta-feira, novembro 12, 2004

A Esther Mucznik está escandalizada com o assassinato de Theo Van Gogh

A Esther Mucznik está escandalizada com o assassinato de Theo Van Gogh. E a esse propósito aproveita para malhar forte e duro no Islão e no significado desse mesmo assassinato. Pena é que não tenha retirado as mesmas conclusões em relação aos que assassinaram Rabin, ou em relação aos que ameaçam Sharon devido à sua prometida retirada de Gaza. Retirando, claro está, as mesmas conclusões que retira a propósito da morte do cineasta Holandês:

"o assassinato do cineasta representa acima de tudo a rejeição violenta de um sistema que permite a liberdade de opinião e de expressão, e, nesse sentido, é um grito de guerra e não um acto de desespero e muito menos uma forma de luta por uma melhor integração. A carta deixada junto do corpo, com ameaças de morte a outros políticos, nomeadamente à deputada originária da Somália e opiniões recolhidas de jovens muçulmanos não deixam dúvidas: "Os irmãos [muçulmanos] já o tinham prevenido. Já lhe tinham dito para se calar. Mas ele não os quis ouvir..."
Independentemente de se saber se o assassino do Van Gogh fazia parte ou não de uma rede terrorista, a verdade é que este acontecimento se integra numa ofensiva muito mais global que visa condicionar a política dos países ocidentais e ataca os fundamentos da sua civilização.
"

Começou a batalha pelo Supremo dos EUA

Como se sabe o Supremo Tribunal dos EUA é um orgão cujos membros são nomeados para a vida e não estão sujeitos a muitas limitações, porque até a Lei lhes é permitido interpretar com enorme latitude. Neste momento a composição do Supremo está relativamente equilibrada entre representantes dos dois partidos Americanos, com um ligeiro pendor para o lado Republicano.

Como se sabe ainda há dois membros do Supremo que se irão retirar dentro do próximo ano, ou ano e meio, pelo que Bush terá o poder absoluto para fazer virar à direita este orgão, o que produzirá efeitos estima-se em temas como políticas afirmativas, aborto entre outros.

E ainda alguns nos tentam dizer que Bush é um Uniter, ou que iria aproveitar este segundo mandato para corrigir os erros do primeiro...

Vale a pena ler o texto de John Le Carré, publicado no Guardian, a relatar o seu encontro com Arafat em 1982

O combate por Fallujah



Já alguém reparou que a Guerra do Iraque, que esta semana foi por Fallujah e que na próxima semana irá ser aparentemente por Mosul se assemelha cada vez mais ao combate aos toxicodependentes e traficantes em Lisboa? Primeiro atacou-se no Casal Ventoso. E esses senhores mudaram-se para o Intendente. A seguir atacou-se no Intendente. E esses senhores terão, pelo menos alguns voltado para o Casal Ventoso, outros para outros bairros alfacinhas. Muito parecido com o que se passa no Iraque. Será que foi essa a nossa colaboração para a coligação?

Precisamos de rir (urgente)


Esta pode ser uma boa opção, no Teatro da Cornucópia. A peça promete oferecer uma boa noite de cultura divertida e nos tempos que correm, bem que estamos todos a precisar de rir.
Estreou hoje e fica até 19 de Dezembro.
Embora lá!

quinta-feira, novembro 11, 2004

Esther Mucznik, ou o Luís Delgado de saias?

Já alguém reparou como a Esther sorri de cada vez que é mencionada a morte de Arafat? E como é incapaz de dirigir uma única critica a qualquer decisão, ou líder de Israel? Nem mesmo ao Sharon?

Esther mais parece o Luís Delgado de saias...

Uma Guterrada



No meio da realidade política nacional telenovelística, com subidas e descidas de impostos, que afinal não o são. Com um Presidente que se especializou na arte da inconsequência. Com cartas e serões em familia que nos fazem regressar ao pior do estilo da outra Senhora, até uma intervenção do Guterres, o mesmo que saíu de cena há alguns anos em desgraça e que ninguém na altura previa pudesse voltar à cena, é uma lufada de ar fresco.

Os dois Presidentes mais insignificantes da União Europeia encontram-se



Achei apropriada esta viagem de Sampaio a Itália. Afinal todos temos o direito de nos olharmos ao espelho e depararmos, assim, por vezes com o nosso reflexo.

Não há dois chefes de estado eleitos mais insignificantes em toda a União Europeia do que estes dois. Um porque cometeu um "harakiri" político há mais ou menos 100 dias, o outro porque assiste do Quirinal ao esboroar do Estado de Direito em Itália. Ambos convivem, mais ou menos, pacificamente com dois dos primeiros ministros mais demagógicos e populistas da União Europeia. E se um pouco faz porque o sistema de Estado pouco lhe permite, o outro nada faz porque tem uma interpretação minimalista dos poderes que o mesmo sistema lhe confere, e que não são poucos.

Ambos, como diz um amigo, exercem brilhantemente o "magistério da insignifcância".

quarta-feira, novembro 10, 2004



O Livro que me encontro a ler agora: The Blind Assassin, vencedor do Booker Prize há alguns anos é uma história em que a criatividade, que por vezes parece não ter limites de Margaret Atwood, tem espaço para se desenvolver através da vida de duas irmãs, das memórias que uma tem da outra, da velhice e da juventude e do século XX no Canadá e no Mundo Ocidental.

Com Atwood é mesmo caso para se dizer "The word is a flame burning in a dark glass" (Sheila Watson), citação que ela (Atwood) aliás utiliza.

Uma Homenagem às Donas de Casa




Um dos últimos livros que li foi The Pursuit of Love da Nancy Mitford (de aqui já falámos). O livro tem trechos absolutamente irresistiveis. Um dos quais transcrevo aqui (em que a personagem principal confessa a sua completa incompetência para as lides domésticas):

"But oh how dreadful it is cooking, I mean. That oven - Christian puts things in and says: «Now you take it out in about half an hour». I don't dare tell him how terrified I am, and at the end of half an hour I summon up all my courage and open the oven, and there is that awful hot blast hitting one in the face. I don't wonder why people put their faces in and leave them in out of sheer misery. Oh dear, and I wish you could have seen the Hoover running away with me, it suddenly took the bit between its teeth and made for the lift shaft (...). I think housework is far more tiring and frightening than hunting, and yet after hunting we had eggs for tea, and were made to rest for hours, but after housework people expect one to go on just as if nothing special had gone on. She sighed."




O teste que faltava nas eleições Americanas: o do quoficiente de inteligência, ou o QI.

A morte de Yasser Arafat e Israel



Tudo indica que a morte de Yasser Arafat irá ser anunciada em breve (para ler acima o artigo de Alexandra Lucas Coelho no Público de hoje sobre a polémica quanto ao local onde o mesmo irá ser enterrado) . Arafat foi o grande responsável pela legitimação do direito a um estado para os Palestinianos, não foi propriamente um pai da nação, porque já no tempo do dominio Otomano havia uma pretensão Palestiniana a maior autonomia e independência.

Foi, isso sim quem, partindo de uma situação em que os Palestinianos foram o elo fraco face a um Sionismo insuflado pela consciência culposa do Mundo Ocidental pelo Holocausto Nazi, que não tendo sido consultados viram a sua terra retalhada pela ONU nos anos 40, após um abandono cobarde da autoridade colonial Britânica que não foi capaz, ou não quiz resistir aos ataques terroristas de Judeus na Palestina, conseguiu alertar o Mundo para a necessidade de constituição de um estado Palestiniano. Realidade que só recentemente Israel aceitou oficialmente.

Arafat infelizmente não conseguiu captivar as sucessivas administrações americanas, tarefa aliás que lhe foi bastante dificultada por um furioso lobby Judaíco em Washington. Nem conseguiu, mesmo após os acordos de Oslo, assumir um papel semelhante ao de Mandela na África do Sul, com gestos corajosos capazes de desarmar os obstáculos sistematicamente impostos por Israel à implementação daqueles acordos.

Arafat também não quis, ou não conseguiu demarcar-se claramente das vozes mais fundamentalistas da resistência Palestiniana, nem conseguiu criar uma administração com regras transparentes que transmitisse confiança a Israel e ao Mundo.

Acima de tudo Arafat tem a infelicidade de não se ter conseguido colocar, nem ele, nem a sua causa, do lado dos vencedores. Talvez muito do que se tem escrito sobre Arafat nos últimos dias, especialmente pelos seus criticos, seria semelhante ao que se escreveu sobre Beguin (que já a bordámos aqui em Outros Terrorismos) caso Arafat morresse como líder de uma Palestina independente, com fronteiras e governo completamente formados e internacionalmente reconhecidos.


terça-feira, novembro 09, 2004

A ganância da Merck

A Merck, uma das maiores empresas da indústria farmacêutica está em maus lençois. É sabido que este tipo de empresas ganha milhões de dólares vendendo medicamentos a preço de ouro e combatendo energicamente e com a ajuda do governo americano, a produção de genéricos essenciais para o tratamento de várias doenças no mundo em desenvolvimento, como por exemplo a SIDA.
O argumento muitas vezes esgrimido é o custo do R&D (research and development), escondendo quanto gastam em promoção dos respectivos produtos, os lucros obtidos e até informações que parecem provar efeitos secundários graves, como é exemplo este último escândalo envolvendo um medicamento anti-inflamatório, Vioxx. O organismo licenciador nos EUA, a FDA parece que também sabia e não actuou. O estudo agora publicado na revista médica The Lancet conclui que o medicamento deveria ter sido retirado do mercado há vários anos!
Em Portugal, segundo o Infarmed este e outros medicamentos da mesma família foram retirados do mercado no dia 30 de Setembro por iniciativa da Merck.

Religião e Trabalho, num artigo do New York Times de Domingo (Faith at Work, Russel Shorto)




Chuck Ripka, a mortgage banker, asking the Lord to help Matt and Jaimie Deboer get a good price for their home.

Revista

Vale a pena comprar e ler a entrevista de um homem lúcido - Fernando Savater

Os apetites de Sharon (Ariel Sharon's appetites)

segunda-feira, novembro 08, 2004




Recebido da América. Ora aí está uma Time com um jornalismo isento e objectivo!

sábado, novembro 06, 2004

As asas do desejo


Nunca vi. Acho que me vou sentar no sofá no Domingo a ver os anjos passar.
A seguir espero ainda ser capaz de ver o concerto do Rufus Wainright que passa logo logo a seguir. Se adormecer entretanto, não é grave, pois já tenho bilhete para o concerto do jovem na Aula Magna no próximo sábado.

quinta-feira, novembro 04, 2004

Uma boa notícia e uma má

No estado de Montana, foi autorizado o uso da marijuana para fins terapêuticos, e no Alasca impediu-se a sua total legalização.

quarta-feira, novembro 03, 2004

Theo van Gogh, o realizador


O bisavô de Theo van Gogh era irmão do pintor van Gogh.
Submission é o nome da curta metragem de 10 minutos que fez sobre as histórias de mulheres muçulmanas agredidas, violadas e forçadas a casar.
O argumento foi escrito por Ayaan Hirsi Ali, uma mulher somali, que é membro do parlamento holandês e que tem assumido um posição fortemente critica, denunciando a forma como as mulheres muçulmanas são tratadas.
Foi assasinado ontém em Amesterdão, dois meses depois do filme ter passado na televisão holandesa.




E eis que o mundo respirou de alívio. O Dr. Sampaio acabou de vir tranquilizar-nos a todas e todos, é que segundo o próprio «os segundos mandatos servem para corrigir os erros dos primeiros» referindo-se obviamente às eleições presidenciais americanas.

Esta afirmação, para além de demonstrar uma fé irrazoavel no Senhor Bush, é desmentida pelo próprio autor da mesma.

É caso para lhe perguntar: ri de quê?

Adeus à América



Adeus à América da Liberdade, da igualdade de oportunidades e das novas oportunidades, da preponderância dos Estados Federados sobre o Estado Central, do experimentalismo social e das novas familias e das políticas de afirmação social.

Bom dia à América dos Evangelistas e outros fundamentalistas, dos conservadores e dos racistas, dos ignorantes xenófobos e dos simplesmente ingénuos.

Adeus América!

terça-feira, novembro 02, 2004

Absolvida!

Quando decidiu abortar, Sofia tinha 17 anos e era estudante.
Comentário: apesar de ser estudante, Sofia nunca teve aulas de educação sexual, porque tal não existe em Portugal.
Sofia confessou ter tomado cinco comprimidos orais e três vaginais de Citotec (cuja substância activa é o misoprostol) para abortar. Cada um foi-lhe vendido a "cinco mil escudos" por uma amiga que entretanto voltou a Angola; o fármaco é vendido mediante receita médica e custa cerca de dez euros.
Comentário: Sofia provavelmente não tem médico de família e também não é uma das felizes contempladas com o serviço das quase inexistentes consultas de adolescentes. Sofia teve de recorrer ao mercado negro para comprar o medicamento necessário para interromper uma gravidez que ela própria nem sabia que já tinha 5 meses.
Sofia está a ser defendida por uma advogada oficiosa, nomeada porque a ré não tem meios económicos.
Comentário: Se a Sofia tivesse dinheiro não precisaria de advogado, porque nem sequer teria sido submetida a todo este processo. Poderia ter interrompido a gravidez em Badajoz ou noutra clínica privada.
Tudo partiu da denúncia de um enfermeiro de serviço no hospital.
Comentário: O segredo profissional foi violado. A quebra de confidencialidade também nestes casos gera clandestinidade, que gera por sua vez risco, e risco pode originar a morte!
Sem mais comentários!

He's a Lady, ou como Castelo Branco podia ter graça...




TBS, television's very funny network, takes eleven men on a wild adventure as they walk a mile in their wives or girlfriends' shoes when they undergo a complete feminine makeover in the new original reality series He's a Lady. The show, hosted by Tony Frassrand (House Detective), comes to TBS from Evolution Film & Tape, Inc. (Switched!, Bands Reunited) and Full Circle Entertainment.

As the show opens, eleven men temporarily leave behind their wives and girlfriends for a chance to win a quarter of a million dollars. The guys think they're going to be on a show called "All American Man," competing in grueling physical and mental challenges. But the catch is more than they ever imagined: The guys will actually be transformed and given the chance to see what life is like as a lady, with one man winning a huge prize in the end.

Each week, the competitors learn something new about what it's like to live as a lady, from dealing with bras and jewelry to bonding with real women in typically all-female activities. They are then judged by a celebrity panel including: Morgan Fairchild (The Seduction), John Salley (The Best Damn Sports Show Period) and Debbie Matenopoulos (Good Day Live). Weekly challenges for the competitors include learning how to walk, talk and dress like a lady, followed by going out in public to find out how convincing they are; learning to flaunt their new attitude with training from supermodel Frederique; planning a real wedding and then being asked to serve as the bridesmaids; and finally, completing a "lady of the house" challenge back in their hometowns, where the guys must remain in character in front of family and friends in the absence of their wives and girlfriends.

During their hilarious and heartwarming quest, the competitors will live in "The Doll House," a beautifully decorated dwelling designed to help them get in touch with their feminine sides. The series climaxes with a beauty pageant, where the competition boils down to the quarter-million-dollar question: "What, as a lady, have you learned about being a man?" The judges will then select the best man in the group, based on a variety of criteria.

Ainda sobre a terrível perseguição aos Católicos

José Vitor Malheiros comenta hoje, no Público a questão levantada pela rejeição anunciada da Comissão Barroso devido às posições assumidas por Buttiglioni. Em especial aborda a questão levantada por muitos Católicos como se fosse um novon tempo de perseguição a que estivessem sujeitos em virtude da sua Fé e convicções. Malheiros diz:

«o que acontece é que, por muito que Buttiglione diga que o facto de considerar que a homossexualidade é um pecado, que as mães solteiras são más mães, que o matrimónio permite que as mulheres sejam protegidas pelos maridos são pontos de vista pessoais, é evidente que se trata também de ideias políticas que não podem deixar de influenciar os seus actos políticos. Considerar que uma dada prática é um pecado não criará a obrigação moral de a reprimir quando se manifesta? Não nos obriga, necessariamente, a tentar desincentivar esse pecado? Não nos levará, pelo menos, a desviar dele os olhos? Poder-se-á pactuar com o pecado como se fosse virtude?
E será possível alguém defender que no matrimónio a mulher é protegida e o homem protege e ser, ao mesmo tempo, um infatigável defensor a igualdade de direitos dos sexos no mundo, como o comissário da Justiça deveria ser?»


E conclui:

«Que a igreja católica e os seus sectores mais conservadores tenham reagido em tom de cruzada às críticas a Buttiglione não pode espantar: a igreja católica convive mal com a contestação e o Vaticano actual tem uma política familiar particularmente reaccionária. Quanto ao facto de a esquerda politicamente correcta ser frequentemente sectária isso é de uma evidência ofuscante e um truísmo estéril. O que é claro, em termos políticos, é que tão pouco deve ser comissário europeu alguém que defenda, por exemplo, a ditadura do proletariado, os campos de extermínio nazis, a política externa da Coreia do Norte, a pena de morte ou o direito de pernada. Ou Daniel Cohn-Bendit, já agora, cuja depravação juvenil, real ou apimentada, seria suficiente para lançar a dúvida sobre a sua idoneidade como comissário.»

À semelhança de Malheiros, Miguel Sousa Tavares (cuja crónica deixou de estar disponível na edição online do Público) também analisou a questão Buttiglioni e quanto a mim bem, pois fê-lo empregando argumentos baseados na lógica e racionalismo e não na superstição, ou preconceito. Foi, por isso, com alguma admiração que li a sua resposta, no final da dita crónica, a um texto de Prado Coelho, que citava o resultado de um estudo cientifico que concluia não vir mal nenhum ao mundo pelo facto de uma criança ser educada por um casal de lésbicas e que essas crianças eram, em principio, masi abertas e alertas culturalmente, em que MST desfaz o texto de EPC como se fosse algo de absurdo, que nunca lhe poderia caber na cabeça e prova acabada de que todos os que pensavam como EPC eram perigosos radicais que não sabiam até onde deveriam levar as suas reivindicações.

O que me admirou nesta posição foi tão só o facto de MST não ter respondido a EPC com algum estudo, ou argumento cientifico, pelo menos tão sólido quanto o apresentado por EPC. A isto chama-se argumentar com recurso a preconceitos. Só porque uma situação sempre foi assim, ou sempre foi mais frequente ser assim, não siginifica que não possa ser de outra maneira, sem prejuízo para todas as partes envolvidas.

Por acaso achará MST que Espanha, Reino Unido, Dinamarca, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, quase todos os países da Escandinávia, Canadá, Alemanha entre outros com os mais elevados indíces de desenvolvimento humano do planeta, são povoados e governados por perigosos extremistas que não sabem o que fazem ao permitir a adopção por casais homossexuais?

Parabéns ao Jumento que faz um ano. E que faça muitos mais.

Uma voz do lado de lá

Kushner (autor de Angels in America) escreve no último número da Advocate que apanhei, o mesmo em que Kerry dá uma longa entrevista sobre as eleições presidenciais. Hoje, independentemente dos resultados dos votos dos nossos aliados Atlânticos, convém recordar que lá, como cá há opositores ao presente estado de coisas:

Entre outras coisas Kushner diz:

«I think what's really driving me nuts is that 50% of my fellow citizens are going to vote for Bush, and I don't understand it.»

..e continua:

«Today gray bankers cast off their suits and behave like pit bulls let loose in a slaughterhouse, and no one is surprised . Today the separation of church and state is plowed under, today the coherence of the constitution is sacrificed to provide gewgaw for fundamentalist bigots, today the lives of thousands are sacrificed to a half-baked adventure foisted upon the world by a man who slid into the White House with a resumé stained by a ruined school system...»


segunda-feira, novembro 01, 2004

nada da (em) vida foi fácil... e o filme da sua vida também está dificil

Janis Joplin Biopic Starring Renee Zellweger Put On HoldThe long planned Janis Joplin biopic starring Renee Zellweger as the bisexual rock icon has been put on hold yet again. According to IMDb.com, the producers have been able to find a script they deem 'acceptable' to start production on the film. Zellweger, though still eager to play the role, says "the project isn't likely to roll in the near future." She added, “We talked about…developing a script and seeing if it is good enough. She is an exceptional woman, and it needs to be an exceptional script to tell her story in a responsible way… And that takes time. If I am ultimately the person to do it, then great. We are in the stage of developing it and pulling it together.” Pink, who stirred up lots of rumors about her own sexuality earlier this year by making out with a string of girls, is also slated to play the role of Joplin in a different film project. No word yet on when that might happen either.
© 2004 Gaywired.com; All Rights Reserved.



referer referrer referers referrers http_referer Who links to me? More blogs about http://paraladebagdade.blogspot.com.
Visited Countries
My Visited Countries

Get your own Visited Countries Map from Travel Blog