Buttiglioni vai (literalmente) pregar para outra freguesia
«Unless I write something, anything, good, indifferent or trashy, every day, I feel ill.» W. H. AUDEN & «Thanking the public, I must decline/ A peep through my window, if folk prefer/ But, please, you, no foot over threshold of mine» House, Robert Browning, 1874
TEN
Passou despercebido no meio do ruído geral que Cavaco resolveu puxar pelos galões para responder às acusações de Paes do Amaral de pressões osbre o Independente durante o tempo em que foi Primeiro Ministro. O problema é que os puxou pelas piores razões. Dizendo que tinha sido durante o seu governo que se procedeu à liberalização dos media, sem que acrescentasse: com o resultado que está à vista de todos.
E se Buttiglioni estivesse a falar sobre aborto? Dizendo que apesar de o considerar pecado, não o iria criminalizar... Porque não vemos os católicos a virem defender esta posição?
"I feel Ralph Nader was partially responsible for George Bush's victory in 2000. Stupidity is not a progressive value."
Marcelo falou hoje e disse:
Antes de tirarmos conclusões definitivas sobre o assunto é interessante e estimulante mesmo acompanhar o debate sobre as: http://http://jornal.publico.pt/2004/10/27/Mundo/I04.html "novas fronteiras da Europa".
Assim deve ser. O mesmo jornal que, admiravelmente, informou e formou gerações de portugueses é hoje uma caricatura do que foi. O esforço vergonhoso dos comissários políticos Luís Delgado e Mário Bettencourt Resendes, a soldo da estratégia da PT/Governo Lopes & Portas para tornar o DN um farol da Central de Informação da governação, é uma grosseria desorientada, alvoraçada e infame. E mesmo que se queira regressar ao articulado do seu primeiro número, no tempo distante de 1864, onde se lia que "não se discute política, nem se sustenta polémica", seria bom também não esquecer que se assegurava, no mesmo programa, prestar "culto à liberdade na sua mais elevada expressão".
1. Barroso aparentemente pelo menos recuou quanto ao portfolio de Comissários que vinha defendendo ao longo das últimas semanas face ao Parlamento Europeu;
Mais do que um filme sobre a vida de Guevara, antes de se tornar Comandante, é um relato de uma viagem marcante de dois homens jovens à procura de conhecer mundo.
"Sucede que partilho as convicções católicas de Rocco Buttiglione, e gostaria de saber se isso é um impedimento para o exercício de funções políticas governativas (em certas áreas... só por enquanto). Não que seja candidato, mas só para saber qual é o meu estatuto cívico. Isto é: a democracia do século XXI não excluiria ninguém, por delito de opinião, do exercício dos seus direitos políticos, excepto os católicos coerentes. Coerentes são os que livremente estão em união (de inteligência e de vontade) com a doutrina e a autoridade da Igreja - porque há muitos, e até padres, que fazem uma administração autónoma da doutrina e se importam pouco com os mistérios (isto... digo eu).
Sobre o VIH temos lido muitos disparates que têm influenciado algumas politicas nacionais e internacionais. O exemplo da África do Sul, as declarações de bispos católicos quetsionando a eficácia provado dos preservativos, etc, etc,
Ando para escrever para aqui, há alguns dias, um texto sobre a Valsa de Baltimore um peça em cena na Comuna (à Praça de Espanha), mas descobri, entretanto, que as Renas e os Veados já o tinham feito e bem. Portanto segue-se o texto do blogg deles, assinado por Pagan:
Pereira Coutinho, valioso colunista do paquidérmico Expresso, aborda, inevitavelmente, esta semana o tema Buttiglioni. Segundo ele o que está aqui em causa é o respeito pelos ideais, neste caso Católicos, de uma pessoa. Já poderemos imaginar concerteza que se Barroso tivesse proposto Jorg Haider para ocupar o lugar responsável pelo desenvolvimento da política de imigração da União (com este a fazer juras públicas que não iria deixar as suas convicções pessoais interferirem com a sua actividade profissional) Pereira Coutinho defenderia a nomeação daquele Senhor Austríaco em nome do respeito que as pessoas com ideiais nos merecem. Ou quem fala de Haider também pode falar de Le Pen. É que para Pereira Coutinho todos os idealistas merecem igual respeito.
George Soros, um capitalista que fez a sua fortuna, em parte, à custa de especular nos mercados de divisas mundiais, tem entretanto vindo a dedicar-se a uma série de causas, no mímino, interessantes. A última das quais é nada mais nada menos do que a derrota de George Bush.
Seguindo a medida proposta pelo Primeiro Ministro Lopes de destacar professores do ensino secundário para apoio aos Juízes, também eu apelo ao Primeiro Ministro para que não se esqueça que nas Juntas de Freguesia, pelo menos nas que eu conheço, há uma tremenda falta de mão de obra, especialmente no atendimento aos municipes. Já agora, diz-se por aí que a falta de manutenção de alguns dos espaços verdes da capital, têm a ver com a carestia dos custos com funcionários para os tratarem, porque não colocar aqui alguns professores, talvez uns dois por jardim? Ou um por miradouro.
Já há muito tempo que não comprava essa revista Americana, confesso que me irrita. Mas esta semana não resisti, afinal não é sempre que um Português aparece na capa. Estou a referir-me a Durão Barroso, que assim entra para a História, a par de Spínola, ou Vasco Gonçalves como outras das figuras que figuraram nas capas da Newsweek, ou de revistas como a Time. Claro que o artigo sobre Monsieur Barroso é um whitewash completo. Tem as seguintes pérolas: conseguiu controlar o défice orçamental herdado do PS, graças a uma corajosa política de austeridade. Os resultados estão à vista, bastava que um jornalista da Newsweek viesse a Portugal...
Ainda acho que preciso de regressar a Lisboa e confirmar se aquilo que ouvi dizer que Morais Sarmento disse foi mesmo assim. Um pensamento me tranquiliza, que esteja aí o nosso Presidente da Republica para continuar a afirmar-se como um centro de serenidade (será que o Morais Sarmento já o programou como pretende fazer à RTP?).
O que é mais chocante neste caso, sendo que todos são obviamente condenáveis, é que que a pessoa que foi feita refém é uma mulher, que apesar de ser de origem Britânica, se tinha já naturalizado Iraquiana, casado com um Iraquiano, e fazia a sua vida há muito tempo por lá. Foi, ainda, uma incansável lutadora contra o terrível regime de sanções imposto após a guerra do golfo e contribuiu na altura de forma decisiva para que medicação essencial chegasse às crianças Iraquianas, que tinham desenvolvido em número recorde cancro (devido à utilização de bombas com urânio enriquecido nos bombardeamentos feitos pela coligação na época).
Ja por cá se tinha falado deste livro.
AS FRALDAS
Li ontem a caminho desta terra do teclado azerty, um artigo de opinião de João César das Neves, há muito tempo que não lia nada dele admito, uma vez que perdi a pachorra para o Diário de Notícias. Mas a perspectiva de viajar parece que me obriga a acumular, para além de um livro, o maior número possível de jornais e revistas. Mas volmtando ao JCN. Para variar achei a argumentação do Senhor razoável e aberta ao debate. Por uma vez ele não faz, pelo menos de forma directa, considerações morais, mas limita-se a levantar uma questão, que considero interessante, quanto às reformas levadas a cabo por Zapatero em Espanha.
Martin Schulz, the leader of the socialist group in the European Parliament - the second largest bloc of MEPs - said of Mr Buttiglione: "His comments on women and gay people make him entirely unsuited to the role allocated to him. You cannot build a Europe for the 21st century based on 19th-century values." He added if Mr Barroso fails to take action regarding Mr Buttiglione, "we will propose that the socialist group vote against confirmation of the new Commission".
José Manuel Fernandes fala hoje no seu editorial do Público sobre o caso Buttiglione, ´que já abordamos aqui também. O seu raciocinio é mais ou menos o seguinte:
Pertinente este pedido do Bloco de Esquerda no sentido de a proposta de Orçamento para 2005 ser apresentada antes das eleições regionais. Mais pertinente, no entanto seria, de acordo com alguns rumores que me chegaram, pedir a apresentação de todos os orçamentos em preparação, ma vez que Bagão estará não só a compor o Orçamento Geral, mas também um suplementar a apresentar pouco depois para a saúde.
Italy's European commissioner-designate, Rocco Buttiglione, faced a formal call from MEPs for his resignation yesterday over his description of homosexuality as a "sin".
Já tinha escrito sobre aquilo que eu considero serem algumas das diferenças entre a esquerda e a direita (ver post de sábado 2 de Outubro) e, por isso, foi interessante acompanhar o programa Prós e Contras ontem na RTP1 e constatar as diferentes versões de esquerda e de direita e as enormes dificuldades sentidas por alguns membros do painel em identificarem-se.
A edição desta semana trás a seguinte triste notícia:
Afinal parece que Gomes da Silva sabe o que faz. Umas palavras suas são suficientes para amedrontar o "Conde" e para fazer Marcelo interromper as suas crónicas semanais na TVI. Não que seja um adepto de tudo o que o Senhor dizia ao Domingo, mas que ele zurzia quer o Guterres, quer o Durão, zurzia. Agora parece que só nos vão restar comentadores da categoria de Luís Delgado, daqueles que não precisam do contraditório.
Como muito bem lembra o Público de hoje, o caso de Joana Guerreiro está longe de ser único e provavelmente muitos destes casos nem sequer chegam ao conhecimento de todos nós. Mas deviam ser do conhecimento da dita presidente nacional da comissão de protecção de menores, Dulce Rocha, já que um estudo lhe terá sido encomendado há vários meses , mas do qual até agora não são conhecidos resultados...
Fui criado com algumas ideias feitas quanto ao que era ser de esquerda, ou de direita. Entre várias outras coisas, enquanto a esquerda se preocupava com os mais desfavorecidos, criando redes estatais de apoio, a direita procurava espicaçá-los para que voltassem o mais depressa possível ao activo, nomeadamente não lohes dando qualquer apoio, a não ser uma caridadezinha cristã. Enquanto a esquerda acreditava que o estado deveria ter um papel, pelo menos, regulador na vida económica e interventivo na área cultural, especialmente na chamada alta cultura (também altamente deficitária), a direita pensava menos estado melhor estado, a não ser na área cultural em que defendia o subsídio ás actividades culturais de que o povo gosta. Por último, havia uma certa ideia de que as sociedades governadas à direita eram mais eficientes e que a própria esquerda era pouco competente nos aspectos mais práticos da governação.
Este é apenas um exemplo:
Na última edição da Prospect Ulrike Guérot (presidente do departamento de European Policy do German Marshall Fund em Berlim) junta-se à lista de pensadores que têm vindo a escrever sobre as relações entre a UE e os EUA. Nesse artigo Ulrike aponta alguns factores que considera inultrapassáveis entre os dois antigos parceiros, tais como a forma como os EUA combatem o terrorismo, que é de "esvaziar um lago para apanhar um peixe", ou a forma como os EUA acreditam poder moldar outros países. Sendo que o fulcro da ilusão Americana, de acordo com o autor, está no facto dos EUA acreditarem poder travar o processo de decadência do principio da supremacia do Ocidente sobre o resto do Mundo.
Al Jazeera showed more live coverage of the recent Democratic National Convention than any of the major American commercial networks.
Algumas perguntas da entrevista com José Luís Rodrigues Zapatero, que sai na edição de hoje do Púlico, link acima e que me parecem demonstrar um homem com capacidade de visão, muito além dos horizontes de curto e médio prazo, a que nos habituaram alguns dos nossos políticos. Zapatero é capaz de defender princípios mais elevados de política externa, sem se tornar num antiamericano primário, é capaz de falar do papel do sonho na vida política de forma pragmática e é capaz de levar a cabo rupturas em nome de valores como a Igualdade, ou a Liberdade, sem ser extremista.
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